quarta-feira, 19 de setembro de 2012

"Fugir ou enfrentar a dor?"


Hoje venho partilhar convosco estes apontamentos:

Uma jornalista pergunta a um alentejano, já reformado que se encontrava sentado junto à sua casa:
  • O senhor, se não tivesse emigrado, o que tinha?
  • O que tinha? Tinha o mesmo que têm os outros que não emigraram: tinha o dia p'ra andar por aí e a noite p'ra dormir no jardim.
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Crónica de Paulo Coelho in revista Viva +, nº68, do Jornal de Notícias, nº28, ano 120, de 29 de Junho de 2007

Fugir ou enfrentar a dor?

Quando a vida nos obriga a enfrentar situações difíceis – como uma perda pessoal, por exemplo – é preciso entender que a eternidade está dando mais um passo.

Jorge Luís Borges escreveu algo muito bonito a respeito:

Tu és nuvem, és mar, esquecimento
és também o que perdeste num momento
somos todos os que partiram.

O reflexo do nosso rosto no espelho
muda a cada instante
e cada dia tem o seu labirinto.

A nuvem que se desfaz no poente
é nossa imagem; incessantemente
uma rosa se converte noutra rosa.

Particularmente, eu detesto o caminho da perda; mas às vezes não há solução e é preciso encará-lo.

O sacrifício e a benção

Um homem fez a promessa de carregar uma cruz (= karma) até ao cimo de um monte, se fosse atendido no seu pedido. Deus concedeu-lhe o que pedia.

Então ele mandou fazer a cruz e começou a caminhada. Depois de vários dias, achou que a cruz pesava mais do que supunha e, com um serrote emprestado, serrou boa parte da madeira.

Ao chegar ao cimo do monte, notou que, separada por uma fenda na terra, havia outra montanha. Nela tudo era paz e tranquilidade; mas precisava de uma ponte para chegar até lá. Tentou usar a cruz, mas era curta para isto. Então reparou: o pedaço que tinha cortado era exactamente o que estava faltando para que pudesse atravessar aquele abismo.

Outra história sobre a cruz

Num certo lugarejo da Úmbria (Itália) havia um homem que se queixava da sua sorte. Era cristão e achava que a sua cruz (=karma) era pesada demais, era-lhe muito difícil de a suportar.

Certa noite, antes de dormir, rezou para que Deus lhe desse a oportunidade de trocar de cruz. Nessa noite teve um sonho:

O Senhor conduzia-o para um depósito. “Podes trocar a tua cruz.” O homem viu cruzes de todos os tamanhos, pesos e feitios com os nomes dos seus donos. Escolheu uma cruz média, mas vendo o nome de um amigo lá gravado, deixou-a de lado. Finalmente, como Deus lhe tinha permitido, escolheu a cruz mais pequena que encontrou. Para sua surpresa, era o seu nome que estava gravado nela.

O guru de Mesure

Existia em Mesure, na Índia, um famoso guru. Conseguiu reunir um bom número de seguidores e espalhou com generosidade a sua sabedoria.

Na meia-idade, contraiu a malária; mas continuava a cumprir religiosamente o seu ritual: banhar-se de manhã, dar aulas ao meio-dia e orar durante a tarde no templo.

Quando a febre e os tremores o impediam de concentrar-se, ele tirava a parte cima da sua roupa e atirava-a para um canto. O seu poder era tão grande que a roupa continuava tremendo enquanto o homem, livre das contracções, podia fazer as suas preces com calma. No final, voltava a vestir a roupa e os sintomas retomavam.

Por que é que você não abandona de vez esta roupa e se livra da doença?” perguntou um jornalista ao ver o milagre.

Já é uma bênção poder fazer com tranquilidade aquilo que devo fazer” - respondeu o homem - “O resto faz parte da vida; seria uma cobardia não aceitar.”


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