Hoje
venho partilhar convosco estes apontamentos:
Uma
jornalista pergunta a um alentejano, já reformado que se encontrava
sentado junto à sua casa:
- O senhor, se não tivesse emigrado, o que tinha?
- O que tinha? Tinha o mesmo que têm os outros que não emigraram: tinha o dia p'ra andar por aí e a noite p'ra dormir no jardim.
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Crónica
de Paulo Coelho
in revista Viva +, nº68,
do Jornal de Notícias, nº28, ano 120, de 29 de Junho de 2007
Fugir
ou enfrentar a dor?
Quando
a vida nos obriga a enfrentar situações difíceis – como uma
perda pessoal, por exemplo – é preciso entender que a eternidade
está dando mais um passo.
Jorge
Luís Borges escreveu algo muito bonito a respeito:
Tu
és nuvem, és mar, esquecimento
és
também o que perdeste num momento
somos
todos os que partiram.
O
reflexo do nosso rosto no espelho
muda
a cada instante
e
cada dia tem o seu labirinto.
A
nuvem que se desfaz no poente
é
nossa imagem; incessantemente
uma
rosa se converte noutra rosa.
Particularmente,
eu detesto o caminho da perda; mas às vezes não há solução e é
preciso encará-lo.
O
sacrifício e a benção
Um
homem fez a promessa de carregar uma cruz (= karma) até ao cimo de um monte,
se fosse atendido no seu pedido. Deus concedeu-lhe o que pedia.
Então
ele mandou fazer a cruz e começou a caminhada. Depois de vários
dias, achou que a cruz pesava mais do que supunha e, com um serrote
emprestado, serrou boa parte da madeira.
Ao
chegar ao cimo do monte, notou que, separada por uma fenda na terra,
havia outra montanha. Nela tudo era paz e tranquilidade; mas
precisava de uma ponte para chegar até lá. Tentou usar a cruz, mas
era curta para isto. Então reparou: o pedaço que tinha cortado era
exactamente o que estava faltando para que pudesse atravessar aquele
abismo.
Outra
história sobre a cruz
Num
certo lugarejo da Úmbria (Itália) havia um homem que se queixava da
sua sorte. Era cristão e achava que a sua cruz (=karma) era pesada demais,
era-lhe muito difícil de a suportar.
Certa
noite, antes de dormir, rezou para que Deus lhe desse a oportunidade
de trocar de cruz. Nessa noite teve um sonho:
O
Senhor conduzia-o para um depósito. “Podes trocar a tua cruz.”
O homem viu cruzes de todos os tamanhos, pesos e feitios com os nomes
dos seus donos. Escolheu uma cruz média, mas vendo o nome de um
amigo lá gravado, deixou-a de lado. Finalmente, como Deus lhe tinha
permitido, escolheu a cruz mais pequena que encontrou. Para sua
surpresa, era o seu nome que estava gravado nela.
O
guru de Mesure
Existia
em Mesure, na Índia, um famoso guru. Conseguiu reunir um bom número
de seguidores e espalhou com generosidade a sua sabedoria.
Na
meia-idade, contraiu a malária; mas continuava a cumprir
religiosamente o seu ritual: banhar-se de manhã, dar aulas ao
meio-dia e orar durante a tarde no templo.
Quando
a febre e os tremores o impediam de concentrar-se, ele tirava a parte
cima da sua roupa e atirava-a para um canto. O seu poder era tão
grande que a roupa continuava tremendo enquanto o homem, livre das
contracções, podia fazer as suas preces com calma. No final,
voltava a vestir a roupa e os sintomas retomavam.
“Por
que é que você não abandona de vez esta roupa e se livra da
doença?” perguntou um jornalista ao ver o milagre.
“Já
é uma bênção
poder fazer com tranquilidade aquilo que devo fazer”
- respondeu o homem - “O
resto faz parte da vida; seria uma cobardia não aceitar.”❐
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