segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Meu trabalho "As Minhas Crónicas e Afins (2010-11)"


Apresentação

Este é já o terceiro volume de “As minhas crónicas e afins”. Trata-se de compilações bienais das crónicas que vou escrevendo e dando a conhecer nos meus blogues para assim partilhar o meu quotidiano, reflexões, opiniões que vão surgindo por isto e aquilo. Talvez tenham alguma importância para quem as lê …

De alguma maneira são o meu retrato.

Estes volumes não têm epílogo porque não se trata de um tema/trabalho fechado.


AS MINHAS CRÓNICAS e AFINS (2010-11)

de Maria de Portugal



Lagos, 28 de Novembro de 2011

Sim ao Euro ou sim ao Escudo

Grande polémica vai por este país sobre se sim ao Euro ou sim ao Escudo e eu pasmo.

Ainda há tão poucos anos foi criado o Euro!

Agora as razões (motivos) para se voltar ao Escudo são as mesmas que se utilizaram para aderir ao Euro. Quem não se lembra, mesmo os da última geração, os jovens, dos problemas inerentes à inflação:

1- muitas notas, mas cada vez se comprava menos com elas e porquê?

Sem haver aumento da produtividade o Banco Central de Lisboa produzia mais moeda (e notas); então as, por exemplo 1000 notas atuais tinham o mesmo valor que as 100 anteriores. Logo poder-se-ia ter mais dinheiro na carteira, mas comprava-se muito menos do que se comprava anteriormente. Logo ganhava-se o mesmo ou um pouco mais, mas quem não tinha bens estava cada vez mais pobre. Isto porque o Banco Central de Lisboa não precisava de anunciar ao povo que tinha lançado no país mais notas e moedas. Então quando as empresas aumentavam os salários depois de muita insistência dos sindicatos, elas sabiam que o poderiam aumentar até um certo um ponto que os trabalhadores ficariam na mesma com menos poder de compra, mas felizes porque os seus salários tinham sido aumentados nominalmente apenas e os sindicatos falavam em salários nominais e salários reais. Por outro lado, quem tinha bens (de valor ou não) poderia vendê-los por um preço muito superior, descontando a inflação que é, muito simplesmente, em maior ou menor escala, o lançamento em circulação de meios de pagamento para além das necessidades do movimento económico.

Esta acção pode ser benéfica e mesmo necessária quando feita em pequena escala e com rigor e porquê? Há sempre dinheiro a sair do país: emigrantes que, quando se deslocam ao seu país levam a moeda do país onde trabalham para cambiar no seu próprio país; há turistas que levam dinheiro do país visitado para guardarem como recordação; há coleccionadores; há paraísos fiscais; há a corrupção que lava este dinheiro fora do país; … Então vai havendo cada vez menos moeda a circular no país e periodicamente o Banco Central do país emite moeda que lança para o mercado através dos bancos de que nós somos clientes para colmatar esta falta. Assim não se sente a falta do dinheiro que saiu e a inflação é diminuta, não provocando nem aumentos de salários nem aumentos nos preços.

Agora o que se passa atualmente é bem diferente. Não há dinheiro a circular no país, na Europa, isto é, os bancos de que somos clientes não têm dinheiro porque há problemas muito graves a acontecer:

1- Há os paraísos fiscais que absorvem muito dinheiro europeu e aqueles encontram-se fora da Europa; logo esse dinheiro não circula na UE. Pode circular noutros países, mas não na UE.

2- O Euro incomodou muita gente porque veio desafiar o dólar que era a moeda internacionalmente aceite e moeda corrente em bastantes países. Isso fez com que se elaborassem estratégias para fazê-lo cair e o dólar voltar a ganhar o seu poder, pois o câmbio faz perder muito dinheiro.

A UE veio desafiar os blocos instituídos e os blocos emergentes e estes, atacando a moeda – Euro – enfraquecem também o próprio bloco – União Europeia. Como? retirando moeda do mercado. Vários têm sido os meios: emigrantes, facilitando o crédito e o endividamento exageradamente, os paraísos fiscais, exportando e não importando, …

Então o normal seria a União Europeia lançar em circulação meios de pagamento para além das necessidades do movimento económico. Depois o que fazem aqueles que retiveram enormes quantidades de Euros? Lançam-nos na União Europeia através dos seus emigrantes, turistas, concedendo créditos vantajosos e então o que acontece? Quem tem esses Euros faz compras: compra bens móveis e imóveis como empresas, bancos, … passa a dominar a economia, as finanças, … passa a dominar a União Europeia. Quando o país, UE superabundam de moeda que medidas tomam estes governos? Promovem a subida dos preços e instala-se a inflação desordenada, sem controlo.

Claro que tudo isto são apenas suposições, mas é assim que se faz o dia-a-dia de todos nós.

A União Europeia pediu aos países emergentes que lhes comprassem dívida soberana, mas não é a altura adequada para quem quiser fazer algo de grande vulto. Esperam que primeiro os Bancos Centrais produzam e lancem quantidades de Euros nos países da União Europeia para suplantar a falta de moeda que atualmente existe. Depois sim, a Europa ficaria a nadar em Euros nas mãos de alguns que passariam a fazer muitas compras.(parece-me)❐

Lagos, 06 de Novembro de 2011

A economia pertence ao grupo das Ciências Humanas porque o seu objecto e objectivo último são as pessoas. Principalmente quem governa, seja a que nível for, não pode esquecer que toma decisões para o desenvolvimento do país que existe pela sua população e que directa ou indirectamente vai afectar pessoas positivamente ou negativamente. E também não pode esquecer que está a governar para toda a população; não só para a que o(a) elegeu. Todos são afectados pelas suas medidas e a sua obrigação é manter a população num nível satisfatório geral. Quem se sente prejudicado/injustiçado tem todo o direito de reclamar e há que ter essas reclamações em atenção porque elas são o barómetro dos resultados/consequências das medidas que vai tomando para corrigir. Sem este barómetro poderia trabalhar muito, mas como não corrige por ignorância, vai de mal a pior até fazer cair num abismo toda a população. É muito importante qualquer governante estar atento às vozes e movimentações da sociedade em geral para ir fazendo as devidas correcções.

Decidir cortar os dois subsídios: 13.o e 14.o salários talvez para dar margem de negociação à oposição; foi uma decisão errada politicamente porque dá vantagem política à oposição e faz a linha política onde está inserido perder posições, pois é uma medida que afecta muita gente negativamente. É mau jogo dar tantos pontos ao adversário!

Se achava que poderia cortar apenas um subsídio; isso deveria ter apresentado logo, talvez não ganhasse pontos, mas também não perdia, oferecendo bastantes pontos à oposição. Qualquer governante está sempre a fazer política, mesmo que o seu ministério seja economia.

As empresas privadas agradecem que a Segurança Social corte estes subsídios só aos funcionários públicos e reformados e não ao sector privado; talvez o objectivo seja inverter a posição procura/interesse entre privado e estatal, demonstrando que cada vez mais o privado está a ficar mais aliciante do que o estatal. Têm esse direito!

Por outro lado, sugerir às empresas aumentar em meia-hora o horário de trabalho dos seus colaboradores, pagando o mesmo salário, para participarem no aperto que os funcionários públicos estão a sofrer para se ultrapassar a crise, também foi uma decisão infeliz. As pessoas não são máquinas. As máquinas, pomo-las a trabalhar mais meia-hora e elas produzem o correspondente a essa meia-hora de produção dentro do estabelecido para produzirem. Então se as pessoas fossem máquinas (só que as máquinas não consomem o que é produzido, só as pessoas), a empresa aumentaria talvez a sua produtividade porque

PRODUTIVIDADE DO TRABALHO – Valor acrescentado bruto (VAB) por trabalhador. Obtém-se dividindo o VAB da empresa pelo número de trabalhadores ao seu serviço. Mede a eficiência das firmas na utilização dos recursos humanos. Comparações entre a produtividade de empresas de diferentes sectores devem ser feitas com cuidado. Tal como entre sectores de actividade diferente se deve ser cuidadoso. Por exemplo, uma indústria de capital intensivo terá, em condições normais, uma produtividade do trabalho superior a uma indústria de mão-de-obra intensiva.

VALOR ACRESCENTADO BRUTO (VAB) – Soma das vendas totais, trabalhos para a própria empresa, variação de produções, subsídios destinados à exploração e receitas suplementares, menos os consumos intermédios. Alternativamente, o VAB poderia ser calculado somando os impostos directos, despesas com o pessoal, despesas financeiras, outras despesas e encargos, amortizações, reintegrações e provisões do exercício, perdas extraordinárias do exercício e de exercícios anteriores e resultados líquidos e subtraindo as receitas financeiras correntes, ganhos extraordinários do exercício e de exercícios anteriores.

Contudo, há que ter em atenção que mais meia-hora de trabalho implica obrigar pais e mães a ficarem aflitos com os seus filhos que estão à sua espera e mil e uma tarefas domésticas que ficam atrasadas porque estes colaboradores não ganham para ter empregadas(os) que façam estas tarefas por eles como muitos dos decisores. Então significa que eles não vão produzir o que produzem nos seus tempos mais produtivos. Pelo contrário, porque eles já estão cansados e desmotivados é muito natural que haja bastantes acidentes de trabalho neste período o que vai provocar a ausência dos acidentados por um período mais ou menos longo; logo diminuição do índice de produtividade.

Por outro lado, ter a empresa a laborar mais meia-hora implica aumento dos custos fixos, pelo menos.

E o que é que o Estado recebe a mais por toda esta situação supostamente a criar?

Nada, porque na verdade, se a empresa não conseguir vender este suposto excedente de produção não realiza dinheiro, aumenta os custos dos produtos em armazém e os seus lucros não apresentam aumentos no final do exercício anual e portanto não há aumento da receita fiscal para o Estado.

Na verdade, esta medida sugerida parece mais um castigo para os trabalhadores do privado, significando que os cortes nos salários do sector estatal são feitos como um castigo. Mas como? De que culpa são estes acusados? Não foram eles os causadores da crise em nenhuma fase desta.

Estamos numa fase de recessão e muitas empresas não conseguem vender o que produzem ou os serviços que prestam e por isso há tantas empresas a falir. Como se justifica este suposto aumento de produção? Os empresários/gestores devem pensar 'mas vamos vender este excedente de produção a quem? Só se for ao Senhor Ministro!!!!'

Nada disto faz sentido!!!!!!!!

A solução não está em aumentar a produção, baixando o custo da mão-de-obra operacional que está a um nível terceiro-mundista e, por isso, com o apoio dos restantes países da UE, nos últimos tempos, Portugal vinha a aumentar anualmente o salário mínimo. Agora temos problema quando a empresa paga salários terceiro-mundistas aos colaboradores operacionais e paga salários superiores aos salários dos quadros superiores congéneres nos países mais desenvolvidos economicamente da União Europeia quando as empresas destes Estados da UE apresentam volumes de vendas muito superiores aos das empresas congéneres portuguesas. A solução não passa por escravizar os colaboradores operacionais, mas resolver o problema dos salários dos quadros superiores e encontrar mercados para vender a produção nacional.

Lagos, 15 de Novembro de 2011

Há várias políticas de impostos. Cada Governo segue as suas. A um Governo Social-Democrata espera-se que tenha políticas principalmente sociais. Por isso, é eleito. Como social-semocrata que sou, acho que, em altura de crises, os impostos devem manter-se baixos para evitar a recessão e, se possível, ajudar ao crescimento do sector da economia, pois é esse que gera riqueza de onde se vai buscar as receitas dos impostos. Se se aumentam os impostos em época de crise, “mata-se a galinha dos ovos de ouro” e depois não há ouro para ninguém; destrói-se o sector produtivo e as famílias e cada vez é menor a receita dos impostos porque o Governo levou quase todos à falência. Agora quando se quer mudar a classe empresarial, quando se quer mudar a estrutura empresarial; aí os meios justificam os fins (será?).

Pois bem, mas além disso, há outras matérias também muito importantes, neste caso, para Portugal:

  • trata-se dos impostos sobre o turismo – Portugal, cada vez mais, vive do turismo já que se destrói o seu tecido empresarial produtivo; então para não matar mais uma das poucas “galinhas dos ovos de ouro” que temos, os impostos sobre este sector têm de ser dos mais baixos da União Europeia e países congéneres. O motivo é claro: atrair os turistas para as várias e variadas belezas do nosso país e dar a conhecer ainda mais belezas que não estão ainda expostas porque (claro), aumentando as receitas do turismo, aumenta-se a receita dos impostos (não é a carga fiscal que o Governo recebe, mas sim as receitas dessa carga fiscal.)
  • trata-se dos impostos sobre a cultura – os portugueses de Portugal andam a viver uma das piores crises de que se lembram e isso deixa-nos desanimados, deprimidos e até revoltados o que não é bom para a economia e a estabilidade do país; então a cultura tem um papel importantíssimo a desempenhar neste momento em que não há presente e parece que não há futuro para ninguém. A cultura não aparece como panaceia, mas sim como uma oportunidade de conhecer outras vidas, outras culturas, outros pensamentos … Fazer trocas de espectáculos com companhias estrangeiras … é necessário levar os portugueses a esquecer por momentos as suas agruras e pensar noutras coisas, noutras situações, procurar encontrar saídas … Aliviar a alma! É necessária uma política de incentivo ao deslocamento dos portugueses aos lugares onde se faz cultura, pagando o Estado uma percentagem do preço do bilhete para aqueles de mais baixos recursos e é necessário que os impostos sejam dos mais baixos da carga fiscal para que as companhias da cultura consigam manter-se e fazer o seu trabalho. Na história de qualquer país, isto sempre aconteceu. Só por ignorância, não se toma em atenção este factor – a cultura;
  • trata-se da defesa das nossas fronteiras – Portugal é um país fronteiriço e é também fronteira da União Europeia. Portugal não pode descurar a defesa das suas linhas de fronteira até como elemento dissuasor. Sabemos das apetências de muitos por este pedacinho de terra. É importante a sua defesa para não se tornar numa “república das bananas” que já está muito a caminho disso.  
Lagos, 05 de Agosto de 2011
Hoje faz um mês que o meu pai faleceu.

A nossa vida vai voltando às suas antigas rotinas; agora já sem a sua presença.

A pouco e pouco vai sendo mais fácil aceitar a sua partida e começamos a aceitar como normal a sua ausência.

Está a ficar melhor” dizia a ele e a mim própria e estava convencida disso. Ele sorria e tudo estava bem.

Partiu sereno e tranquilo; era isso que o seu rosto deixava transparecer, mas deixou saudade!

Lagos, 20 de Abril de 2011
Sobre A Social-Democracia e a Responsabilidade Social do Estado

A nossa cultura de estrutura grecocristã sempre privilegiou a relação com o outro. O outro é por definição o próximo e procuro o meu próximo porque só na relação com o outro eu me conheço, aprendo a partilhar, aprendo a gostar ou não de mim mesmo, participo no bem comum, posso reconhecer o bem e o mal, ... É pelo outro que eu sou com a multiplicidade dos meus modos de ser.

Por consequência, o processo de socialização traz consigo uma nova experiência de relações e a criação do Estado. Existe uma relação estreita entre Estado e Sociedade, sendo que o Estado é a forma que atinge a vida social numa fase adiantada do seu desenvolvimento, uma vez diferenciadas, autonomizadas e tornadas complexas as suas funções. A razão de ser do Estado reside na Constituição. A Lei define as normas e os limites do exercício do poder/serviço, mas principalmente garante a eficácia do poder exercido por aqueles que foram mandatados para isso.

A ideia de Estado moderno é a de uma planificação orgânica e referida a um único centro de todas as esferas da vida social e do controlo efectivo sobre todos os domínios e sobre todas as associações particulares ou indivíduos.

O Estado é o garante da ordem social, mantém em equilíbrio mais ou menos dinâmico, mais ou menos estável, as tensões, as diferenças, os desequilíbrios, os conflitos de interesses dos grupos, das classes, das associações.

Nos regimes democráticoliberais, estes deixam aos indivíduos e associações maior margem de liberdade e espaço para a luta pela obtenção dos seus interesses/objectivos. O liberalismo democrático alia a tradição liberal ao princípio da democracia e a existência social é regulada pelo Estado segundo o princípio da redistribuição pelo qual o Estado tem a obrigação de zelar pelo bem-estar das suas populações mais desfavorecidas de modo a que todos tenham as condições mínimas para se sentirem felizes.

Num Estado democrático, as relações deste (Estado) com a população são relações de serviço, pois é para a servir que a população criou, aceita e sustenta o Estado. Atualmente, terceiro milénio, na sociedade da informação e comunicação, as relações do Estado com as suas populações têm de ser cada vez mais de serviço porque as populações são cada vez mais letradas e conscientes desta realidade e por conseguinte, cada vez mais exigentes com o Estado que as assiste porque esse é um direito seu. Não faz mais sentido, o Estado gastar o dinheiro dos contribuintes (e contribuintes somos todos nós que ainda antes de nascermos já estamos a contribuir para o Estado pelas compras que os nossos pais fazem para nós. Antigamente eram apenas os endinheirados que contribuíam pagando as despesas relacionadas com o património do Estado e sua manutenção, com as despesas de guerra, com uma percentagem nos actos de venda, ... e por isso, depois usavam poder sobre os demais que não tinham com o que contribuir) com empresas mal geridas por gente incompetente e a receber elevados rendimentos em nome de um bem comum que essa empresa possa trazer à população. Não se aceita mais isto; não se pode aceitar. A preocupação do Estado tem de ser cada vez mais social e canalizada para essa franja da população desfavorecida pela fortuna (boa-sorte). Então as empresas que continuamente dão prejuízo, sejam elas quais forem, não podem continuar a existir deste modo, arrecadando para si o que faz falta à população mais desfavorecida. As despesas do Estado têm de ser concentradas nos grupos populacionais mais desfavorecidos nos quais se inclui as famílias numerosas porque há que ter em atenção o rendimento per capita da família.

Quanto às receitas, o Estado vai buscá-las aos diversos tipos de impostos que a população é obrigada a pagar e também a investimentos seguros de capital que vai fazendo em empresas que dão lucros e portanto, bem geridas, aumentando assim as receitas ao longo do ano do Estado. As empresas não podem dar prejuízo ao Estado porque isso é roubar as populações mais desfavorecidas. Estas empresas têm de ser vendidas ao sector privado para este as tornar rentáveis. Se se trata de um nicho de mercado do bem comum; então o Estado contribui com uma parte da despesa que o cidadão mais desfavorecido faz ao usar/utilizar esse bem. Por exemplo, os transportes públicos – o preço do bilhete é 1€; então o cidadão mais desfavorecido paga 20 cêntimos; 30, 40, 50, 60 cêntimos, o resto a empresa recebe do Estado. O mesmo para as actividades culturais, ..., aumentando assim o consumo e as receitas fiscais do Estado. Se se tornar uma empresa de lucros continuados e aliciantes e distribuição de dividendos, o Estado pode comprar acções desta empresa e agir como qualquer outro accionista. O interesse do Estado, representante dos interesses da população a que diz respeito, é aumentar os seus proventos de modo a poder beneficiar mais a população com mais necessidades por satisfazer.

As empresas que já são públicas e bem geridas, dando lucros e aumentando os proventos do Estado como a Caixa Geral de Depósitos no seu todo (porque é o seu todo que equilibra as receitas desta empresa e a torna lucrativa. Desmantelar esta empresa e vender a parte que equilibra os seus balanços é prepará-la para dar prejuízo e vendê-la depois ao desbarato), são uma bênção para o Estado e de modo nenhum podem ser desmanteladas ou privatizadas. Mesmo um ignorante na matéria considera isso uma idiotice.

Este é e será um Estado social e democrático.

Lagos, 14 de Março de 2011

sobre O Infante D. Henrique e a vila de Lagos

Há historiadores que afirmam que o Infante D. Henrique, quando escreveu num documento/carta “(...) minha vila” se referia a uma sua vila romana que possuiria em Sagres.

Acontece que o Infante D. Henrique não teve nenhuma vila (romana ou não) em Sagres. O Infante D. Henrique teve uma casa simples na Raposeira, perto de Sagres, para quando queria estar sozinho. Agora, na verdade, o Infante D. Henrique possuía uma vila, era Senhor de uma vila, a vila de Lagos. Daí ele escrever com todo o direito “minha vila”.

Acontece que Lagos, no barlavento algarvio, foi sede de Bispado segundo documentos dos Concílios de Toledo dos anos 622, 631-633 e durante os pontificados dos Papa Honório, Papa João IV e Papa Teodósio até à invasão dos mouros que se iniciou, em Lagos, em 716 (vide JP Rocha – Monografia de LAGOS; João Batista Coelho; Faria e Silva – Monografia de LAGOS; JP Rocha; António C. Inglês, prior de Santa Maria). Também o prova a Vila do Bispo que ainda existe, agora já não a típica vila romana com casa senhorial para o Bispo e casas para os seus trabalhadores agrícolas e criados; mas uma vila, sede de concelho no barlavento algarvio.

De 716 a 1241, tempo da ocupação moura na maior parte deste período, LAGOS passa de sede de Bispado a aldeia, quando D. Francisco Paio Peres Correia, com o apoio de vários reis cristãos, a reconquista de forma definitiva para os portugueses; apesar de ainda existirem muitas tentativas dos mouros para reconquistarem este território.

Em 1258, Alfonso X de Castela doa a aldeia de Lagos ao Bispo de Silves, D. Frei Roberto.

O rei D. Afonso IV faz doação de Lagos a D. Gonçalo Fernandes (Mário Cardo).

Em documento de 05 de Janeiro de 1361, o rei D. Pedro I concede jurisdição própria a Lagos, tornando-a independente de Silves e concede-lhe a designação de Vila e concelho. D. João I deu-lhe o título de Vila Notável a 08 de Fevereiro de 1402, D. Manuel I deu-lhe Foral e Brazão de Armas, D. João III reafirma-lhe o título de Vila Notável em 25 de Agosto de 1535 e el-rei D. Sebastião deu-lhe o título de cidade e capital do Algarve em 1573. Lagos tinha assento nas Cortes de Évora, no Terceiro Banco.

Em documento de 05 de Março de 1372, Lagos é doada a D. Gregório Premado (Livro D. Fernando/ Batista Lopes).

No ano de 1453, a vila de Lagos é doada ao Infante D. Henrique (MARTINS; 1992; p. 40). Segundo documento de 05 de Março de 1372, a vila de Lagos foi doada a Gregório Premado nesta data e esteve na sua posse até 1453, ano em que passou a pertencer ao Infante D. Henrique.

Em documento de 04 de Agosto de 1464, por morte do Infante D. Henrique, LAGOS – Vila e Castelo – é doada ao Infante D. Fernando, irmão de D. Afonso V (Crónica do Príncipe D. João/ Monografia de Lagos – JP Rocha/ Mário Cardo).

Ainda neste ano, 1464, LAGOS – Vila e Castelo – é doada a D. Diogo, Duque de Viseu e este, por sua vez, doou LAGOS a sua irmã, D. Leonor, por dote de casamento. LAGOS passa assim a estar unida à Coroa Portuguesa, pois D. Leonor passa a ser rainha de Portugal e Senhora de Lagos. (Crónica do Príncipe D. João/ Corografia S. Lopes/ Mário Cardo; Monografia de Lagos – JP Rocha)

vide PAULA, Rui M.; Lagos – evolução urbana e património; edição de Câmara Municipal de Lagos; Lagos, Outubro de 1992.

MARTINS José António de Jesus; A Freguesia de Santa Maria (do Concelho de Lagos) – Estudo Histórico (Monográfico); 1.a edição; Lagos; edição da Junta de Freguesia de Santa Maria de Lagos; Setembro de 1992.

Lagos, 25 de Fevereiro de 2011

Sobre A Messe Militar de Lagos

Recentemente, numa das reportagens dos telejornais, surgiram os edifícios que o Estado tem posto à venda e entre esses edifícios estava a Messe Militar de Lagos. O meu coração ficou apertado. O que vai acontecer à messe militar? como sempre designámos este edifício desde que me conheço.

Tenho andado a pensar no assunto, pois aquele edifício remonta aos tempos antigos, século XIII, quando ali foi criado um hospital com capela dedicada a S. Pedro, patrono dos pescadores, para cuidar dos lacobrigenses extramuros, já que este edifício se situava na margem esquerda da foz da Ribeira dos Touros e havia um hospital com capela que viria a ser a atual igreja de Santa Maria, intramuros para os outros lacobrigenses na foz da margem direita da Ribeira dos Touros ainda durante a existência da primeira cerca(muralhas) da povoação Lacóbriga que já tinha sido sede de bispado.

Com a Urbanização Henriquina, século XV, estas duas ribeiras de origem lacobrigense são drenadas e no espaço adjacente ao hospital dos pescadores e agricultores lacobrigenses é edificada a única paróquia de uma grande vila – Lagos – a paróquia de Santa Maria da Graça, em 1415. Lagos adquire novamente o estatuto de vila em documento de 05 de Janeiro de 1361, no reinado de D. Pedro I.

Em 1694, esta igreja paroquial fica sob a guarda da Irmandade de S. João de Deus, fundando o seu hospital e convento nos terrenos adjacentes a esta igreja e foi-lhes confiado o tratamento dos enfermos militares. Onde era o hospital de S. Pedro foram construídos e inaugurados os Paços do Concelho, em 1490 e lá se mantiveram até ao terramoto de 1755, quando foram arrasados.

Os Paços do Concelho foram reconstruídos na atual Praça Gil Eanes e inaugurados em 1798.

De 1794 a 1803, foi construído o atual edifício da Messe Militar, na altura designado por Hospital Militar com Torre do Relógio exatamente no local do antigo convento e hospital para enfermos militares da Irmandade S. João de Deus e primeiro edifício dos Paços do Concelho.



Com todo este património histórico agregado àquele espaço, venho propor à Câmara Municipal de Lagos que todo aquele quarteirão seja restaurado, incluindo a igreja de Santa Maria da Graça, para instalações da UNIVERSIDADE DE LAGOS com protocolos com o Ministério da Educação e afins e com a Universidade do Algarve.

Lagos, 21 de Fevereiro de 2011
Sobre O Ensino Superior em Portugal

Ouvem-se os jovens, ouvem-se os empresários, analisam-se os dados estatísticos e os reitores de universidades e directores de faculdades e o ensino politécnico (os responsáveis) não estão a compreender e a responder às necessidades de Portugal e dos portugueses.

O tecido empresarial está muito deficitário; isto quer dizer que Portugal/Europa tem, de longe, um número insuficiente de empresas. A consequência disso é uma elevada taxa de desemprego em todos os níveis estruturais da empresa. Os jovens do ensino superior afirmam que todos os dias enviam imensos currículos e não obtêm resposta, isto quer dizer que os jovens do ensino superior continuam, apesar de há tanto tempo, anos se falar no assunto, a serem preparados para serem empregados(as) e receber o seu salário no fim do mês. A responsabilidade é dos responsáveis do ensino superior que estão com dificuldade em se adaptarem às novas situações que o país (e Europa) apresenta, vivendo ainda no antigamente ...

Os novos empresários de sucesso são filhos e netos de gente que trabalhou no sector que eles agora assumiram. Milhares de empresas criadas têm um tempo de vida muito curto: em média anual - dois anos. Isto quer dizer que o problema dos jovens do Mediterrâneo-Sul (África) é partilhado pelos jovens do Mediterrâneo-Norte e não só ...

O empreendedorismo não pode ser apenas uma teoria muito agradável no ensino superior. Sócrates que viveu há dois mil e quatrocentos anos, morreu porque era um verdadeiro mestre. Atualmente muitos se designam mestres, mas nem conseguem ser mestres de si próprios. Depois de tantos anos, o ensino continua dominado por debitadores de matéria do “alto das suas tribunas” quando durante este tempo todo temos necessitado cada vez mais de mestres, discípulos do filósofo Sócrates que dialogava, orientava, desenvolvia o sentido crítico, punha a pensar, discorrer sobre os assuntos/problemas, criava pensadores, empreendedores ...

Continuamos a precisar do filósofo Sócrates ...

Acredito que se precisa de uma cadeira facultativa “Empreendedorismo” no último ano da licenciatura/mestrado que se prolongará no ninho de empresas da universidade, politécnico durante o tempo que for necessário para cada empresa criada caminhar por si própria (importante, cada caso é um caso) e não há excepção para nenhuma área ... onde aqueles que quiserem formar a sua empresa com colegas e amigos da mesma instituição/outras vão sendo encaminhados, orientados, apoiados e ensinados por doutores no assunto. Só assim os nossos jovens conseguem criar empresas que vinguem e dentro de uma, duas gerações serem empresas nacionais, internacionais ... As faculdades seriam pagas com uma percentagem das receitas das empresas destes ninhos de empresas. O IEFP não tem abrangido e não abrange o ensino superior.

Criar uma empresa e mantê-la é um caminho com muitos escolhos e jovens de famílias sem este know-how, não se conseguem aguentar.

O Ensino superior tem de adaptar-se na prática aos novos tempos para bem de todos, de Portugal e da Europa.

Lagos, 26 de Janeiro de 2011
Sobre Impostos, taxas, ...
A Agência Lusa teve a informação de que há cidades de destino turístico que andam a lançar taxas sobre turistas e não-residentes para aumentar as suas receitas. Mais um exemplo de decisores ignorantes. Qualquer decisor deveria praticar um pouco de xadrez que treina/desenvolve a capacidade de prever as consequências de cada jogada/decisão antes de a fazer/tomar e a questão é que todos nós tomamos decisões todos os dias a nível individual, de família, profissional, cívico, político, ...

Decisores políticos há que pensam: aumenta-se o valor das taxas, aumentam-se as taxas e assim aumenta-se a receita. Erro crasso! Esse é um raciocínio muito primário que não se adequa aos seres humanos e não cabe na sociedade de homens e mulheres, ...

Estes decisores políticos não contam com a reacção do objecto do seu raciocínio; mas ele reage, sim! Ora bem, as cidades de destino turístico estão a sofrer cortes orçamentais pelo sobreendividamento e então têm de procurar outras fontes de receitas e estes decisores políticos vêem nos seus turistas a galinha-dos-ovos-d'ouro, mas enganam-se porque os turistas já não esbanjam e é só analisar os dados dos anos mais recentes.

A verdade é que estes países estão a contrair empréstimos para pagar empréstimos e contam com a sua capacidade de renegociação para se irem aguentando na corda bamba e calando os credores, no futuro. Portanto, o PIB presente e futuro está praticamente penhorado e a saída para estes países são as populações dos países não-sobreendividados que poderão importar produtos dos países sobreendividados aumentando assim as suas exportações e fazendo entrar alguma moeda extra sempre bem-vinda. Claro que estas populações também se atreverão a fazer turismo para estes países, mas claro que o farão não como mecenas, mas como “amigos do seu amigo”, isto é, aquelas populações que ainda se podem dar ao luxo de fazer turismo, escolherão os países/cidades que lhes ofereçam melhores condições económicas para si, para que o seu dinheiro disponível aumente os seus próprios benefícios. Assim como os turistas normalmente são inteligentes, pois conseguiram amealhar para fazer férias vão escolher as cidades que lhes ofereçam melhores condições por mais baixo preço e rejeitam taxas a si destinadas e “lá vai pelo cano abaixo” as receitas-extra sobre turistas. É que eles não gostam de ser tratados assim ...

Ao contrário, é diminuindo a carga fiscal; é oferecendo melhores condições a preços mais baixos como packs que se consegue aumentar a receita fiscal. Lá diz o povo na sua grande sabedoria “Não é com vinagre que se apanham moscas”, pois não é ...

Lagos, 24 de Novembro de 2010
Sobre A descaracterização da língua portuguesa
Acredito que há mesmo muito tempo (séculos) que a língua portuguesa não era tão descaracterizada.

Nos últimos tempos, adotou-se o abecedário internacional que veio substituir o abecedário português: foram acrescentadas três letras – o y, o w e o k. Acho muito bem!

O problema está no seguinte: os decisores desta matéria foram mais “papistas que o Papa” e decidiram eliminar o som guê do abecedário. Agora temos o e o jota que eram antes dois sons da mesma letra – j. Agora fala-se do gato, por exemplo, às crianças na escola, mas o abecedário não tem o som guê. Não acredito que para mudar para o abecedário internacional tivéssemos de eliminar o som guê. Acho incrível para tentar manter-me razoável.

O novo Acordo Ortográfico contém aberrações, mesmo atentados à língua portuguesa que bradam aos céus.

Ontem, no programa Eurodeputados na RTP2 das 19:20h às 19:50h os eurodeputados portugueses presentes abordaram o tema Estratégia 2020. Tudo bem! Trata-se de um plano estratégico para a UE de dez anos: 2010 – 2020. Agora o problema está no facto de todos eles dizerem vinte, vinte e não dois mil e vinte. Que eu saiba ainda se deve pronunciar dois mil e vinte quando se fala português e não a tradução à letra do inglês. Calculo que comunicar em inglês seja bastante frequente para estes eurodeputados na UE, mas daí a falar num programa para ser transmitido em Portugal e visto por portugueses que ainda cá, me parece, sejamos maioria, 2020 – vinte, vinte quando se trata de uma data. Acho que está a ser demais!

Já agora o planeamento engloba três fases distintas: o plano; a programação e o controlo da execução. O plano é teórico, geral, são linhas programáticas, um caminho a percorrer; a programação é composta por acções concretas, estabelecidas para concretizar o plano estratégico escolhido para um determinado período; o controlo da execução trata de estabelecer prazos e custos para realizar o plano de acordo com o estabelecido no programa. Faz-se a previsão e depois vai-se fazendo a comparação e o controlo para cumprir o programa. Por tudo isto, não se pode dizer que a Estratégia anterior fracassou; ficou aquém. Raramente se consegue cumprir um plano no seu todo porque é sempre estabelecido a pensar no ótimo, sem restrições ou constrangimentos e vai sempre sendo adaptado à realidade ao longo do período.

Já agora fala-se muito atualmente, para não sair desta corrente, em condições climatéricas, substituindo este adjectivo o adjectivo climáticas. Acontece que estes dois adjectivos não são sinónimos; só a ignorância os tem tentado fazer. As condições são sempre climáticas porque têm a ver com o clima. O período climatérico tem a ver com a temperatura, mas do corpo da mulher na altura da menopausa, os calores súbitos.

27 de Setembro de 2006

Sobre o Sistema da Segurança Social

Tenho estado a ouvir e ver com atenção a presença do governo português no parlamento na sua apresentação do novo sistema para a segurança social.

A questão da segurança social apoquenta todos os governos e sociedades da actualidade e ao longo dos últimos anos; tenho escutado atentamente as várias soluções que são propostas e tenho pensado sobre o assunto e cheguei à seguinte conclusão:

Só há uma saída: cada país, de acordo com o seu PIB, estabelece um plafond, isto é, tecto máximo de massa salarial para descontar para a segurança social que seja o adequado para pagar as pensões de reforma respectivas aos descontos efectuados para a segurança social. Os valores de massa salarial que ultrapassassem esse plafond, não estariam sujeitos a desconto para a segurança social tendo em vista as pensões de reforma, mas estariam sujeitos a outros condicionamentos.

Assim o leque dos vários níveis de pensões de reforma estariam sempre dentro dos valores possíveis a serem pagos pela segurança social no país. Não haveria pensões altíssimas nem a discrepância que actualmente existe em Portugal entre os valores máximos e os valores mínimos de pensões de reforma, mas todos viveriam em paz e sem stress relativamente à sua pensão de reforma; pois todos poderiam contar com ela quando chegasse a altura. Por outro lado, aqueles que auferem ou auferiram salários de grande montante, teriam garantida uma pensão de reforma razoável para o seu país e certamente terão os dividendos dos investimentos que fizeram com o que foi para além da massa salarial sujeita a desconto para a segurança social.

Acredito que desta maneira haveria estabilidade em todos os países relativamente a este assunto.

Lagos, 10 de Novembro de 2010

Ontem assisti a uma reportagem sobre a Segurança Social na Suíça no telejornal HOJE da RTP2 às 22:00h e imediatamente me lembrei da crónica que escrevi no dia 27 de Setembro de 2006 sobre este assunto e que transcrevo abaixo. Fiquei contente! A Social-Democracia começa a concretizar-se em alguns países.❐

Lagos, 30 de Outubro de 2010

Sobre A Distribuição da Carga Fiscal

Nesta época de mudança de paradigma e também de grande recessão porque ainda existe o paradigma antigo, mas o novo paradigma já cá está também; muitos são aqueles que não encontram espaço para si nesta fase de transição, apesar de estarmos sempre em evolução (ou retracção).

Devido ao enorme número real de desempregados portugueses, a enorme diminuição do número de empresas em Portugal, também a enorme quantidade de estrangeiros a viverem cá e do elevado peso da economia paralela na economia portuguesa, parece-me adequado não centrar a carga fiscal no rendimento, mas principalmente no consumo, não pondo de parte todos os outros impostos, claro.

Contudo, é necessário estudar o cabaz de bens de cada um dos escalões a atribuir na distribuição do imposto sobre o rendimento e fazer atribuir a cada escalão um determinado cabaz de bens com um determinado IVA.

Sobre o IRS, sem grande análise sobre o assunto, atribuiria ao grupo mais desfavorecido da população isenção de IRS. Aos que se enquadrassem naqueles 20% com rendimento mais baixo, atribuiria IRS de 15%; aos que se situassem naqueles 20% com rendimento mais elevado, atribuiria IRS de 45% e à classe média alargada atribuiria IRS de 30%. Isto nesta fase de transição, pois o IRS e o IVA principalmente devem combinar sempre e no que respeita ao IVA é sempre muito importante saber o que se passa em Espanha relativamente aos bens essenciais principalmente para não estarmos indirectamente a enviar portugueses para lá às compras e deixarmos o nosso comércio sem actividade.

As contas são sempre uma dor de cabeça em qualquer família; então as Contas Públicas são uma dor de cabeça muito superior. Qualquer orçamento é sempre um Balanço de Previsão que se compara depois com o Balanço Final de Exercício a que diz respeito. Assim para se elaborar um orçamento prevê-se, prevê-se ... e não se vê nada. Quando se afirma que as receitas são, no Orçamento para 2011 de ... mil milhões de euros; prevê-se, prevê-se; mas a verdade é que não se sabe quantas empresas terão lucro, quantas entrarão em insolvência, quantas serão criadas, quantos mais desempregados, quantos entrarão para o mercado do trabalho, quanto renderão a supervisão e controlo do Estado sobre os da economia paralela, ...

Quanto à Despesa Pública é mais fácil prever e acertar: se se prever entregar apenas ... mil euros para gastos em combustível para os automóveis do Estado; o Estado não vai entregar-lhes mais do que isso. A solução é utilizar o automóvel apenas para as deslocações mais importantes e as outras fazer em carro próprio ou transportes públicos como noutros países da Europa civilizada.

Se se atribuir apenas ... mil euros para a manutenção dos edifícios de uma escola; ela vai apenas receber isso e só com isso pode contar. Se se atribuir ... milhões de euros para publicidade/propaganda estatal; é apenas isso que pode gastar. O ministério terá de encontrar no mercado português empresas que façam este trabalho por este preço ou fazer menos campanhas de publicidade, por exemplo. Claro que também há o item para Despesas Extraordinárias, mas se o Governo for idóneo não usará este item para despesas que não sejam extraordinárias mesmo e se for um ano com poucas despesas extraordinárias, o valor desse item passa para o orçamento seguinte como receita das despesas extraordinárias e diminuirá o valor a ir buscar nesse ano para despesas extraordinárias.

Portanto na discussão do Orçamento no Parlamento, tanto apoiantes como opositores têm de ter consciência disto e precisam de comparar com as equivalentes do ano passado e prever ...

Lagos, 19 de Outubro de 2010

Sobre A Inovação na Agricultura – III

Na minha opinião, a actividade agrícola em Portugal não pode ser uniforme; mas sim ser feita uma análise a cada futura empresa agrícola tanto na perspectiva nacional como internacional dos mercados como do tipo de solos, dimensão, redes de transportes e de distribuição, quadros técnicos para que tipo ou tipos de empresa agrícola orientar a sua actividade.

Há empresas agrícolas a usar cada vez mais a permacultura que acho muito interessante, misturando-a com a agricultura biológica e os produtos obtidos devem ser condicionados sempre que possível com qualidade para lojas gourmet pelos preços do mercado europeu. O TGV com carris de bitola europeia é aqui um factor muito importante para colocação destes produtos frescos nos vários mercados da Europa. Este é o objectivo primeiro para o TGV europeu porque a saída da recessão portuguesa só pode ser feita através da exportação, já que nem tão cedo os portugueses recuperam o poder de compra para dinamizarem a economia a nível nacional. Por isso todos falam da necessidade de exportar.

Aliás entre os produtos obtidos da actividade agrícola, pode-se retirar produtos gourmet, mas também produtos de boa qualidade, média e inferior. É assim que a natureza nos produz. Há necessidade de fazer a selecção após cada colheita, acondicioná-los de acordo com os mercados a que se destinam e vendê-los, uns a priori, outros a posteriori, mas a selecção é feita pelo produtor, não desperdiçando nada o que se consegue com um bom planeamento regional de escoamento para vários fins da produção agrícola.

Também há que progredir a nível de mentalidades tanto de professores como de estudantes a nível superior. A questão não está apenas em ou trabalhar para outrém ou criar a sua própria empresa. Há mais possibilidades como criar empresas de serviços de coaching, de aconselhamento/acompanhamento a nível da agricultura que prestarão serviços a várias empresas agrícolas de diversas dimensões com diversas produções simultaneamente. Haja quadros competentes e com vontade que o resto vai surgindo, primeiro dando a conhecer o seu trabalho e o seu valor e depois os contratos irão surgindo nem que o pagamento seja feito após a colheita. Atualmente pode-se orientar a produção agrícola de maneira a que haja colheitas de diferentes produtos ao longo do ano na mesma empresa agrícola e assim garantir receitas ao logo do ano. Quase tudo está para ser feito segundo o novo paradigma.

Lagos, 10 de Outubro de 2010

Sobre A Obra feita dos Presidentes Portugueses

Há muito pouco tempo, assistindo a uma reportagem na televisão - RTP, verifiquei que os portugueses eram capazes de falar resumidamente da obra de cada um dos nossos reis e o seu cognome, mas dos nossos presidentes não são capazes de definir a obra de cada um.

Imediatamente pensei que havia aqui um grande trabalho a fazer.

Sem querer comparar reis e presidentes portugueses, parece-me que se poderia fazer o mesmo trabalho que foi feito para os reis – uma resenha que destaque o essencial e pelo qual cada um dos nossos presidentes pode ser identificado e este trabalho passar a ser divulgado e utilizado nas escolas em diferentes níveis de ensino. Proponho, por exemplo, a Academia de História para fazer este trabalho. Parece-me importante e urgente!

Lagos, 03 de Outubro de 2010

Sobre O TGV em Portugal

Também acho que o TGV com carris de medida europeia e não a medida ibérica, tem urgência em Portugal, se a União Europeia financiar largamente esta obra já que sabe a situação financeira de Portugal e de outros Estados-membros da União Europeia. É importante aproveitar os Fundos Europeus quando oferecem uma grande percentagem a fundo perdido e sabendo a situação financeira que Portugal atravessa.

Agora se e só se a Espanha colocar também carris de medida europeia. Isto é uma questão política e de princípio! As linhas do TGV não podem e não devem ser utilizadas por outros tipos de comboios; logo a Espanha não tem desculpa para continuar a usar e exigir de Portugal a manutenção de uma medida de carril diferente da europeia numa Europa – União Europeia – do século XXI. Os membros do Governo de Portugal não podem continuar a ser servis em relação a ninguém, principalmente à Espanha.

São carris novos para o TGV tanto em Espanha como em Portugal e a bitola tem de ser a europeia ou as bases democráticas e respeitadoras da independência de cada Estado-membro da União Europeia são uma farsa. Portugal é um dos primeiros Estados independentes da Europa (1143), muito antes da Espanha existir (1469) e se a União Europeia não pugna pela independência de Portugal é uma farsa de compadrios.

Lagos, 11 de Setembro de 2010

sobre A Ponta da Piedade em Lagos

Gostaria que a Ponta da Piedade não fosse ponto de embarque/desembarque de turistas para os passeios às grutas.

Passei por lá este ano e fiquei bastante triste com o que presenciei: «a sala» tem a água suja da gasolina dos barcos que lá param; há mau cheiro no ar e todo aquele espaço onde antes se nadava, está sempre ocupado por barcos esperando ...

Já não podemos nadar naquelas águas como outrora fazíamos – eram águas límpidas, ar puro, apenas se ouvia o som das águas a bater nas rochas, algum pássaro que por ali pairava ... nadávamos, sentávamo-nos nos degraus ou nas rochas e ... aquela quietude era maravilhosa e ali ficávamos em silêncio, escutando, apreciando, ... Chamávamos àquele espaço a melhor de todas as piscinas – era a Sala de Visitas da nossa Costa d'Oiro.

Quem ganha com estes passeios estragou e como! Conduzem-nos lá e dizem-nos "Aqui é a sala." Não se pode lá entrar porque quatro, cinco, seis barcos lá estão ocupando todo o pequeno espaço, esperando turistas? sujando a água que não é mais límpida e o ar. Agora é apenas a sala deles, mas muito mal tratada!

Há tantos pontos normais para receber turistas ao longo do rio de Lagos que não vejo necessidade deste ponto e o prejuízo é muito superior ao lucro. Como cidadã natural desta cidade que amo, peço que seja proibido aquele ponto de embarque/desembarque de turistas para os passeios às grutas.

Lagos, 19 de Agosto de 2010

sobre As Comemorações Henriquinas de 2010

Venho propor para as Comemorações dos 550 anos sobre a morte do Infante D. Henrique no dia 13 de Novembro deste ano o seguinte:

a) A Praça Infante D. Henrique;

b) A Rota do Infante D. Henrique.

Sobre a Praça do Infante D. Henrique, gostaria que se mantivesse onde está, com esta designação e com os testemunhos da sua história ao longo dos tempos, isto é, o que foi feito em 1960 na altura das comemorações dos 500 anos deve ser reposto e isso sabemos bem que é possível desde que haja vontade para isso. A atual estátua do Infante D. Henrique deve manter-se onde está; ela está, pouco mais ou menos, no limite do chão com o rio de Lagos/oceano Atlântico na vila henriquina de Lagos. Por isso faz todo o sentido a calçada portuguesa com desenhos de ondas do mar que havia naquele lugar, para além de ser um trabalho tipicamente português; tudo se coadunava.

Para além disso, gostaria que no rectângulo em frente da igreja de Santa Maria fosse colocado no centro um coreto modelo século XIX que nos recordasse o coreto que lá tínhamos e a época em que foi lá colocado. Gostaria que também fosse colocado neste rectângulo um pelourinho modelo séculos XVI-XVII a recordar o que lá existiu e aquela época. Esta praça primeiro chamou-se Praça dos Touros e, após a designação passou a ser Praça do Pelourinho (PAULA, 1992, p.174). Gostaria que este fosse colocado no canto igreja de Santa Maria/Armazém Regimental.

Depois destas referências estabelecidas, gostaria que se desfizessem as vias de trânsito neste espaço, unificando-o até aos passeios dos edifícios. Toda a composição restante, parece-me que um arquitecto paisagista resolverá melhor do que eu.

Assim que fosse possível, gostaria que fossem reconstruídos o Castelo que foi construído ainda primeiro do que a primitiva muralha de Lacóbriga no século IV antes da nossa era, muito antes dos mouros ocuparem esta terra e o Palácio dos Governadores, sendo o hospital retirado do lugar onde está para outro lugar mais adequado. No Jardim da Constituição gostaria que, de alguma maneira, a mais adequada, fosse compreensível para todos nós como se processava o desembarque/embarque de passageiros e mercadorias pelo Cais Velho, Porta do Cais, primeira Alfândega porque é muito importante para todos nós, mas principalmente para os estudantes.

Dentro da mesma linha de pensamento, gostaria que a atual Praça Gil Eanes recordasse a antiga Praça Ribeira das Naus com a Fonte das Oito Bicas, a Porta de S. Roque e a Gárgula de Aguada das embarcações. Com vontade, podemos tornar a nossa cidade numa das Cidades Europeias ligadas ao Comércio das Especiarias como há as Cidades Europeias Medievais. São aquelas: Génova, Veneza, Sevilha, Lagos, Lisboa, Antuérpia, Amsterdão.

Relativamente a uma nova estátua para estas comemorações, acho mais adequado colocá-la na zona nova da cidade numa avenida/ praceta, largo (...) do Infante D. Henrique que não vai em nada prejudicar a Praça Infante D. Henrique que já existe. Não esquecer a importância do caminho de Lagos a Sagres e a povoação Raposeira que também merece estátua.

Também gostaria que se criasse a Rota do Infante D. Henrique e os Descobrimentos. Esta rota começa no Porto onde ele nasceu e saiu a primeira expedição para Ceuta; passa para Lisboa onde viveu a sua infância/adolescência (...); depois passa para a Inglaterra onde passava férias com os seus familiares; depois passa para Lagos – Sagres – Raposeira; depois passa para Ceuta; depois passa para o descobrimento das ilhas do Atlântico; depois passa para a costa ocidental africana, a costa oriental africana e a seguir o caminho marítimo para a Índia e a própria Índia.

Este foi o grandioso projecto do Infante D. Henrique que se concretizou para além da sua vida terrena, mas a Pessoa Celeste Infante D. Henrique é imortal e a concretização de tudo o que ele projectou também.

Assim também se podem comemorar os 550 anos sobre a morte do Infante D. Henrique.❐

BIBLIOGRAFIA

PAULA, Rui M.; Lagos – evolução urbana e património; edição de Câmara Municipal de Lagos; Lagos, Outubro de 1992.

Lagos, 17 de Agosto de 2010

sobre Social-Democracia e Socialismo Democrático

Há já vários anos que há uma tentativa interna e externa PSD para, mantendo a designação, retirar-lhe todo o conteúdo social-democrata e dar-lhe conteúdo "popular", conservador. Ficaria Portugal com dois partidos à direita do Partido Socialista com a mesma linha programática. Desta maneira, acabariam com a Social-Democracia em Portugal e os sociais-democratas ficariam párias ou integrar-se-iam no Partido Socialista que passaria a praticamente hegemónico, vencedor de quaisquer eleições em Portugal perpetuamente e em democracia. Seria democracia?

Contudo Social-Democracia e Socialismo Democrático são realidades bem diferentes. A República da Rússia está a ensaiar o modelo Socialista Democrático e ao mesmo tempo a transmiti-lo aos Partidos Socialistas do mundo.

A Social-Democracia baseia-se bastante na sociedade civil e em impostos indirectos abaixo dos 30% sobre a matéria colectável, dando todo o apoio à sociedade civil para se organizar e ter suportes por sector empresarial/ profissional ... de apoio aos seus associados ao longo das suas vidas e a vários níveis. Seria bom que os portugueses começassem mesmo a registar e guardar os valores de todos os impostos que pagam dia-a-dia, mais os impostos indirectos: IRS/IRC/ ... No final do ano, somam o total dos impostos pagos, multiplicam por 100 e dividem pelas receitas que tiveram e assim acham a percentagem de imposto pago ao Estado e vão ficar estupefactos.

Na Social-Democracia, o Estado cobre todos os outros habitantes não inseridos e com baixos recursos que não alcançam os mínimos desejáveis a qualquer ser humano. As receitas do Estado, para além dos impostos, resultam das transgressões puníveis, de acções de empresas lucrativas/de carácter estratégico que distribuem dividendos todos os anos e atua nessas empresas como qualquer accionista, defendendo os interesses do país e da empresa como qualquer accionista, ...

O que diferencia a social-democracia de um Estado Conservador?

Exatamente a forma como a Social-Democracia adquire as receitas para cobrir as suas despesas; a maneira como gasta o erário público e as regalias sociais que concede aos seus habitantes; a supervisão que exerce sobre a economia dos privados para que cada um contribua de acordo com as suas possibilidades reais económicas de forma solidária para com os mais desfavorecidos da sociedade; um quociente de 6 - 10 entre o rendimento dos 20% mais pobres e 20% mais ricos, ... O Estado Conservador procura criar a sociedade dualista com o quociente anterior muito elevado e cada qual por si o que é totalmente oposto aos princípios cristãos.

Por outro lado, o Socialismo Democrático vai buscar as suas receitas principalmente pela nacionalização das empresas de maior rendimento/de carácter estratégico para, através deste rendimento fazer face às despesas sociais. Qual o problema deste sistema na minha perspectiva? Exatamente a inércia dos trabalhadores destas empresas, a dificuldade em inovar, a falta de motivação, ... tudo o que já é histórico de problemas de gestão e de organização ligados a estas empresas pela falta de incentivo devido ao salário estar sem constrangimentos e garantido ao fim do mês e aos compadrios. Também o peso demasiado excessivo da Despesa Pública em matéria social.

(...)

Lagos, 12 de Agosto de 2010

Sobre O Brazão da Vila de Lagos

"A cidade de Lagos tem Brazão de Armas dado por el-rei D. Manuel I em 1504, quando Lagos era vila. Este Brazão consiste em dois castelos pegados um ao outro, divididos por baixo com um arco em porta. Sobre esta porta está outro castelo como servindo de remate aos dois primeiros. Por baixo dos castelos vêem-se ondas e mar levantado e de cada lado uma lança levantada (MARTINS; 1990). Puseram este Brazão no frontespício da igreja/ermida de Nossa Senhora da Graça, junto da Porta da Vila, devendo concluir-se por ser este edifício público o mais antigo daquele tempo e talvez seja o Brazão a que se refere o Tomo VI da igreja de Santa Maria Tít. 21 que diz ser um escudo coroado. Contudo não há vestígios deste Brazão e dos dois castelos.

Sendo Lagos, Vila Notável feita por D. João I em 1402 parece que este lhe devia dar Brazão de Armas." (MARTINS; 1992; p. 106) ❐

comentário

O Brazão de Armas concedido por el-rei D. Manuel I em 1504, juntamente com o Foral à Vila de Lagos, acredito que representa o seguinte:

dois castelos – a dualidade desta vila entre a vila murada, nobre e com funções defensivas com a igreja de Nossa Senhora da Graça junto à Porta da Vila e o núcleo extramuros, de produção ao redor da ermida de Nossa Senhora da Conceição. Na altura, já a ermida de Nossa Senhora da Conceição tinha sido substituída pela igreja de S. Sebastião e já havia sido criada a segunda paróquia.Tudo isto até ao século xv.

Outro castelo servindo de remate aos dois primeiros – Século XV. A única paróquia da vila na fase henriquina, a igreja de Santa Maria da Graça na rua Nossa Senhora da Graça, com a qual o Infante D. Henrique pretendeu unificar a vila a acabar com as inimizades entre os dois núcleos. Este símbolo no Brazão talvez fosse uma chamada de atenção de D. Manuel I para acabarem com esta dualidade em Lagos e tudo retomar a uma única paróquia.

Sobre arco em forma de porta – simboliza a igreja de Santa Maria da Graça/ a vila de Lagos com porta virada para o mar. Não dois blocos, frente a frente, inimigos; mas agora toda a vila de Lagos virada para o mar, dele recebendo e dele enviando; enfim vivendo com ele.

De cada lado uma lança levantada – simboliza a defesa de toda a vila que vai ser murada por D. Manuel I mais tarde, em 1520 e não apenas a defesa da vila murada que existia antes.

Os decisores de Lagos pegaram neste Brazão de Armas e colocaram-no no frontespício da igreja/ermida de Nossa Senhora da Graça, nesta altura sem culto porque eles queriam a situação de dualidade e não gostaram do significado do Brazão, pois para eles aquela igreja era a verdadeira igreja da vila, apesar de abandonada.

Acredito que D. João I deu o título de Vila Notável a Lagos, mas não lhe deu Brazão porque o seu reinado foi pleno de muitas preocupações e ocupações e o início de uma nova dinastia. D. João I não se lembraria de Brazão para nenhuma vila. Acho que não achava isso tão importante. Agora o título de Vila Notável com assento no Terceiro Banco das Cortes de Évora; isso sim era importante para Lagos, mas também para D. João I ter partidários fiéis nas Cortes a defender as suas posições.

Esta é a minha tese.

BIBLIOGRAFIA

MARTINS José António de Jesus; A Freguesia de Santa Maria (do Concelho de Lagos) – Estudo Histórico (Monográfico); 1.a edição; Lagos; edição da Junta de Freguesia de Santa Maria de Lagos; Setembro de 1992; pp. 168.

Lagos, 09 de Agosto de 2010

Sobre Lagos – Vila Notável

A 08 de Fevereiro de 1402, o rei D. João I concede o título de Notável à Vila de Lagos. Porquê?

Primeiro, este facto estava em documento dos arquivos da Câmara Municipal de Lagos, segundo afirmam os Priores da paróquia de Santa Maria de Lagos de finais do século XIX e outro de princípios do século XX. Contudo, este documento foi destruído num dos incêndios que flagelaram esta Câmara e já não há mais prova escrita, mas acredito que ambos eram pessoas idóneas e podemos confiar na sua palavra.

Segundo, acho muito viável que D. João I tenha dado título de Notável à Vila de Lagos porque acredito que tanto o alcaide como a população terão tomado o partido de D. João (I) desde o primeiro momento pelos mesmos motivos de muitas outras vilas e possivelmente destacou-se nas suas posições. Assim que as coisas acalmaram no reino, D. João I premiou-a com esse título e não a esqueceu.

Esta é a minha tese.

BIBLIOGRAFIA

MARTINS José António de Jesus; A Freguesia de Santa Maria (do Concelho de Lagos) – Estudo Histórico (Monográfico); 1.a edição; Lagos; edição da Junta de Freguesia de Santa Maria de Lagos; Setembro de 1992; pp.97-98, 102.

Lagos, 24 de Julho de 2010

sobre A Data de 1378 na igreja de Santa Maria da Graça

Sabemos que a igreja de Nossa Senhora da Graça existiu junto à Porta da Vila nas primitivas muralhas da Lacóbriga/Lagos e que terá existido desde os primórdios deste povoamento, certamente com designações diferentes.

Na era cristã, já igreja de Nossa Senhora da Graça refundada por milaneses pescadores, ela foi a única paróquia desta localidade até Agosto de 1415 quando a igreja de Santa Maria da Graça situada na rua Nossa Senhora da Graça foi inaugurada e recebeu todo o acervo do Cartório Paroquial da igreja de Nossa Senhora da Graça, junto da Porta da Vila, passando a ser a nova e única paróquia de Lagos.

Quando foi que a igreja de Nossa Senhora da Graça, junto da Porta da Vila, se tornou igreja matriz?

Acontece que igreja é todo o corpo de fiéis e o edifício a que chamamos igreja para simplificar, é a Casa da Igreja; neste caso Igreja – Corpo Místico de Jesus Cristo. Então esta igreja tornou-se matriz quando amadrinhou outra igreja; neste caso, a igreja de Nossa Senhora da Graça amadrinhou duas igrejas ao mesmo tempo e ela finou-se, prolongando a sua vida nas duas novas igrejas a que se deu:

  • a igreja de Nossa Senhora da Graça na Fortaleza de Sagres que, por sua vez já é matriz porque fundou uma nova igreja – a igreja paroquial Nossa Senhora da Graça na vila de Sagres;
  • a igreja de Santa Maria da Graça, paroquial por herança da igreja matriz, aquela situada na rua de Nossa Senhora da Graça que por sua vez passou a ser matriz da igreja de Santa Maria quando deu novo carácter à igreja da Misericórdia, passando para lá o seu acervo do Cartório Paroquial, tornando-a assim paróquia e dando-lhe um novo nome – igreja de Santa Maria.

Uma igreja matriz, para além de fundar uma nova igreja, tem de passar à nova igreja que funda algo importante, fundamental, de seu. Assim eu acredito que, para além de todo o acervo do Cartório Paroquial e além de outros bens, a igreja de Santa Maria da Graça recebeu esses “letreiros que apareceram nalgumas pedras da nave do meio da igreja de Santa Maria da Graça com a data 1378, governando D. Fernando e sendo Bispo de Silves, D. Martinho.” (PAULA, 1992, p.356). Acredito que 1378 – deve ser a data de qualquer evento muito importante que aconteceu na igreja de Nossa Senhora da Graça, junto da Porta da Vila.

Esta é a minha tese.

BIBLIOGRAFIA

MARTINS José António de Jesus; A Freguesia de Santa Maria (do Concelho de Lagos) – Estudo Histórico (Monográfico); 1.a edição; Lagos; edição da Junta de Freguesia de Santa Maria de Lagos; Setembro de 1992; pp.24-27.

PAULA, Rui M.; Lagos – evolução urbana e património; edição de Câmara Municipal de Lagos; Lagos, Outubro de 1992.

Lagos, 16 de Julho de 2010

Sobre A Coligação

Ontem uma das grandes novidades no programa Parlamento em directo da RTP2 sobre o Estado da Nação foi a proposta do Dr. Paulo Portas para uma coligação PS + PSD + CDS-PP.

Diz a Ciência Política que, em democracia, o partido que está no Governo poderá ganhar eleições

  1. se mantiver satisfeita uma maioria da população;
  2. se usar a ”lei da rolha”, mantendo na esperança de melhores dias e na expectativa pessoal de melhoria de condições de vida os escolhidos;
  3. se anular a oposição, provocando a inexistência de alternativa credível ao Governo desgastado ou o surgimento de uma coligação.

Ora bem, o PSD está a tornar-se uma alternativa credível ao partido no Governo – PS. Então que acontece?

Surgem os veteranos PS – Dr. João Cravinho e Dr. Mário Soares - a dar o alerta da necessidade de um Governo Central para se conseguir ultrapassar a crise e agora surge o Dr. Paulo Portas com esta proposta de coligação.

Se o Partido Social-Democrata aceitar uma coligação e o Dr. Pedro Passos Coelho tem sido muito tentado nessa direcção, o PSD deixa de ser alternativa de Governo porque entra para o mesmo barco e assume as mesmas culpas e não vale a pena dizer aos portugueses que o PSD queria diferente, faria diferente. Os portugueses já estão politicamente mais adultos. Por outro lado, a direita deixa de ser oposição, se entrar numa coligação com o PS.

Deixa de haver oposição, se houver uma coligação PS + PSD + CDS-PP?

Claro que não. Passa a haver apenas uma oposição, a dos partidos à esquerda do PS. Será a única oposição a esta coligação e poderá apresentar-se como alternativa credível à coligação, recebendo o voto útil dos portugueses que tem uma percentagem bem interessante em Portugal e passarem a ser governo. Então o PS ainda se vangloriará de ter sido com a sua ajuda que a esquerda à esquerda do PS chegou ao Governo - “dois coelhos de uma só cajadada” como diz o povo.

Lagos, 15 de Julho de 2010

Sobre O risco de pobreza em Portugal

Hoje Portugal assistiu em directo no programa Parlamento da RTP2 ao Estado da Nação. Nele o primeiro-ministro, engenheiro José Sócrates, afirmou que “segundo o relatório do Instituto Nacional de Estatística divulgado hoje mesmo, diminuiu o risco de pobreza em Portugal relativamente ao mesmo período do ano anterior”.

Acontece que estes dados estão falseados logo à partida, não pelo INE que se limita a trabalhar os dados que lhe chegam, mas pela recolha de dados para fins estatísticos. Demonstram-no todas as instituições de solidariedade social que existem no país e que vêem aumentar de dia para dia o número daqueles que a elas se dirigem a pedir auxílio de diversa ordem. Se esses forem questionados, nenhum deles está registado em nenhum dos departamentos que fornecem dados ao INE. Muitos outros há que não se dirigem a estas instituições porque de algum modo têm alguém que os auxilia, mas também não estão registados nos departamentos que fornecem dados ao INE. Quem são?

  • São desempregados com mais de trinta/trinta e cinco anos que as empresas se recusam a empregar e que ainda não atingiram os sessenta e cinco anos para se candidatarem à reforma e a quem os Centros de Emprego fazem má-cara para eles deixarem de lá aparecer, pois estes informam-nos que os Centros não criam empregos e eles deixam de aparecer;
  • são ex-empresários com dívidas e sem receitas ou qualquer tipo de auxílio estatal que não estão registados em nenhum dos departamentos que fornecem dados ao INE porque não há apoio para eles;
  • são emigrantes portugueses de todas as idades e qualificações que tentam encontrar no estrangeiro a oportunidade que não têm no seu país e que não estão registados em nenhum dos departamentos que fornecem dados ao INE.

O risco de pobreza continua a aumentar em Portugal, sim!

Lagos, 14 de Julho de 2010

Sobre As qualificações dos portugueses

Hoje, na Rádio SIM, às 10:58h, no programa Café Central do Sr. José la Féria, uma ouvinte que entrou no ar, informou que tem um filho doutorado em Lisboa e que trabalha no Porto como Grafic Designer a recibos verdes, ganhando 700€ mensais e vive em Barcelos. Paga de portagens 200€ mensais e vive com os pais, claro. O seu salário não dá para devaneios de ter a sua casa e a sua família nuclear. Ela pergunta ao auditório: Como é que a juventude dos nossos dias pode ter filhos? Constituir família?

Este caso não é a excepção. É a regra.

Já escrevi sobre este assunto há algum tempo.❐

Lagos, 03 de Julho de 2010

Sobre Factos que ficam na história

As Viagens na Minha Terra de Almeida Garrett fizeram-me estudar novamente as Invasões Francesas de 1807-1811 e verifiquei que, desde o início, o Algarve foi ocupado por regimentos franceses e isso levou-me a outra ordem de pensamentos: exatamente à Praia de S. Roque e a uma espécie de bivalves que lá se apanham na altura das marés grandes. Aquele cujo nome varia de lugar para lugar onde é apanhado; em Lisboa são cadelinhas e cá no barlavento são conquilhas ou condelipas.

Se nos quisermos debruçar sobre o assunto, acho que, com estes bivalves aconteceu o mesmo que com muitas outras coisas que temos: foram os de fora que nos ensinaram a reconhecer e a aprender a gostar daquilo que temos e não damos a nossa menor atenção até que um dia chega alguém de fora e nos mostra como é bom.

Se tomarmos atenção à palavra conquilha, ela é uma adaptação da palavra francesa conquille e certamente não é pela erudição da população do barlavento, mas sim porque os soldados franceses já conheciam este género de alimento e ensinaram aos nativos a cozinhá-los para eles e claro que quem cozinha, prova e gostaram e adoptaram o nome para conquilha e o alimento.

No entanto, reza a lenda que não foi só a soldadesca que gostou das conquilhas. Diz-se que havia um general ou um comandante francês de Napoleão Bonaparte cujo passatempo favorito era apanhar conquilhas na Praia de S. Roque (até Alvor): era o conde de Lippe. Certamente algum português perguntou aos seus soldados franceses, em português, apontando para o conde:

- Ele, que faz?

E o soldado francês, que não tinha estudado português, teria respondido:

- Conde de Lippe. (pensando que lhe estariam a perguntar quem ele era)

O português, de certeza, que foi ter com ele porque somos muito curiosos e disse-lhe:

- Condelipa?

Sim.

O comandante teria no pensamento a sua pessoa e o lacobrigense aquilo que ele estava a apanhar.

Imediatamente se pôs a imitar o general e este ria-se do jeito do português e o português ria-se de ver o conde de Lippe a rir-se e ia enchendo os bolsos de condelipas.

Quando ia chegando a casa, sai-lhe a sua mulher a caminho e pergunta-lhe:

Que andaste tu a fazer que trazes os bolsos e as calças todos molhados? (meio a rir, meio séria).

Ele diz-lhe, muito atrapalhado:

- São condelipas.

E isso serve para comer?

- O comandante diz que sim.

Ponho isto a cozer numa panela com água e depois logo se vê.

Assim passou a existir mais uma palavra nova na nossa língua – condelipa para designar aquela espécie de bivalves.

Lagos, 25 de Junho de 2010

Sobre As Faltas de Respeito ao Infante D. Henrique e à sua Cidade

Passo regularmente pela Praça do Infante D. Henrique e deparo com a sua estátua num estado calamitoso de sujidade e fico horrorizada. Este é o ano em que se comemoram os 550 anos sobre a morte do Infante D. Henrique e nunca vi a estátua tão suja. Se não houver a atenção adequada aos lacobrigenses que não gostam de ver a estátua daquele que colocou Lagos na história de Portugal, europeia e universal em tal estado de desprezo e abandono; pelo menos pelos forasteiros que neste ano andam à procura dos locais, monumentos e paisagens que os enriqueçam sobre os Descobrimentos e são muitos os grupos que se dirigem à estátua do Infante.

Houve alguém que teve a infeliz ideia de destruir um espaço de lazer e diversão para crianças que por ali se divertiam a andar de bicicleta, a brincar e jogar uns com os outros e os adultos a se encontrarem, conversarem, filmar e fotografar-se por ali. Colocar lá os bancos foi boa ideia; agora colocar lá aquele tanque foi muito má ideia e de muito mau gosto porque não se interrompe assim um espaço de lazer para usufruto dos que por lá passam e representa um perigo para as crianças e idosos que brincando/conversando caem no tanque e rouba espaço, muito espaço que faz falta a esta cidade. Retirar o mosaico de pedra representando as ondas porque ali, no paredão existente, batia o mar antes da construção da avenida; era um trabalho da calcetaria portuguesa que mais nenhum povo o faz e que tão bem se enquadrava naquele local, foi uma ideia muito infeliz; ainda por cima num ano de comemorações henriquinas.

A saída mais airosa que encontro para tão horrível decisão, é repor tudo exatamente como estava relativamente ao mosaico de ondas da calcetaria portuguesa e quanto mais cedo melhor. Também a estátua do Infante D. Henrique deve passar a estar limpa e ser limpa com mais frequência.

Tudo isto é uma vergonha para todos os lacobrigenses e principalmente para os serviços camarários.

Relativamente ao espaço de lazer que foi criado em frente da Messe Militar e da igreja de Santa Maria, gostaria que lá fosse colocado um coreto tradicional (em tempos já lá esteve um) onde pode tocar a Banda Filarmónica, cantarem/tocarem bandas, grupos ou indivíduos ou aparelhagem de som para animar todos os que se encontrarem na Praça do Infante e arredores. É um ótimo local de convívio para todas as idades que tem sido muito esquecido.

Lagos, 23 de Junho de 2010

Sobre Os Próximos Concertos de Andrea BOCELLI

Na lista de concertos a nível mundial que Andrea Bocelli tem, destaca-se o concerto no Teatro del Silenzio em Lajatico, apenas por ser na sua terra natal porque ele prima pela qualidade excelente em todos os seus concertos por todo o mundo.

Daqui a um mês ocorrerá em Lajatico – Toscânia – Itália dois concertos excepcionais:

23 de Julho 2010 – Concerto Sinfónico com participação poética de Andrea Bocelli;

24 de Julho – ensaios públicos do concerto do dia seguinte;

25 de Julho – concerto anual de Lajatico de Andrea BOCELLI, das 6pm às 7pm.

O próprio Andrea Bocelli fala dos programas dos concertos nos vídeos da Home Page da Andrea Bocelli Fans Community, à direita http://www.andreabocelli.com/. Quem quiser consultar o website e mapa, basta clicar http://www.fourone.it/

O lugar é fantástico, o Teatro del Silenzio é maravilhoso e os concertos de Andrea Bocelli são excepcionais. Quem participa, volta sempre.

Não posso deixar de mencionar a participação de Andrea Bocelli na festa de encerramento do Campeonato Mundial de Futebol – FIFA World Cup - em Joanesburgo – África do Sul, no dia 09 de Julho. ❐

Lagos, 11 de Junho de 2010

Sobre “Eccellenze Nascoste”

Apesar de este programa estar praticamente concluído, não vou deixar de vo-lo dar a conhecer para as próximas edições do mesmo nos próximos anos pela excelência do mesmo.

Eccellenze Nascoste”


«Party today called the program of events shows Excellencies HiddenFrom an idea of Andrea Bocelli. A research laboratory dedicated to the music and the arts with four concerts of different genres and the screening of a docu-film dedicated to Pope John Paul II.
The event runs from 7 May to 11 June 2010 on our beautiful country - Italy, I remember the few that still do not know, birthplace of the great Italian tenor.
People of great charisma and professionalism, hidden from the media, but excellent in their kind.
It starts Friday, May 7 with a concert of "Div4s"the quartet of sopranos accompanied on the piano by Maestro Carlo Bernini, the artistic director of the event and responsible music of Andrea Bocelli and violinist Enrico Bernini, with a repertoire drawn from the more classic tunes and lyrics.
The May 14 is the turn of the duo Voice & PianoAurora Parcels (vocals) and Antonella Gualandri (plan) that offer the best Italian songs from the 30s through the 60s a modern interpretation.
Following Friday, May 21 Jazz concert Gina Giani and Doctor Jazz Quartet.
Closes the musical events May 28 Marco Macchiarini Night Band and The Sugar with a series of covers of his friend Sugar and other songs ranging from rhythm & blues to funk.

All concerts begin at 21:00 and will be held in the Teatro Comunale Lajatico, while on June 11 will be screened in Piazza Vittorio Veneto "I", the docu-film on the life of John Paul II, Alberto Michelini, with music taken from Sacred Arias performed by Andrea Bocelli.
The initiative is sponsored by: City of Lajatico, Banca Popolare di Lajatico, Theater of Silence, Almud, Four One.
Admission: € 20 for the concerts in the theater, 10 € for the film in place, 60 € for the complete package of four concerts.
Here is the complete program:
. Friday, May 7 21:00 ORE Div4s Sopranos in concert
Repertoire drawn from the more classical and opera arias, accompanied
. Friday, May 14 21:00 ORE Voice & Piano A trip back in time
Taken from traditional Italian repertoire from the '30s to the '60s, through rinterpretazione a modern twist.
. Friday, May 21 AT 21:00 Gina Giani and Doctor Jazz Quartet Jazz Concert
. Friday, May 28 AT 21:00 Marco Macchiarini and The Sugar Band nigh
From Sugar to the Rhythm and Blues

. Friday, June 11 21.00 - Piazza Vittorio Veneto Creed
Screening of the docu-film of Alberto Michelini about the extraordinary life

Pope John Paul II.»

Lagos, 25 de Maio de 2010

Sobre World Music Awards 2010

No passado dia 18 deste mês de Maio, aconteceu em Montecarlo a entrega de troféus do World Music Awards 2010. É um acontecimento dos mais importantes no mundo da música. Acontece que o tenor Andrea BOCELLI, cujo reportório abrange vários géneros musicais foi um dos laureados com o troféu de carreira. É mais um troféu muito importante que acrescenta ao número de troféus que tem vindo a ganhar ao longo da sua carreira. Entre outros, gosto de salientar o de Patrono dos Artistas que ganhou há poucos anos. É um tenor excepcional. Tanto no YOUtube como no seu portal http://www.andreabocelli.com/ quem o quiser, pode vê-lo e escutá-lo. Está de parabéns, André BOCELLI!

Lagos, 31 de Março de 2010

Sobre A situação actual em Portugal

Na minha opinião, o cancro da sociedade portuguesa passa pelas suas características terceiro-mundistas, isto é, vários gestores de empresas públicas ou semipúblicas, funcionários públicos a receberem salários nominais mensais superiores a 100 000€, 300 000€, 400 000€ aos quais são acrescentados prémios de gestão e várias regalias em empresas cujas receitas estão muito aquém das suas despesas correntes, mas que recebem enormes financiamentos dos cofres do Estado cuja dívida pública já é 100% do PIB ou muito próximo disso. Claro que estes cargos estão ocupados pelos escolhidos das forças instaladas no poder para quem a crise não existe nem nunca existiu e os que já estão na Reforma recebem pensões correspondentes a tais salários que esgotam o Fundo de Pensões da Segurança Social não deixando nada para a grande maioria dos reformados de pensões de miséria.

Pois este país – Portugal – tem um número muito superior a este de não-escolhidos, entre os quais estão pensionistas da Pensão Social Mínima que mensalmente recebem pensões inferiores a 200€; pensionistas da Pensão Mínima Agrícola que mensalmente recebem pensões inferiores a 300€ e pensionistas da Pensão Mínima que recebem pensões inferiores a 500€ mensais. Dizem as estatísticas que atualmente os jovens portugueses vivem com os pais, em média, até aos trinta anos de idade, pois e há licenciados e mestres que só encontram trabalho indiferenciado com salários nominais inferiores a 500€ que muitos já aceitam exactamente porque estão a viver com os pais porque este salário não lhes paga sequer as despesas extras que fazem por estar a exercer estes empregos: calçado, roupa, alimentação, transporte ...; trabalham para o currículo, para a reforma ...; mas que currículo e que reforma?

Se eles quiserem alugar um quarto num apartamento, vão ter de pagar valores à volta dos 600€ e se quiserem alugar um T-zero, terão de pagar à volta de 700€; mas se eles recebem pouco mais de 400€ e as outras despesas com água, gás e electricidade, por exemplo, como as pagam?

Depois a propaganda vigente vem para a praça pública afirmar que há vários milhares de ofertas de emprego disponíveis nos Centros de Emprego e Centros Comerciais e ninguém os aceita. Temos um país de preguiçosos, malandros, contrabandistas, ... (subentende-se). Pois é!

Há dias, um estudante do secundário da grande área de Lisboa afirmava, no programa «Você na TV» perante esta questão, que isto se deve ao grande desajustamento entre o que pretende quem oferece e o que pretende quem procura. Pois é!

Mas também há em Portugal muitos desempregados com apenas o ensino unificado ou secundário e muitos desempregados com mais de 35 anos; porém a questão é idêntica: o salário de maneira nenhuma consegue pagar as despesas básicas do indivíduo!

E as jovens famílias?

Afirmam que os portugueses estão cada vez mais egoístas, já não sabem fazer crianças, precisam dos estrangeiros ... Pois é!

(...)

É importante uma economia de exportação, mas ... e isto Senhor Primeiro-Ministro?

Lagos, 11 de Março de 2010

Novo portal do Andrea Bocelli

Andrea Bocelli – cantor, tenor – já há algum tempo deu um new look ao seu portal http://www.andreabocelli.com/ e tem muitas novidades para todos os seus admiradores(as) e fãs. Nunca esquecer de passar pelo clube de fãs que também está fantástico.

Lagos, 17 de Fevereiro de 2010

Sobre Soluções para a crise

Mais uma vez venho salientar que a saída da crise não passa pela extorsão que está a ser feita às populações activas a trabalhar e às empresas. Quanto maior for o imposto sobre o rendimento da população activa e maior for o imposto sobre as empresas, maior será o desemprego e maior será o número de empresas a fechar e, portanto mais desemprego ainda e maior desmotivação para as empresas que subsistirem e para os seus empregados e maior engenho haverá na fuga ao fisco, principalmente da parte das clientelas do poder dominante por se sentirem protegidas.

Desta maneira, não aumenta a receita fiscal. Os cofres do Estado não receberão o que poderiam receber.

A saída da crise passa sempre por muitas medidas convergentes para o mesmo: aumento da população trabalhadora.

Temos levado os últimos anos a ensinar a população a poupar e não se endividar, mas o Governo endivida-se e endivida-se porque não será ele a pagar e, ao mesmo tempo, vai enchendo os bolsos à sua clientela que tem vindo a prestar serviços ao Estado que se endivida, endivida ...

O país está praticamente no fundo:

  1. não utiliza os fundos comunitários que lhe são destinados porque não tem como pagar a parte que lhe cabe nesses fundos nem que seja 10%, 20%, 30% dos valores atribuídos a Portugal. Depois é a “pescadinha de rabo na boca”: Como Portugal não utiliza os fundos disponibilizados por Bruxelas, cada vez lhe serão atribuídos menos fundos, menos quotas, ...
  2. os portugueses e as empresas portuguesas estão descapitalizados porque há bastante tempo que se habituaram a viver do crédito. Usavam o crédito para tudo. Agora bateram no fundo: Estado, empresas, particulares. A saída é o investimento directo estrangeiro e o que for possível de investimento privado português e investimento público;
  3. não tem tecido empresarial porque 99,9% deste são PME, atualmente. A grande maioria das empresas tem fechado, falido;
  4. o desemprego está a atingir valores reais alarmantes para qualquer país, também por se camuflar os desempregados com mais de 35 anos e menos de 65 anos que não entram nas estatísticas e não têm qualquer apoio estatal. Quem não ganha, não gasta e a economia paralisa porque já são um número bastante elevado;
  5. a fuga para o estrangeiro da grande maioria da juventude portuguesa de qualificações superiores que vai para ficar e não envia divisas para o seu país como os governantes têm andado habituados a contar com isso; completamente desmotivada e zangada pelos incompetentes que dominam este país e fazem asneiras atrás de asneiras na sua ignorância para as funções que desempenham e usam a “lei da rolha” para se manterem no poder;
  6. (...)

Para aumentar a população trabalhadora, é necessário:

  1. diminuir a carga fiscal sobre os contribuintes: indivíduos e empresas de modo a tornar aliciante e compensador trabalhar legalmente neste país – micro, pequenas, médias, grandes empresas;
  2. atribuir as mesmas vantagens para criar empresas em Portugal tanto a estrangeiros como a portugueses. Os portugueses também necessitam de ser aliciados a investir em Portugal que cada vez é menos o seu país;
  3. supervisão de Bruxelas e delegados de Bruxelas a fazer e mostrar como se faz por mandatos nos vários níveis do sector público;
  4. baixar os salários inflacionados dos quadros superiores e aumentar os salários mínimos. Ouço muito falar dos sacrifícios aceites pelos irlandeses para superar a crise, mas não ouço falar do salário mínimo dos irlandeses que é superior a 1000€ e dos salários dos quadros superiores irlandeses que são inferiores aos seus congéneres em Portugal;
  5. implementar políticas que apoiem o empreendedorismo e a inovação caso a caso, no concreto;
  6. deixar a democracia respirar e viver;
  7. (...)

e deixar acontecer;

porque é diminuindo a carga fiscal que aumenta a receita fiscal.

Lagos, 06 de Fevereiro de 2010

Sobre Governo de Maioria Relativa do Partido Socialista

Um partido democrático sabe principalmente governar em maioria relativa, segundo as regras da democracia. Um governo que só sabe governar em maioria absoluta é a face de um partido que conhece muito mal as regras da democracia; é um partido doente numa democracia porque não sabe orientar-se nestas regras que são de diálogo e de procura do bom-senso e de saber umas vezes ganhar e outras ceder.

Muitas vezes se ouve os membros do governo e do partido socialista português no parlamento afirmarem que o partido socialista teve a maioria dos votos e por isso deixem-no governar. Isto demonstra uma grande ausência de valores democráticos no seu seio.

Um partido democrático, com os valores da democracia, sabe que o parlamento é o órgão máximo da democracia porque é lá que estão os representantes eleitos e escolhidos pela população que detém o poder. Numa democracia, todos os órgãos do poder da ditadura passam a órgãos de serviço para a população em democracia porque todos os elementos destes órgãos são pagos pela população através dos impostos que esta paga, directa e indirectamente.

Numa democracia, o governo está sempre sob a vigilância do parlamento porque este é o elemento máximo da democracia, o guardião dos valores democráticos do país e da população, defendendo os interesses desta; para isso foram eleitos e estão a ser pagos por ela e também o governo está sob a vigilância do presidente da república. Porquê? Porque o governo facilmente passa do serviço ao país a que se comprometeu em acto eleitoral para se esquecer da população que votou ou não nele e governar-se a si próprio, transformando serviço em poder e usando e abusando deste, estabelecendo na prática uma ditadura no seio de uma democracia, arruinando esta e enfraquecendo-a cada vez mais. Não me lembro de nenhum ditador que tenha aceitado afirmar que o seu país vivia numa ditadura. Sempre os ouvi afirmar que lá se vivia em democracia. Até Mugabe o afirma. Claro que ele e os seus vivem a maior das liberdades que alguma vez poderiam viver num país democrático ou numa ditadura de outros.

Se o governo foi eleito para governar, o parlamento foi eleito para o vigiar e vigiar a observância das regras democráticas e do bem-estar da população e defender os interesses desta. Então o governo só tem de governar de acordo com o seu programa eleitoral e os programas eleitorais daqueles partidos que com ele formam a maioria da população porque, em democracia, só se deve governar para a maioria da população e não para 30% desta. É toda a população que lhes paga os salários no final do mês.

Já agora, que dizer de um partido, o partido socialista, que criou e aprovou leis que vão contra 75% da população e se recusa a aceitar o referendo que a grande maioria da população exige. Onde estão os seus valores democráticos? Os seus valores republicanos? Num ano em que até se comemora 100 anos de república; valores de quê? Democráticos? Não me parece! Ou já se esqueceram de muita coisa importante.

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Neste Carnaval, gostaria de partilhar convosco:

«Sabes, Cristina, eu só vou ao médico para ajudar a viver o médico; só vou à farmácia para ajudar a viver o farmacéutico e depois não tomo os medicamentos para me ajudar a viver a mim.»

Lagos, 11 de Janeiro de 2010

Sobre A Kidzania

Tomei conhecimento de que já há em Portugal um parque temático onde as crianças exercem profissões a brincar e assim ganham uma ideia muito mais concreta sobre qual/quais as profissões para que estão mais vocacionados à medida que vão crescendo. Quando chegar a altura da escolha da profissão, esta decisão já será tomada com mais consciência e com mais conhecimento de causa.

Trata-se de um parque temático para toda a família e tem mais de 60 profissões. Situa-se no IC16 entre a CRIL e a CREL. Para quem quiser, é possível pesquisá-lo na net http://www.kidzania.pt/

Bom trabalho!

O meu Clube de Leitura

Os meus filmes

1.º – As Amendoeiras em Flor e o Corridinho Algarvio.wmv
2.º – O Cemitério de Lagos
3.º – Lagos e a sua Costa Dourada

Os meus blogues

http://www.psd.pt/ Homepage (rodapé) - “Povo Livre” - salvar (=guardar)
http://www.arteemgestao.pt/ (empresa de consultoria e negócios utilizando a metodologia 'coaching')