Hoje
venho partilhar convosco os apontamentos que escrevi quando li este
livro já lá vão uns bons anos; contudo tudo me parece bem atual.
Espero que gostem!
BEM-ESTAR INTERIOR
de Maria
José Costa Félix
- Oficina do Livro – 2003
“Tudo indica que uma das
razões para o alastramento do sentimento de solidão
é a ruptura dos elos familiares que faz com que, hoje em dia, muitas
famílias estejam espalhadas e que cada um, vivendo separado dos
seus, se sinta estrangeiro, isolado, abandonado. Aquilo que aflige
terrivelmente o mundo de hoje é a solidão
afectiva. Querer
partilhar a vida e não ter com quem.
Sós,
no fundo estão todos aqueles que nunca souberam que só a amizade
acompanha, de facto. A amizade que permanece cá dentro de nós para
lá do fim de qualquer situação sentimental. Amizade – atitude
constante de não recusa, de abertura total, de esperança que é fé.
Sós
estão, no fundo, todos os esfomeados de ternura e compreensão que
ainda não vêem que não é do exterior que a amizade nos alimenta.
Sempre virados para fora, nem reparam que o coração se lhes vai
ressecando e que é só por isso que, por ocasião de uma perda, nada
mais encontram do que o vazio.
Sós
acabam sempre algum dia por se sentir todos aqueles que, qualquer que
seja a sua situação, não encontrados consigo mesmos, precisam de
alguém exteriormente a acompanhá-los. A solidão tem muito a
ensinar-nos: que há uma plenitude vinda de um estarmos bem connosco
mesmos; que essa sensação de bem-estar não precisa do que quer que
seja para existir e que há uma não necessidade capaz de irradiar e
de atrair outros sem ser por carência, mas para uma celebração
conjunta.
O
momento da morte é o do encontro inevitável com tudo aquilo que,
durante muito tempo recusámos por medo de ficar sem. E nesse momento
final de toda uma aprendizagem que, ao longo da vida, fomos sendo
convidados a fazer, por muito acompanhados que estejamos – de
pessoas e coisas – a nada mais nos podemos agarrar senão ao que
realmente somos.
Esta
solidão não é isolamento, mas dimensão última. A entrada no
outro lado da vida. E chegar serenamente a este momento de maior
libertação é qualquer coisa que não conseguimos fazer uns dos
outros isolados.
Seres
divididos que somos, só dando as mãos, abrindo o coração, é que
vamos tendo a força para navegar por entre as tantas correntes
contrárias que, no dia-a-dia, nos tornam difícil captar a cor única
do fundo do mar.
Daí
a importância daquele olhar para nós virado; daquela mão que a
nossa pega; do corpo que com o nosso se funde; da onda de ternura, de
carinho, de amizade, de amor. Daí que, quem não os tem, quer viva
isolado quer acompanhado, se sinta só na vida.
Da
mesma maneira que, como se costuma dizer, quanto mais sabemos, mais
sabemos que nada sabemos; também quanto mais avançarmos pelos
caminhos da vida, mais atalhos nos aparecem pela frente; mais
encruzilhadas, eventualmente mais abismos a obrigarem-nos a um
trabalho de discernimento.
E há alturas em que nos sentimos demasiado cansados para esse
trabalho.
Uma
das coisas que a astrologia nos ensina é que cada um de nós é
responsável por aquilo que lhe acontece – e ao mundo de que faz
parte – na medida das suas potencialidades. Isto é, tudo aquilo
que se possa fazer para melhorar o mundo em que se vive e não se
faça, provavelmente nos cairá em cima, de uma forma ou de outra.
Não por qualquer castigo, mas por simples consequência de um
não-aproveitamento daquilo que nos foi dado.
O
que temos, não nos pertence: sejam bens materiais, sejam bens
espirituais. Foi-nos dado por um tempo, maior ou menor, para que o
utilizemos, mas também que o distribuamos de forma a que, por nosso
intermédio, outros disso possam beneficiar.
De
que forma é que estamos a aproveitar o que temos, o que somos?
Até
que ponto é que vale a pena gostar disto de que gostamos, fazer isto
que fazemos?
Qual
a dimensão do contentamento, qual a veracidade da alegria que a vida
que temos nos traz?
A
vida é feita de pequenos nadas encadeados; cuja sequência, grande
parte das vezes, nos escapa. E se não aceitarmos que nos possa
escapar, somos levados, conscientemente ou inconscientemente, a
forçá-la.
De
repente, sentimo-nos num buraco; sem perspectivas.
Ninguém
verdadeiramente sai do buraco onde caiu, se não se tiver decidido a
procurar dentro de si as forças, muitas ou poucas, quaisquer que
elas sejam, que tem e a utilizá-las.
Um
primeiro passo para acreditar nesta capacidade de auto-revitalização,
que todos temos, parece ser começar por mudar pequenas coisas na
própria vida. Introduzir nela alguns hábitos básicos que, à
medida que vão criando uma determinada rotina, a vão alterando.
Há
quem, por natureza, enfrente a vida com alegria e sempre encontre uma
saída, qualquer que seja a desgraça que lhe caia em cima;
simplesmente porque parte do princípio de que alguma saída há-de
haver e acredita que, no momento adequado, surgirá.
Há
quem, face ao menor obstáculo, desespere.
Acontece
que, atrás de feitios ou predisposições optimistas ou pessimistas,
poderá estar algo mais importante que é o gostar ou não gostar de
si próprio. O aceitar-se tal como se é, dando a si próprio o
direito de não ser perfeito, de poder falhar, de não corresponder
às expectativas seja lá de quem for. O que implica não se
recriminar nem se preocupar muito em saber o que os outros pensam
sobre si. Deixar a vida fluir.
Há
uma pequena táctica: gostar
de nós próprios.
Se eu quero que os outros gostem de mim, tenho de começar por
criticar-me menos, procurar os meus pontos positivos e valorizar-me.
Gostando de mim é natural que, por consequência, os outros gostem
também de mim, se eu lhes souber mostrar o meu valor. Estamos a
reforçar esta táctica se valorizarmos o carinho, os abraços, os
beijos, as relações familiares e de amizade. Se procurarmos
relacionar-nos com pessoas com interesses semelhantes aos nossos,
manter-nos a par do que se passa à nossa volta e fazer alguma coisa
de útil na vida.
Muitas
são as pessoas que tentam, desesperadamente por vezes, encontrar os
meios de controlar tudo o que acontece à sua volta; os seus
sentimentos; os seus pensamentos; o seu futuro.
Procuramos
controlar a nossa vida quando, por exemplo, sentimos uma inveja
doentia de alguma pessoa mais bem sucedida, mas encontramos maneira
de nos convencer de que ela fala ou veste de maneira horrível. Ou
quando sentimos uma enorme atracção por alguém e nos convencemos
de que essa pessoa é que está interessada em nós, só que nem lhe
ligamos.
Também
tentamos controlar aquilo que nos acontece e que por vezes tanto nos
angustia, através do que fazemos, do que dizemos, do que pensamos,
ou seja, da nossa inteligência. Para tudo temos uma teoria e para
tudo encontramos justificação sem nos apercebermos de que a razão
profunda para tudo isso é para não enfrentarmos o desamparo que,
afinal, nos habita.
Nada,
porém, adiantamos em lutar contra a vida nem em tentar controlá-la.
O que se pode fazer com a vida é semelhante àquilo que se pode
fazer com a água: colocar as mãos em concha e recebê-la criando
espaço onde poderá permanecer. Isto é, se não podemos modificar
alguns dados fundamentais da vida, podemos sempre modificar a nossa
maneira de lidar com eles e, talvez, de os receber no nosso mundo
interior. O importante é ter uma atitude de não resistência e de
acolhimento da vida.
O
truque é permanecermos em contacto com aquilo que nos está a
acontecer encarando cada momento da vida com a única coisa que temos
como segura, isto é, valorizarmos o aqui
e agora.
Quando
nos acontece algo que nos faz sofrer e não temos como evitá-lo,
pensemos no número infindável de pessoas que já passaram, estão a
passar ou irão passar por algo semelhante imaginando-nos como uma
pequena conta de um colar com biliões delas, percorridas por uma
corrente de luz dourada que signifique partilha, solidariedade e
entre-ajuda. Aceitar serenamente factos inevitáveis ou
incontroláveis da vida, permite-nos uma tranquilidade e uma energia
que sempre nos ajudarão a lidar melhor com eles.
Habituados
a ter sempre algo para fazer, algum programa profissional ou social,
alguém com quem conversar ou fazer qualquer outra coisa,
dificilmente aceitamos que, tal como existem tempos de actividade,
também existem tempos de passividade. Qualquer deles, como pólo que
é de tensão, tem de ser vivido para que a tensão vá desaparecendo
do nosso dia-a-dia.
Pretender
que a vida seja uma série contínua de tempos de actividade é tão
prejudicial ao crescimento como permitir que nela tudo sejam tempos
de passividade.
Deixá-la
fluir não significa de maneira nenhuma ficar por sistema à espera
de que alguém nos resolva os problemas. Só que, por vezes, há
pesos que nos caem em cima e que nos obrigam a entregar as armas. A
única coisa que, nesses momentos difíceis, nos é pedido é que,
mesmo sem compreender o porquê do que está a acontecer, o
aceitemos. Apenas isso.
Ao
acreditarmos que, sempre que é preciso, há uma força que, não
sendo nossa, nossa se torna; conseguimos continuar a olhar para a
vida com um sorriso. Um coração disponível. Uma alegria
inexplicável.
Sem
noite, o dia seria menos luminoso e sem dia, a noite seria demasiado
silenciosa. Para quem não trabalha, as férias têm pouco sabor; mas
quem só trabalha não consegue aproveitar bem as férias ...
A
verdadeira vida – aquela que, aconteça o que acontecer, nos traz
contentamento interior – é feita de totalidades,
complementaridades.
Os
nossos sentidos não conseguem captar a totalidade do que quer que
seja. Todos eles, fazendo parte da matéria que constitui a nossa
morada terrena, só podem, de cada vez, captar uma parte daquilo que
apreendem. A sua camada visível, audível, palpável.
Porém,
há algo em nós que continuamente nos convida a olhar para lá do
que os nossos olhos vêem. A ouvir para lá do que nos chega através
dos ouvidos. A sentir o perfume de que o cheiro das flores apenas é
a expressão. A saber que há uma fome para lá da física. A apalpar
a vida sem pretender agarrá-la.
Esse
algo que nos habita, sendo profundamente nosso, não nos pertence.
Tal como não nos pertence tudo aquilo que irrompe quando menos
esperamos, quando nada planeamos nem controlamos. Aquilo que nasce
não porque o tivéssemos desejado, mas porque, com simplicidade, o
acolhemos para que ganhasse forma visível, audível, palpável.
Tudo
na vida funciona em termos de eixos. Dia – noite; claro – escuro;
quente – frio; yang – ying; activo – passivo; ... enquanto
qualquer pólo de um eixo for exacerbado, vivemos em tensão. Exercer
a nossa liberdade de, em cada momento, aceitar ser mais activo ou
mais passivo, implica estar continuamente atentos aos sinais que nos
vão sendo dados, através dos apelos que vamos sentindo e do que nos
vai sendo proporcionado ou negado. Isto só se consegue se, por entre
todas as nossas actividades, formos arranjando no nosso dia-a-dia
pedaços de silêncio. De encontro total connosco próprios.
Só
na medida em que os contrários vão estando ligados, é que vamos
podendo integrar simultaneamente a alegria da vitória e a dor da
derrota. “Aquele que reconciliou os contrários, matou em si a
fonte dos conflitos.” – diz-nos Yvette Centeno.
A
verdadeira gratidão
tanto pode exteriorizar-se como não.
Este
sentimento de apreciação grata relativamente aos benefícios
recebidos é uma expressão da alma.
Agradecer
é reconhecer essa centelha nos outros enquanto simultaneamente
afirmamos a sua presença dentro de nós.
É
estar atento a uma alegria interior que, ao se expandir, nos expande
a consciência tornando-a mais alerta e, ao ligar-nos a algo maior do
que nós, nos unifica e cura.
Sendo
um primeiro passo no sentido da abertura da consciência, o
agradecimento pode ser considerado uma energia de libertação, na
medida em que liberta a força da boa vontade que em todos nós
existe; mesmo naqueles em que talvez não seja facilmente detectável.
Mesmo
quando achamos que nada temos a agradecer à vida; que ela apenas nos
pede paciência, resignação, ... todos podemos aproveitar esta
energia para nos libertarmos de desejos insatisfeitos, sentimentos de
inveja ou injustiça que nos tornam prisioneiros.
Aproveitamos
a vida sempre que procurarmos olhar preferencialmente para aquilo que
temos, por pouco ou até quase nada que seja e não tanto para o que
não temos; para o lado bom em vez de para o lado mau: o sorriso de
uma criança que nos é dirigido; a mão que alguém nos dá; o
encontro com um velho amigo com o qual descobrimos pela primeira vez
as tantas coisas que temos em comum; a possibilidade de abraçar
alguém e sentir a força que daí nos vem; uma conversa estimulante
no decorrer da qual alguém nos diz uma qualquer coisa agradável; o
facto de termos amigos; um simples nascer ou pôr do sol; um dia
bonito ...
Desenvolvemos
a vida em nós se, em vez de nos lamentarmos pelo que não temos,
valorizarmos o que gostaríamos de ou que achamos justo ter;
procuramos pensar que tudo isso é apenas relativamente importante e
sempre menos importante do que tendemos a sentir que seria e, ao
mesmo tempo, acreditar que, de repente, até podemos recebê-lo. Ou
seja, se procurarmos manter sempre aberta essa porta por onde a vida
nos entra embora, muitas vezes, provavelmente quando e da forma que
menos esperaríamos.
Quanto
mais agradecermos o que nos é dado, tanto mais atraímos quem alguma
coisa nos dê. Ter boa vontade em relação aos outros e às
circunstâncias da vida faz aparecer quem a tenha para connosco e
circunstâncias que nos sejam favoráveis. É por esta lei da
atracção que, quem quiser mesmo acreditar naquilo em relação ao
qual é céptico, o melhor que tem a fazer é dar um primeiro passo
como se acreditasse. Não é verdade que a fé move montanhas?
Ora
a fé é a maior dádiva pela qual temos de agradecer imenso, mas é
também a maior graça que a todos é dada, desde que, claro está,
lhe abramos os braços.
A
gratidão pela abundância e pela prosperidade é uma poderosa força
espiritual que traz consigo a propensão para a partilha e é neste
crescimento através da partilha, em que todos podemos ter um papel,
que reside a possibilidade de contribuirmos para a construção da
paz quer seja através da simples partilha económica, quer através
da partilha de talentos postos ao serviço dos outros. É pelo facto
de podermos canalizar conscientemente qualquer forma de energia que a
gratidão tem ainda o poder para nos curar.
Porém,
é evidente que tal só acontece se a expressão de gratidão for
benéfica e não por exemplo agradecer o fracasso, a despromoção ou
a desgraça de alguém, especialmente se resultou em algo a nosso
favor ...
Não é por nos preocuparmos com
algo que poderá acontecer que podemos impedir que isso aconteça.
Pelo contrário, pode até ser que essa tanta preocupação atraia
precisamente aquilo que tememos e, entretanto, desperdiçamos uma
energia que nos seria útil para o nosso bem-estar.
É
evidente que há precauções que convém tomar; cuidados que é
importante ter. Muitos são os problemas, as embrulhadas que podemos
evitar se formos previdentes; se organizarmos e planearmos a vida de
acordo com os objectivos em vista.
Só
que ser previdente não é sinónimo de passar a vida
ansioso por conta do que poderá acontecer. Pretender eliminar tudo o
que é risco, sofrimento é como negar que a vida é uma caminhada
feita por entre paisagens planas e outras montanhosas. A vida é uma
aventura.
Ter
essa pretensão é não aceitar que para tudo o que nos acontece
existe um propósito, mesmo quando não o conseguimos decifrar. Mesmo
os chamados maus momentos só aparentemente é que o são como
acontece com os bons. É não aceitar que, por muito inteligentes e
experientes que sejamos, pouco sabemos sobre aquilo que, de facto, é
melhor para nós – o necessário para ir avançando no sentido da
unidade.
Só
por aí, no entanto, é que vamos vendo que existe algo superior a
nós, uma força maior – e tanto faz o nome que se lhe dá ... –
que, através dos mais variados sinais nos vai revelando precisamente
aquilo que, aqui e agora, nos é indispensável para dar o passo em
frente para o qual, por vezes, até já estamos preparados embora sem
o saber.
Como
seres racionais que somos, natural é querer perceber porque é que
temos de passar por uma determinada dificuldade ou dor insuportável
...
A
porta de saída não é outra senão, com toda a humildade e sem
mais, pronunciar um Sim
que é entrega total a algo superior, acreditemos ou não que Ele
existe. Não importa se é agradável ou desagradável, qualquer
coisa que nos acontece pode ser aproveitada para irmos percebendo da
existência desta porta e sabendo como a fé é algo que, ao se
viver, dá todo um colorido e um calor ao que quer que seja.
A
preocupação excessiva está ligada a uma falta de confiança. Uma
necessidade excessiva de nos sentirmos seguros, de nos esforçarmos,
de arranjarmos esquemas protectores. Esta atitude traduz um medo
demasiado grande de não ter algo que consideramos indispensável. Um
medo muito grande de perder que, no fundo, é expressão do medo de
viver.
Estamos
tanto mais preocupados com o que nos acontece e aos que nos são
queridos, quanto mais encararmos a vida como uma tarefa a cumprir;
uma corrida que não desistimos; uma batalha que temos de ganhar.
Acontece que acreditar na vida é sorrir-lhe; abrirmo-nos a ela
disponíveis para o encantamento; mergulhar de forma fluida na
corrente e quanto menos nos agarrarmos a coisas, pessoas, situações
menos prendermos o que quer que seja, mais atraímos a chamada sorte.
Como
nada é completamente bom ou completamente mau; uma mesma situação
tanto pode ser encarada de forma positiva como de forma negativa.
Tudo depende do ângulo sob o qual a olharmos; como a aproveitarmos.
As coisas não mudam pelo facto de as olharmos de uma maneira ou de
outra, mas se olharmos para o que elas têm de positivo, recebemos
delas o que têm de positivo em tudo. Se por outro lado, olharmos
para o que elas têm de negativo, recebemos tudo o que elas têm de
negativo. Assim também se passa no campo dos relacionamentos: quanto
maiores expectativas tivermos relativamente a alguém, maiores são
as probabilidades de a relação deixar de nos satisfazer porque nem
reparamos naquilo que ela é e, embora não seja como gostaríamos,
nos é importante. Não aproveitamos devidamente o que a vida, por
seu intermédio, nos está a proporcionar.
Recebemos
tanto mais dos outros quanto mais nos limitarmos a acolher aquilo
que, de momento, têm para nos dar. Sem mais lhes pedir. Sem
exigências. Sem expectativas. É a forma positiva de olhar para
eles. A forma respeitosa de estar na vida.
Viver
nunca é fácil, mesmo para aqueles para quem aparentemente o é.
Podemos é optimizar as dificuldades e virá-las a nosso favor ou
permitir-lhes que nos deitem abaixo.
Todos
temos um caminho a percorrer e só à medida que avançamos com os
nossos próprios pés carregando com os fardos que nos pertencem é
que esse caminho se nos vai delineando. Há, porém, quem o recuse.
Quem, ao sentir que andar para a frente é difícil, se ache no
direito de descarregar para cima de alguém; de pedir satisfações à
vida zangando-se com ela.
Todos
armazenamos dentro de nós as memórias de infância. Nesse armazém
existem memórias boas e más que afectam os nossos comportamentos de
adultos – chamam-se-lhe criança
interior e nada
tem a ver com imaturidade.
O
nosso lado criança é esse mais fundo de nós mesmos e que nos
permite viver em intimidade, com entusiasmo, encantamento pelo que a
vida nos proporciona; ajuda-nos a não levar as dificuldades
demasiado a sério. É aí que se encontra a nossa criatividade; os
nossos verdadeiros recursos porque não somos limitados pela
obrigação de ser forte, vencer na vida, corresponder a expectativas
alheias e nossas, desempenhar um determinado papel social, familiar,
profissional. É o lugar onde nos entregamos completamente ao que
sentimos e intuímos.
À
medida que vamos crescendo, vamos aprendendo a sobreviver num mundo
que valoriza sobretudo a força, a aparência, a eficácia e quase
sempre de alguma forma somos levados a esconder este nosso lado a que
se costuma chamar fraco. Há situações porque demasiado dolorosas
que praticamente nos obrigam a empurrá-lo para o fundo do nosso
inconsciente onde vai ficando esquecido e compenetrados nas nossas
obrigações, vamos ficando adultos.
A
criança interior é algo que nos vem de dentro e podemos viver sem
mexer um dedo nem dizer uma palavra. Manifesta-se através de
sensações físicas, reacções emocionais, comportamentos
obsessivo-compulsivos, uma dor física a seguir a uma emoção forte,
cansaço ou vontade de passar pelas brasas, sensação de estar
adoentado, de se sentir deprimido ou pessimista, sem alegria de viver
...
Uma
das formas mais óbvias da criança interior se manifestar é através
de doenças que nos obrigam a arranjar tempo para nos alimentarmos a
nós mesmos e uma das melhores maneiras de ouvir aquilo que nos tem
para dizer é atendendo à parte do nosso corpo que dói. Dizem os
entendidos que quase todos nós não recebemos da parte dos nossos
pais tudo aquilo que em crianças precisávamos de ter tido e,
portanto, temos necessidade de ir curando as feridas da nossa criança
interior.
Antes
de mais, curamos a nossa criança interior reconhecendo-a e
descobrindo que muitas das necessidades de amor, confiança,
segurança, respeito, orientação que sentimos não nos foram
satisfeitas quando éramos crianças e que nos podem provocar agora
estados de ansiedade crónica, medo, vergonha, raiva e desespero. A
seguir, puxa-se para fora tudo aquilo que, ao longo da vida, por
necessidade de sobrevivência, fomos escondendo e nos dói talvez
mais do que julgávamos possível.
Sempre
que as necessidades básicas próprias de qualquer ser humano
continuam por satisfazer, estamos sujeitos a ter comportamentos de
abuso em relação a nós próprios e aos outros e a criar problemas
potencialmente em qualquer área da nossa vida.
Só
o próprio é que pode levar este trabalho de encontrar e conhecer as
necessidades da sua criança interior. Só ele a pode alimentar.
Senão acabamos por fazer exactamente a mesma coisa aos nossos filhos
que os nossos pais nos fizeram porque esta criança interior que está
magoada, interfere em absoluto com o nosso comportamento de adulto.
Depois
de entrar dentro de si para sentir de facto a dor e reconhecer que
tem direito a estar magoado, há que não ficar a chafurdar nessa dor
e andar para a frente, isto é, perdoar
a quem nos magoou. Ao relembrarmos aquilo que os nossos pais nos
fizeram e ao lhes mostrarmos como nos magoaram, estamos, ao mesmo
tempo, a ver todas as agressões que fazemos aos nossos filhos e
começamos a educá-los de maneira diferente explicando que o que nos
leva a agir de uma determinada maneira é o facto de termos sido
magoados.
Nunca
é tarde para se ter uma infância feliz!
É
o sonho
que nos permite o encantamento necessário para sentir que a vida
eterna existe; que haverá sempre algo que podemos fazer, ver,
aprender. Algo por descobrir ainda e que puxando-nos para lá de nós
mesmos, nos torna maiores e nos mostra que o caminho que é suposto
percorrermos, mesmo quando todo percorrido, não acabou ainda.
Quando
acreditamos nalguma coisa e orientamos o nosso tempo e os nossos
talentos no sentido de a realizar; à medida que o tempo passa,
iremos avançando continuamente numa direcção que, para nós, é a
correcta.
Se
a nossa atitude em relação à vida for positiva, receberemos quase
tudo aquilo de que, de facto, precisamos.
Sem
dúvida que nos aparecerão pela frente provações; desafios de toda
a ordem, mas a forma como deles tomamos consciência e como os
encaramos é que vai determinar quão positivos ou quão negativos
nos irão ser.
Se
aceitarmos os eventuais desapontamentos e procurarmos olhá-los com
optimismo e esperança pensando coisas deste tipo: já que a chuva me
impede de ir à praia, vou aproveitar para ir ao cinema que há uma
série de filmes que quero ver; então eles serão para nós sempre
uma ocasião de crescimento.
As
chaves que nos simplificam a vida são aquelas que, por nós
próprios, utilizamos. Aquelas que nos dizem que importante é viver
cada dia o mais plenamente possível. Acreditar que a todo o momento
é possível que os nossos sonhos se realizem.
Em
última análise, é de nós que depende que isso aconteça; da nossa
atitude interior de esperança, que é a confiança.
Para
onde quer que vá e quaisquer que sejam as circunstâncias da sua
vida, leve os seus sonhos consigo e o mundo será um lugar mais
bonito. Aquilo que a luz do sol é para as flores, são os sonhos
para a vida. Enriquecem-lhe todo o ser.
Os
sonhos atiram-nos sempre para a frente; mostram-nos que viver não é
olhar para o passado, mas sim para o futuro. Os sonhos mantêm-nos
interessados pela vida. Constantemente ocupados com alguma
perspectiva positiva e energia para realizar grandes coisas. São os
sonhos que nos permitem a determinação que nos torna capazes de
conseguir aquilo que pretendemos.
Os
sonhos ajudam-nos a achar graça e a manter o sentido de humor
necessário para descobrir sempre uma saída para qualquer situação
em que nos encontremos. Permitem-nos errar e aprender com os erros.
Correr riscos sem o receio de falhar. Manter a confiança e a
inspiração que nos dá coragem para continuarmos firmes nas nossas
convicções na medida em que nos fazem crer que tudo é possível.
Permitem-nos crescer e aprender com as mudanças que a vida nos traz.
Um
sonho é uma prenda que damos a nós próprios e para aqueles que
querem acreditar nos seus sonhos e em si mesmos, a vida é uma dádiva
preciosa em que tudo é possível. Chegamos? Não chegamos? O
importante é que vamos. Esta vida é uma viagem que não acaba mesmo
quando aparentemente chega ao fim.
Pode
haver períodos em que sentimos como se tivéssemos dado milhões de
passos no sentido dos nossos sonhos e agido em conformidade com o que
planeámos para lá chegar apenas para, afinal, nos encontrarmos no
lugar de onde partimos. Nesses períodos a única coisa a fazer é
não desistir. Por muito perdidos, abandonados e sozinhos que nos
sintamos, há que continuar a acreditar em nós mesmos e tentar
descortinar o caminho para lá de desvios, paragens e obstáculos.
Por muito doloroso que o momento seja, sempre acabará por passar.
Em
cada novo dia pode haver encantamento e podemos antecipá-lo pensando
em qualquer coisa que de novo nos possa trazer alguma oportunidade de
crescimento, amizade, uma maior compreensão de nós próprios, algo
que ainda não temos a experiência e que talvez nos apaixone. Basta
encarar o dia-a-dia como fazendo parte da grande aventura que é a
vida.
Uma
das preocupações da nossa vida é não perder tempo. Aproveitar ao
máximo todos os minutos. Chegar a tempo, ganhar tempo, mesmo sem
saber de quê e para quê.
Ocupamos
de tal maneira o tempo que passamos a vida com a sensação de que
ele não chega para nada. Para esticar o tempo dormimos menos do que
o suficiente, comemos mais depressa do que o ideal ou até pulamos
refeições.
A
pressa de chegar, a ânsia de fazer, a obsessão de conseguir,
levam-nos a ultrapassar etapas. A apoiar-nos em utopias. A
satisfazer-nos com ilusões. A afastar-nos daquilo que é a nossa
essência; daquilo que no fundo nós queremos. Levam-nos, por isso, a
atrair e a ser atraídos por pessoas que nos desviam do caminho que é
o nosso.
Acontece
que o tempo não se perde nem se ganha. Ele simplesmente passa e a
única coisa a que nos convida é que o aproveitemos, não no sentido
de fazer o maior número possível de coisas, mas
no de gozar o tempo,
respirá-lo, vivê-lo. Só através desta vivência empenhada podemos
ir crescendo.
Admitir
que não somos capazes de fazer tudo aquilo a que nos propomos num
determinado espaço de tempo obriga-nos a aceitar que não somos
donos e senhores absolutos daquilo que possuímos, incluindo a nossa
própria vida. Somos limitados e aprender a viver implica ir
aceitando tranquilamente o que não temos, o que não conseguimos
fazer, o que perdemos.
Quando
lutamos contra o tempo, este aparece-nos como inimigo. Algo que nos
persegue ou nos devora sempre que olhamos para trás. Cada segundo
fica carregado de uma enorme ansiedade que, não é mais do que a
expressão dessa dificuldade em reconhecer e aceitar o facto de
sermos limitados. A contrapartida é andarmos quase sempre
insatisfeitos e com alguma frustração.
Só
quando, pelo contrário, aceitamos essas nossas limitações, é que
a sensação de não ter tempo se pode transformar em algo sereno. Só
andando devagar é que podemos ir reconhecendo onde se encontra o
nosso verdadeiro porto de abrigo e que vamos podendo lá chegar
inteiros. Só dessa forma vamos deixando pelo caminho tudo aquilo que
foram fardos de facto inúteis.
Reconhecer
o nosso caminho, aquele por onde nos podemos ir apercebendo do
significado da nossa vida e onde podemos ir encontrando os nossos
verdadeiros companheiros de viagem, leva tempo. Exige silêncio.
Paragens. Consulta do mapa de estradas. Basta estar atento aos sinais
interiores e exteriores que a vida nos for dando para saber o que
fazer. Há ocasiões em que temos mesmo de correr, senão quisermos
perder um comboio que talvez seja o último. Só que, para nos
apercebermos dele, não podemos passar a vida numa correria.
O
problema central é o da gestão de si próprio. A única forma de
gerir o tempo é conhecendo-nos. Só assim não passamos muitas
horas da nossa vida a fazer coisas completamente secundárias. Isso
implica estabelecer prioridades.
Saber aquilo que nos é mais importante. Para estabelecer prioridades
temos de estabelecer objectivos
começando pelos objectivos a longo prazo para depois os ir
concretizando. O problema é que, às vezes, queremos aplicar
prioridades sem conhecer os objectivos.
Aplicar
estas ideias leva-nos a perguntar a nós próprios:
O
que quero da vida?
No
decorrer deste ano o que quero ter?
Neste
mês, como é que quero concretizar este meu querer?
Se
for prioritário ter tempo para nós, pode ser que este mês
queiramos concretizá-lo tendo uma hora por dia de tempo livre para
nós. Então, mesmo que ter a casa arrumada habitualmente seja
importante, nesta altura, talvez não seja isso a coisa prioritária.
Claro
que podemos ter também objectivos inatingíveis, mas esses há que
deitá-los para o lixo.
Os
amigos do tempo são as Leis
de Gestão do Tempo:
- O essencial leva pouco tempo; o acessório leva muito.
- Todo o trabalho interrompido por outros leva mais tempo.
- Quanto mais tempo temos, mais demoramos a fazer uma coisa.
- Para lá de um certo tempo, não vale a pena insistir.
- Fazer uma coisa de cada vez e procurar fazê-la bem.
- Respeitar os nossos ritmos biológicos.
- Quanto menor é o interesse pelo que fazemos, mais tempo despendemos a fazê-lo.
Para
descobrir o nosso próprio ritmo, temos de descobrir as horas em que
somos mais produtivos e quais as horas que nos rendem menos. A partir
daqui convém concentrar as nossas forças nesse período mais
produtivo.
De
seguida elabora-se o seguinte quadro que se coloca em local bem
visível:
Actividades
importantes
e
urgentes
|
Actividades
importantes, mas não urgentes
|
Actividades
urgentes, mas não importantes
|
Actividades
nem urgentes, nem importantes
|
É
aconselhável planear a semana, o mês procurando, por exemplo,
- eliminar em cada semana pelo menos uma das coisas que mais nos façam perder tempo,
- passar em cada dia pelo menos uma hora sem interrupções,
- não deixar tarefas inacabadas,
- quebrar a rotina,
- escrever objectivos que ainda apenas sejam ideias vagas.
A
noção que temos do tempo pode permitir-nos vislumbrar a eternidade
se vivermos de forma plenamente consciente e agradecida o dia único
que hoje nos é dado.
Apreciar
cada momento que passa.
Arranjar
tempo para esta vida interior que sempre foi importante, mas nunca
tão importante como na correria de hoje em dia.
Aprender
a lidar equilibradamente com o que nos vem de fora não deixando que
nos provoque, mantendo uma atitude de neutralidade em relação a
isso, distraindo-nos de um eventual problema, de forma a que, embora
exista e todos os dias tenhamos de o enfrentar, dele nos dissociemos.
Existem
técnicas cientificamente comprovadas que, levando-nos a ver o lado
positivo de qualquer questão, nos ensinam a nos dissociarmos do seu
lado negativo. Assim o problema deixa de influenciar a nossa mente e
nós deixamos de reagir demasiado seja a que for.
Conselhos
para alguém cheio de responsabilidades:
- Antes de sair de casa, tomar tranquilamente o pequeno-almoço;
- Tentar chegar sempre a uma reunião com tempo necessário para se descontrair antes dela começar;
- Se for empresário, procure criar uma equipa de suporte para saber que tem apoios com que pode contar;
- Não fazer do trabalho o centro da sua vida;
- Arranjar tempo para se relacionar com a família e amigos.
Para
lá de um corpo físico, cada um de nós tem um corpo energético e a
circulação da energia no interior do nosso corpo é comandada pelos
chamados chacras,
palavra que em sânscrito quer dizer roda.
Cada
chacra corresponde a uma cor, uma nota musical, determinados órgãos,
funções e sistemas, um sentido, um elemento.
1º - chacra
da raíz.
Encontra-se na base da coluna vertebral e está relacionado com os
alicerces da nossa vida: a família, o trabalho, o dinheiro, a mãe.
2º - chacra
do ventre ou do prazer.
Dele depende a nossa capacidade para viver as paixões.
3º - chacra
do plexo solar.
Situa-se ao nível do estômago e está relacionado com a liberdade,
com a capacidade para dizer NÃO, para fazer aquilo que sentimos ser
bom para nós, para confiar na intuição.
4º - chacra
do coração.
Situa-se ao centro do peito e permite-nos a amizade, a partilha, a
aceitação, o relacionamento com os outros e cujas perturbações
provocam problemas de respiração, de circulação e no sistema
imunitário.
5º - chacra
da garganta.
Situa-se na base do pescoço e está relacionado com a comunicação.
6º - chacra
da testa. Também
chamado Terceiro
Olho, está
relacionado com o sexto sentido.
7º - chacra
da coroa. É o
chacra da luz interior que representa o contacto com a parte mais
profunda do nosso ser. Problemas a este nível provocam medo do
desconhecido, sensação de estar separado, rebeldia em relação à
figura de autoridade.
Qualquer
cura é conseguida através de uma mudança; uma transformação. E
ninguém pode fazer aquela que a cada um de nós compete. Ninguém
pode pensar por nós. Nenhuma doença nos surge por acaso. Curar
significa recuperar o equilíbrio perdido; a sensação de bem-estar
íntimo.
Qualquer
pessoa tem dentro de si mesma tudo aquilo de que precisa para
transformar o negativo em positivo, independentemente do ponto a que
tenha chegado.
Somos
nós que criamos o nosso próprio universo. O chão onde construímos
a nossa realidade. A única coisa sobre a qual temos um controlo
total é a nossa atitude. Cada palavra que dissermos, cada gesto que
fizermos, provoca uma reacção em cadeia.
Se
pensarmos ou agirmos de forma harmoniosa, as palavras e os gestos
fluem-nos directamente do coração criando uma onda de amizade. O
que significa que, se quisermos, de facto, mudar o mundo, só temos
de mudar a nossa maneira de pensar.
Intuir
é captar algo que está para lá dos limites dos nossos cinco
sentidos. Ver para lá do que os nossos olhos vêm, ouvir para lá do
que os nossos ouvidos ouvem. Ultrapassar as nossas percepções.
Vislumbrar o ilimitado e assim poder escutar a voz do silêncio.
Intuir
é olhar para as várias circunstâncias da vida ou para aqueles com
quem nos relacionamos ou cruzamos pelos caminhos da vida, sem ficar
retidos em quaisquer preconceitos ou juízos de valor.
Intuir
é descobrir-lhes a alma.
Intuir
é acolher os sinais por mais pequenos ou insignificantes que nos
pareçam e que nos vão sendo dados, sem sobre eles nos interrogarmos
e, sobretudo, sem os criticar, mas antes acolhê-los com
disponibilidade de coração. E assim acolher o mistério que nos faz
ser o que somos e acontecer-nos o que nos acontece ou aos outros à
nossa volta.
Assumir
a intuição que cada um de nós tem e desenvolvê-la implica um
crescimento contínuo precisamente no sentido da humildade.
Humildade
essa que não significa achar que eu não sou nada, não sei nada,
...; mas sim que há algures, não importa onde, algum Ser que sabe
mais o que, de facto, é melhor para mim, em cada momento e que
continuamente está disposto a fazer-me chegar sinais que sobre isso
me informam. E que a maneira de eu os ir captando começa por ser
usufruindo ao máximo daquilo que tenho, desenvolvendo ao máximo as
minhas potencialidades, só que não me deificando nem deificando
aquilo que tenho.
Em
vez de ficar agarrado a todo esse poder, qualquer que Ele seja, devo
sim, ir procurando ter uma atitude de disponibilidade de coração
face a tudo e a todos.
Ter
uma atitude de amizade e não de poder em relação a tudo e a todos
significa respeitar os sinais que a vida nos for dando tanto os que
vêm de dentro de nós mesmos como os que vêm de fora de nós
mesmos.
Quanto
mais tivermos esta atitude amorosa face à vida, mais abrimos as
portas à intuição.
Seguir
a intuição implica aceitar que há uma ordem que preside a tudo. Um
Ser Superior que nos vai orientando pelos caminhos da vida. Ouvir a
Sua voz. Reconhecer n’Ele um Mestre amigo, sempre pronto a
ajudar-nos, sempre à espera que O acolhamos por muito que d’Ele
nos afastemos. ❐
O meu Clube de Leitura
Os meus filmes
1.º
– As Amendoeiras em Flor e o Corridinho Algarvio.wmv
2.º
– O Cemitério de Lagos
3.º
– Lagos e a sua Costa Dourada
Os meus blogues
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negócios utilizando a metodologia 'coaching')
Hoje
venho partilhar convosco os apontamentos que escrevi quando li este
livro já lá vão uns bons anos; contudo tudo me parece bem atual.
Espero que gostem!
BEM-ESTAR INTERIOR
de Maria
José Costa Félix
- Oficina do Livro – 2003
“Tudo indica que uma das
razões para o alastramento do sentimento de solidão
é a ruptura dos elos familiares que faz com que, hoje em dia, muitas
famílias estejam espalhadas e que cada um, vivendo separado dos
seus, se sinta estrangeiro, isolado, abandonado. Aquilo que aflige
terrivelmente o mundo de hoje é a solidão
afectiva. Querer
partilhar a vida e não ter com quem.
Sós,
no fundo estão todos aqueles que nunca souberam que só a amizade
acompanha, de facto. A amizade que permanece cá dentro de nós para
lá do fim de qualquer situação sentimental. Amizade – atitude
constante de não recusa, de abertura total, de esperança que é fé.
Sós
estão, no fundo, todos os esfomeados de ternura e compreensão que
ainda não vêem que não é do exterior que a amizade nos alimenta.
Sempre virados para fora, nem reparam que o coração se lhes vai
ressecando e que é só por isso que, por ocasião de uma perda, nada
mais encontram do que o vazio.
Sós
acabam sempre algum dia por se sentir todos aqueles que, qualquer que
seja a sua situação, não encontrados consigo mesmos, precisam de
alguém exteriormente a acompanhá-los. A solidão tem muito a
ensinar-nos: que há uma plenitude vinda de um estarmos bem connosco
mesmos; que essa sensação de bem-estar não precisa do que quer que
seja para existir e que há uma não necessidade capaz de irradiar e
de atrair outros sem ser por carência, mas para uma celebração
conjunta.
O
momento da morte é o do encontro inevitável com tudo aquilo que,
durante muito tempo recusámos por medo de ficar sem. E nesse momento
final de toda uma aprendizagem que, ao longo da vida, fomos sendo
convidados a fazer, por muito acompanhados que estejamos – de
pessoas e coisas – a nada mais nos podemos agarrar senão ao que
realmente somos.
Esta
solidão não é isolamento, mas dimensão última. A entrada no
outro lado da vida. E chegar serenamente a este momento de maior
libertação é qualquer coisa que não conseguimos fazer uns dos
outros isolados.
Seres
divididos que somos, só dando as mãos, abrindo o coração, é que
vamos tendo a força para navegar por entre as tantas correntes
contrárias que, no dia-a-dia, nos tornam difícil captar a cor única
do fundo do mar.
Daí
a importância daquele olhar para nós virado; daquela mão que a
nossa pega; do corpo que com o nosso se funde; da onda de ternura, de
carinho, de amizade, de amor. Daí que, quem não os tem, quer viva
isolado quer acompanhado, se sinta só na vida.
Da
mesma maneira que, como se costuma dizer, quanto mais sabemos, mais
sabemos que nada sabemos; também quanto mais avançarmos pelos
caminhos da vida, mais atalhos nos aparecem pela frente; mais
encruzilhadas, eventualmente mais abismos a obrigarem-nos a um
trabalho de discernimento.
E há alturas em que nos sentimos demasiado cansados para esse
trabalho.
Uma
das coisas que a astrologia nos ensina é que cada um de nós é
responsável por aquilo que lhe acontece – e ao mundo de que faz
parte – na medida das suas potencialidades. Isto é, tudo aquilo
que se possa fazer para melhorar o mundo em que se vive e não se
faça, provavelmente nos cairá em cima, de uma forma ou de outra.
Não por qualquer castigo, mas por simples consequência de um
não-aproveitamento daquilo que nos foi dado.
O
que temos, não nos pertence: sejam bens materiais, sejam bens
espirituais. Foi-nos dado por um tempo, maior ou menor, para que o
utilizemos, mas também que o distribuamos de forma a que, por nosso
intermédio, outros disso possam beneficiar.
De
que forma é que estamos a aproveitar o que temos, o que somos?
Até
que ponto é que vale a pena gostar disto de que gostamos, fazer isto
que fazemos?
Qual
a dimensão do contentamento, qual a veracidade da alegria que a vida
que temos nos traz?
A
vida é feita de pequenos nadas encadeados; cuja sequência, grande
parte das vezes, nos escapa. E se não aceitarmos que nos possa
escapar, somos levados, conscientemente ou inconscientemente, a
forçá-la.
De
repente, sentimo-nos num buraco; sem perspectivas.
Ninguém
verdadeiramente sai do buraco onde caiu, se não se tiver decidido a
procurar dentro de si as forças, muitas ou poucas, quaisquer que
elas sejam, que tem e a utilizá-las.
Um
primeiro passo para acreditar nesta capacidade de auto-revitalização,
que todos temos, parece ser começar por mudar pequenas coisas na
própria vida. Introduzir nela alguns hábitos básicos que, à
medida que vão criando uma determinada rotina, a vão alterando.
Há
quem, por natureza, enfrente a vida com alegria e sempre encontre uma
saída, qualquer que seja a desgraça que lhe caia em cima;
simplesmente porque parte do princípio de que alguma saída há-de
haver e acredita que, no momento adequado, surgirá.
Há
quem, face ao menor obstáculo, desespere.
Acontece
que, atrás de feitios ou predisposições optimistas ou pessimistas,
poderá estar algo mais importante que é o gostar ou não gostar de
si próprio. O aceitar-se tal como se é, dando a si próprio o
direito de não ser perfeito, de poder falhar, de não corresponder
às expectativas seja lá de quem for. O que implica não se
recriminar nem se preocupar muito em saber o que os outros pensam
sobre si. Deixar a vida fluir.
Há
uma pequena táctica: gostar
de nós próprios.
Se eu quero que os outros gostem de mim, tenho de começar por
criticar-me menos, procurar os meus pontos positivos e valorizar-me.
Gostando de mim é natural que, por consequência, os outros gostem
também de mim, se eu lhes souber mostrar o meu valor. Estamos a
reforçar esta táctica se valorizarmos o carinho, os abraços, os
beijos, as relações familiares e de amizade. Se procurarmos
relacionar-nos com pessoas com interesses semelhantes aos nossos,
manter-nos a par do que se passa à nossa volta e fazer alguma coisa
de útil na vida.
Muitas
são as pessoas que tentam, desesperadamente por vezes, encontrar os
meios de controlar tudo o que acontece à sua volta; os seus
sentimentos; os seus pensamentos; o seu futuro.
Procuramos
controlar a nossa vida quando, por exemplo, sentimos uma inveja
doentia de alguma pessoa mais bem sucedida, mas encontramos maneira
de nos convencer de que ela fala ou veste de maneira horrível. Ou
quando sentimos uma enorme atracção por alguém e nos convencemos
de que essa pessoa é que está interessada em nós, só que nem lhe
ligamos.
Também
tentamos controlar aquilo que nos acontece e que por vezes tanto nos
angustia, através do que fazemos, do que dizemos, do que pensamos,
ou seja, da nossa inteligência. Para tudo temos uma teoria e para
tudo encontramos justificação sem nos apercebermos de que a razão
profunda para tudo isso é para não enfrentarmos o desamparo que,
afinal, nos habita.
Nada,
porém, adiantamos em lutar contra a vida nem em tentar controlá-la.
O que se pode fazer com a vida é semelhante àquilo que se pode
fazer com a água: colocar as mãos em concha e recebê-la criando
espaço onde poderá permanecer. Isto é, se não podemos modificar
alguns dados fundamentais da vida, podemos sempre modificar a nossa
maneira de lidar com eles e, talvez, de os receber no nosso mundo
interior. O importante é ter uma atitude de não resistência e de
acolhimento da vida.
O
truque é permanecermos em contacto com aquilo que nos está a
acontecer encarando cada momento da vida com a única coisa que temos
como segura, isto é, valorizarmos o aqui
e agora.
Quando
nos acontece algo que nos faz sofrer e não temos como evitá-lo,
pensemos no número infindável de pessoas que já passaram, estão a
passar ou irão passar por algo semelhante imaginando-nos como uma
pequena conta de um colar com biliões delas, percorridas por uma
corrente de luz dourada que signifique partilha, solidariedade e
entre-ajuda. Aceitar serenamente factos inevitáveis ou
incontroláveis da vida, permite-nos uma tranquilidade e uma energia
que sempre nos ajudarão a lidar melhor com eles.
Habituados
a ter sempre algo para fazer, algum programa profissional ou social,
alguém com quem conversar ou fazer qualquer outra coisa,
dificilmente aceitamos que, tal como existem tempos de actividade,
também existem tempos de passividade. Qualquer deles, como pólo que
é de tensão, tem de ser vivido para que a tensão vá desaparecendo
do nosso dia-a-dia.
Pretender
que a vida seja uma série contínua de tempos de actividade é tão
prejudicial ao crescimento como permitir que nela tudo sejam tempos
de passividade.
Deixá-la
fluir não significa de maneira nenhuma ficar por sistema à espera
de que alguém nos resolva os problemas. Só que, por vezes, há
pesos que nos caem em cima e que nos obrigam a entregar as armas. A
única coisa que, nesses momentos difíceis, nos é pedido é que,
mesmo sem compreender o porquê do que está a acontecer, o
aceitemos. Apenas isso.
Ao
acreditarmos que, sempre que é preciso, há uma força que, não
sendo nossa, nossa se torna; conseguimos continuar a olhar para a
vida com um sorriso. Um coração disponível. Uma alegria
inexplicável.
Sem
noite, o dia seria menos luminoso e sem dia, a noite seria demasiado
silenciosa. Para quem não trabalha, as férias têm pouco sabor; mas
quem só trabalha não consegue aproveitar bem as férias ...
A
verdadeira vida – aquela que, aconteça o que acontecer, nos traz
contentamento interior – é feita de totalidades,
complementaridades.
Os
nossos sentidos não conseguem captar a totalidade do que quer que
seja. Todos eles, fazendo parte da matéria que constitui a nossa
morada terrena, só podem, de cada vez, captar uma parte daquilo que
apreendem. A sua camada visível, audível, palpável.
Porém,
há algo em nós que continuamente nos convida a olhar para lá do
que os nossos olhos vêem. A ouvir para lá do que nos chega através
dos ouvidos. A sentir o perfume de que o cheiro das flores apenas é
a expressão. A saber que há uma fome para lá da física. A apalpar
a vida sem pretender agarrá-la.
Esse
algo que nos habita, sendo profundamente nosso, não nos pertence.
Tal como não nos pertence tudo aquilo que irrompe quando menos
esperamos, quando nada planeamos nem controlamos. Aquilo que nasce
não porque o tivéssemos desejado, mas porque, com simplicidade, o
acolhemos para que ganhasse forma visível, audível, palpável.
Tudo
na vida funciona em termos de eixos. Dia – noite; claro – escuro;
quente – frio; yang – ying; activo – passivo; ... enquanto
qualquer pólo de um eixo for exacerbado, vivemos em tensão. Exercer
a nossa liberdade de, em cada momento, aceitar ser mais activo ou
mais passivo, implica estar continuamente atentos aos sinais que nos
vão sendo dados, através dos apelos que vamos sentindo e do que nos
vai sendo proporcionado ou negado. Isto só se consegue se, por entre
todas as nossas actividades, formos arranjando no nosso dia-a-dia
pedaços de silêncio. De encontro total connosco próprios.
Só
na medida em que os contrários vão estando ligados, é que vamos
podendo integrar simultaneamente a alegria da vitória e a dor da
derrota. “Aquele que reconciliou os contrários, matou em si a
fonte dos conflitos.” – diz-nos Yvette Centeno.
A
verdadeira gratidão
tanto pode exteriorizar-se como não.
Este
sentimento de apreciação grata relativamente aos benefícios
recebidos é uma expressão da alma.
Agradecer
é reconhecer essa centelha nos outros enquanto simultaneamente
afirmamos a sua presença dentro de nós.
É
estar atento a uma alegria interior que, ao se expandir, nos expande
a consciência tornando-a mais alerta e, ao ligar-nos a algo maior do
que nós, nos unifica e cura.
Sendo
um primeiro passo no sentido da abertura da consciência, o
agradecimento pode ser considerado uma energia de libertação, na
medida em que liberta a força da boa vontade que em todos nós
existe; mesmo naqueles em que talvez não seja facilmente detectável.
Mesmo
quando achamos que nada temos a agradecer à vida; que ela apenas nos
pede paciência, resignação, ... todos podemos aproveitar esta
energia para nos libertarmos de desejos insatisfeitos, sentimentos de
inveja ou injustiça que nos tornam prisioneiros.
Aproveitamos
a vida sempre que procurarmos olhar preferencialmente para aquilo que
temos, por pouco ou até quase nada que seja e não tanto para o que
não temos; para o lado bom em vez de para o lado mau: o sorriso de
uma criança que nos é dirigido; a mão que alguém nos dá; o
encontro com um velho amigo com o qual descobrimos pela primeira vez
as tantas coisas que temos em comum; a possibilidade de abraçar
alguém e sentir a força que daí nos vem; uma conversa estimulante
no decorrer da qual alguém nos diz uma qualquer coisa agradável; o
facto de termos amigos; um simples nascer ou pôr do sol; um dia
bonito ...
Desenvolvemos
a vida em nós se, em vez de nos lamentarmos pelo que não temos,
valorizarmos o que gostaríamos de ou que achamos justo ter;
procuramos pensar que tudo isso é apenas relativamente importante e
sempre menos importante do que tendemos a sentir que seria e, ao
mesmo tempo, acreditar que, de repente, até podemos recebê-lo. Ou
seja, se procurarmos manter sempre aberta essa porta por onde a vida
nos entra embora, muitas vezes, provavelmente quando e da forma que
menos esperaríamos.
Quanto
mais agradecermos o que nos é dado, tanto mais atraímos quem alguma
coisa nos dê. Ter boa vontade em relação aos outros e às
circunstâncias da vida faz aparecer quem a tenha para connosco e
circunstâncias que nos sejam favoráveis. É por esta lei da
atracção que, quem quiser mesmo acreditar naquilo em relação ao
qual é céptico, o melhor que tem a fazer é dar um primeiro passo
como se acreditasse. Não é verdade que a fé move montanhas?
Ora
a fé é a maior dádiva pela qual temos de agradecer imenso, mas é
também a maior graça que a todos é dada, desde que, claro está,
lhe abramos os braços.
A
gratidão pela abundância e pela prosperidade é uma poderosa força
espiritual que traz consigo a propensão para a partilha e é neste
crescimento através da partilha, em que todos podemos ter um papel,
que reside a possibilidade de contribuirmos para a construção da
paz quer seja através da simples partilha económica, quer através
da partilha de talentos postos ao serviço dos outros. É pelo facto
de podermos canalizar conscientemente qualquer forma de energia que a
gratidão tem ainda o poder para nos curar.
Porém,
é evidente que tal só acontece se a expressão de gratidão for
benéfica e não por exemplo agradecer o fracasso, a despromoção ou
a desgraça de alguém, especialmente se resultou em algo a nosso
favor ...
Não é por nos preocuparmos com
algo que poderá acontecer que podemos impedir que isso aconteça.
Pelo contrário, pode até ser que essa tanta preocupação atraia
precisamente aquilo que tememos e, entretanto, desperdiçamos uma
energia que nos seria útil para o nosso bem-estar.
É
evidente que há precauções que convém tomar; cuidados que é
importante ter. Muitos são os problemas, as embrulhadas que podemos
evitar se formos previdentes; se organizarmos e planearmos a vida de
acordo com os objectivos em vista.
Só
que ser previdente não é sinónimo de passar a vida
ansioso por conta do que poderá acontecer. Pretender eliminar tudo o
que é risco, sofrimento é como negar que a vida é uma caminhada
feita por entre paisagens planas e outras montanhosas. A vida é uma
aventura.
Ter
essa pretensão é não aceitar que para tudo o que nos acontece
existe um propósito, mesmo quando não o conseguimos decifrar. Mesmo
os chamados maus momentos só aparentemente é que o são como
acontece com os bons. É não aceitar que, por muito inteligentes e
experientes que sejamos, pouco sabemos sobre aquilo que, de facto, é
melhor para nós – o necessário para ir avançando no sentido da
unidade.
Só
por aí, no entanto, é que vamos vendo que existe algo superior a
nós, uma força maior – e tanto faz o nome que se lhe dá ... –
que, através dos mais variados sinais nos vai revelando precisamente
aquilo que, aqui e agora, nos é indispensável para dar o passo em
frente para o qual, por vezes, até já estamos preparados embora sem
o saber.
Como
seres racionais que somos, natural é querer perceber porque é que
temos de passar por uma determinada dificuldade ou dor insuportável
...
A
porta de saída não é outra senão, com toda a humildade e sem
mais, pronunciar um Sim
que é entrega total a algo superior, acreditemos ou não que Ele
existe. Não importa se é agradável ou desagradável, qualquer
coisa que nos acontece pode ser aproveitada para irmos percebendo da
existência desta porta e sabendo como a fé é algo que, ao se
viver, dá todo um colorido e um calor ao que quer que seja.
A
preocupação excessiva está ligada a uma falta de confiança. Uma
necessidade excessiva de nos sentirmos seguros, de nos esforçarmos,
de arranjarmos esquemas protectores. Esta atitude traduz um medo
demasiado grande de não ter algo que consideramos indispensável. Um
medo muito grande de perder que, no fundo, é expressão do medo de
viver.
Estamos
tanto mais preocupados com o que nos acontece e aos que nos são
queridos, quanto mais encararmos a vida como uma tarefa a cumprir;
uma corrida que não desistimos; uma batalha que temos de ganhar.
Acontece que acreditar na vida é sorrir-lhe; abrirmo-nos a ela
disponíveis para o encantamento; mergulhar de forma fluida na
corrente e quanto menos nos agarrarmos a coisas, pessoas, situações
menos prendermos o que quer que seja, mais atraímos a chamada sorte.
Como
nada é completamente bom ou completamente mau; uma mesma situação
tanto pode ser encarada de forma positiva como de forma negativa.
Tudo depende do ângulo sob o qual a olharmos; como a aproveitarmos.
As coisas não mudam pelo facto de as olharmos de uma maneira ou de
outra, mas se olharmos para o que elas têm de positivo, recebemos
delas o que têm de positivo em tudo. Se por outro lado, olharmos
para o que elas têm de negativo, recebemos tudo o que elas têm de
negativo. Assim também se passa no campo dos relacionamentos: quanto
maiores expectativas tivermos relativamente a alguém, maiores são
as probabilidades de a relação deixar de nos satisfazer porque nem
reparamos naquilo que ela é e, embora não seja como gostaríamos,
nos é importante. Não aproveitamos devidamente o que a vida, por
seu intermédio, nos está a proporcionar.
Recebemos
tanto mais dos outros quanto mais nos limitarmos a acolher aquilo
que, de momento, têm para nos dar. Sem mais lhes pedir. Sem
exigências. Sem expectativas. É a forma positiva de olhar para
eles. A forma respeitosa de estar na vida.
Viver
nunca é fácil, mesmo para aqueles para quem aparentemente o é.
Podemos é optimizar as dificuldades e virá-las a nosso favor ou
permitir-lhes que nos deitem abaixo.
Todos
temos um caminho a percorrer e só à medida que avançamos com os
nossos próprios pés carregando com os fardos que nos pertencem é
que esse caminho se nos vai delineando. Há, porém, quem o recuse.
Quem, ao sentir que andar para a frente é difícil, se ache no
direito de descarregar para cima de alguém; de pedir satisfações à
vida zangando-se com ela.
Todos
armazenamos dentro de nós as memórias de infância. Nesse armazém
existem memórias boas e más que afectam os nossos comportamentos de
adultos – chamam-se-lhe criança
interior e nada
tem a ver com imaturidade.
O
nosso lado criança é esse mais fundo de nós mesmos e que nos
permite viver em intimidade, com entusiasmo, encantamento pelo que a
vida nos proporciona; ajuda-nos a não levar as dificuldades
demasiado a sério. É aí que se encontra a nossa criatividade; os
nossos verdadeiros recursos porque não somos limitados pela
obrigação de ser forte, vencer na vida, corresponder a expectativas
alheias e nossas, desempenhar um determinado papel social, familiar,
profissional. É o lugar onde nos entregamos completamente ao que
sentimos e intuímos.
À
medida que vamos crescendo, vamos aprendendo a sobreviver num mundo
que valoriza sobretudo a força, a aparência, a eficácia e quase
sempre de alguma forma somos levados a esconder este nosso lado a que
se costuma chamar fraco. Há situações porque demasiado dolorosas
que praticamente nos obrigam a empurrá-lo para o fundo do nosso
inconsciente onde vai ficando esquecido e compenetrados nas nossas
obrigações, vamos ficando adultos.
A
criança interior é algo que nos vem de dentro e podemos viver sem
mexer um dedo nem dizer uma palavra. Manifesta-se através de
sensações físicas, reacções emocionais, comportamentos
obsessivo-compulsivos, uma dor física a seguir a uma emoção forte,
cansaço ou vontade de passar pelas brasas, sensação de estar
adoentado, de se sentir deprimido ou pessimista, sem alegria de viver
...
Uma
das formas mais óbvias da criança interior se manifestar é através
de doenças que nos obrigam a arranjar tempo para nos alimentarmos a
nós mesmos e uma das melhores maneiras de ouvir aquilo que nos tem
para dizer é atendendo à parte do nosso corpo que dói. Dizem os
entendidos que quase todos nós não recebemos da parte dos nossos
pais tudo aquilo que em crianças precisávamos de ter tido e,
portanto, temos necessidade de ir curando as feridas da nossa criança
interior.
Antes
de mais, curamos a nossa criança interior reconhecendo-a e
descobrindo que muitas das necessidades de amor, confiança,
segurança, respeito, orientação que sentimos não nos foram
satisfeitas quando éramos crianças e que nos podem provocar agora
estados de ansiedade crónica, medo, vergonha, raiva e desespero. A
seguir, puxa-se para fora tudo aquilo que, ao longo da vida, por
necessidade de sobrevivência, fomos escondendo e nos dói talvez
mais do que julgávamos possível.
Sempre
que as necessidades básicas próprias de qualquer ser humano
continuam por satisfazer, estamos sujeitos a ter comportamentos de
abuso em relação a nós próprios e aos outros e a criar problemas
potencialmente em qualquer área da nossa vida.
Só
o próprio é que pode levar este trabalho de encontrar e conhecer as
necessidades da sua criança interior. Só ele a pode alimentar.
Senão acabamos por fazer exactamente a mesma coisa aos nossos filhos
que os nossos pais nos fizeram porque esta criança interior que está
magoada, interfere em absoluto com o nosso comportamento de adulto.
Depois
de entrar dentro de si para sentir de facto a dor e reconhecer que
tem direito a estar magoado, há que não ficar a chafurdar nessa dor
e andar para a frente, isto é, perdoar
a quem nos magoou. Ao relembrarmos aquilo que os nossos pais nos
fizeram e ao lhes mostrarmos como nos magoaram, estamos, ao mesmo
tempo, a ver todas as agressões que fazemos aos nossos filhos e
começamos a educá-los de maneira diferente explicando que o que nos
leva a agir de uma determinada maneira é o facto de termos sido
magoados.
Nunca
é tarde para se ter uma infância feliz!
É
o sonho
que nos permite o encantamento necessário para sentir que a vida
eterna existe; que haverá sempre algo que podemos fazer, ver,
aprender. Algo por descobrir ainda e que puxando-nos para lá de nós
mesmos, nos torna maiores e nos mostra que o caminho que é suposto
percorrermos, mesmo quando todo percorrido, não acabou ainda.
Quando
acreditamos nalguma coisa e orientamos o nosso tempo e os nossos
talentos no sentido de a realizar; à medida que o tempo passa,
iremos avançando continuamente numa direcção que, para nós, é a
correcta.
Se
a nossa atitude em relação à vida for positiva, receberemos quase
tudo aquilo de que, de facto, precisamos.
Sem
dúvida que nos aparecerão pela frente provações; desafios de toda
a ordem, mas a forma como deles tomamos consciência e como os
encaramos é que vai determinar quão positivos ou quão negativos
nos irão ser.
Se
aceitarmos os eventuais desapontamentos e procurarmos olhá-los com
optimismo e esperança pensando coisas deste tipo: já que a chuva me
impede de ir à praia, vou aproveitar para ir ao cinema que há uma
série de filmes que quero ver; então eles serão para nós sempre
uma ocasião de crescimento.
As
chaves que nos simplificam a vida são aquelas que, por nós
próprios, utilizamos. Aquelas que nos dizem que importante é viver
cada dia o mais plenamente possível. Acreditar que a todo o momento
é possível que os nossos sonhos se realizem.
Em
última análise, é de nós que depende que isso aconteça; da nossa
atitude interior de esperança, que é a confiança.
Para
onde quer que vá e quaisquer que sejam as circunstâncias da sua
vida, leve os seus sonhos consigo e o mundo será um lugar mais
bonito. Aquilo que a luz do sol é para as flores, são os sonhos
para a vida. Enriquecem-lhe todo o ser.
Os
sonhos atiram-nos sempre para a frente; mostram-nos que viver não é
olhar para o passado, mas sim para o futuro. Os sonhos mantêm-nos
interessados pela vida. Constantemente ocupados com alguma
perspectiva positiva e energia para realizar grandes coisas. São os
sonhos que nos permitem a determinação que nos torna capazes de
conseguir aquilo que pretendemos.
Os
sonhos ajudam-nos a achar graça e a manter o sentido de humor
necessário para descobrir sempre uma saída para qualquer situação
em que nos encontremos. Permitem-nos errar e aprender com os erros.
Correr riscos sem o receio de falhar. Manter a confiança e a
inspiração que nos dá coragem para continuarmos firmes nas nossas
convicções na medida em que nos fazem crer que tudo é possível.
Permitem-nos crescer e aprender com as mudanças que a vida nos traz.
Um
sonho é uma prenda que damos a nós próprios e para aqueles que
querem acreditar nos seus sonhos e em si mesmos, a vida é uma dádiva
preciosa em que tudo é possível. Chegamos? Não chegamos? O
importante é que vamos. Esta vida é uma viagem que não acaba mesmo
quando aparentemente chega ao fim.
Pode
haver períodos em que sentimos como se tivéssemos dado milhões de
passos no sentido dos nossos sonhos e agido em conformidade com o que
planeámos para lá chegar apenas para, afinal, nos encontrarmos no
lugar de onde partimos. Nesses períodos a única coisa a fazer é
não desistir. Por muito perdidos, abandonados e sozinhos que nos
sintamos, há que continuar a acreditar em nós mesmos e tentar
descortinar o caminho para lá de desvios, paragens e obstáculos.
Por muito doloroso que o momento seja, sempre acabará por passar.
Em
cada novo dia pode haver encantamento e podemos antecipá-lo pensando
em qualquer coisa que de novo nos possa trazer alguma oportunidade de
crescimento, amizade, uma maior compreensão de nós próprios, algo
que ainda não temos a experiência e que talvez nos apaixone. Basta
encarar o dia-a-dia como fazendo parte da grande aventura que é a
vida.
Uma
das preocupações da nossa vida é não perder tempo. Aproveitar ao
máximo todos os minutos. Chegar a tempo, ganhar tempo, mesmo sem
saber de quê e para quê.
Ocupamos
de tal maneira o tempo que passamos a vida com a sensação de que
ele não chega para nada. Para esticar o tempo dormimos menos do que
o suficiente, comemos mais depressa do que o ideal ou até pulamos
refeições.
A
pressa de chegar, a ânsia de fazer, a obsessão de conseguir,
levam-nos a ultrapassar etapas. A apoiar-nos em utopias. A
satisfazer-nos com ilusões. A afastar-nos daquilo que é a nossa
essência; daquilo que no fundo nós queremos. Levam-nos, por isso, a
atrair e a ser atraídos por pessoas que nos desviam do caminho que é
o nosso.
Acontece
que o tempo não se perde nem se ganha. Ele simplesmente passa e a
única coisa a que nos convida é que o aproveitemos, não no sentido
de fazer o maior número possível de coisas, mas
no de gozar o tempo,
respirá-lo, vivê-lo. Só através desta vivência empenhada podemos
ir crescendo.
Admitir
que não somos capazes de fazer tudo aquilo a que nos propomos num
determinado espaço de tempo obriga-nos a aceitar que não somos
donos e senhores absolutos daquilo que possuímos, incluindo a nossa
própria vida. Somos limitados e aprender a viver implica ir
aceitando tranquilamente o que não temos, o que não conseguimos
fazer, o que perdemos.
Quando
lutamos contra o tempo, este aparece-nos como inimigo. Algo que nos
persegue ou nos devora sempre que olhamos para trás. Cada segundo
fica carregado de uma enorme ansiedade que, não é mais do que a
expressão dessa dificuldade em reconhecer e aceitar o facto de
sermos limitados. A contrapartida é andarmos quase sempre
insatisfeitos e com alguma frustração.
Só
quando, pelo contrário, aceitamos essas nossas limitações, é que
a sensação de não ter tempo se pode transformar em algo sereno. Só
andando devagar é que podemos ir reconhecendo onde se encontra o
nosso verdadeiro porto de abrigo e que vamos podendo lá chegar
inteiros. Só dessa forma vamos deixando pelo caminho tudo aquilo que
foram fardos de facto inúteis.
Reconhecer
o nosso caminho, aquele por onde nos podemos ir apercebendo do
significado da nossa vida e onde podemos ir encontrando os nossos
verdadeiros companheiros de viagem, leva tempo. Exige silêncio.
Paragens. Consulta do mapa de estradas. Basta estar atento aos sinais
interiores e exteriores que a vida nos for dando para saber o que
fazer. Há ocasiões em que temos mesmo de correr, senão quisermos
perder um comboio que talvez seja o último. Só que, para nos
apercebermos dele, não podemos passar a vida numa correria.
O
problema central é o da gestão de si próprio. A única forma de
gerir o tempo é conhecendo-nos. Só assim não passamos muitas
horas da nossa vida a fazer coisas completamente secundárias. Isso
implica estabelecer prioridades.
Saber aquilo que nos é mais importante. Para estabelecer prioridades
temos de estabelecer objectivos
começando pelos objectivos a longo prazo para depois os ir
concretizando. O problema é que, às vezes, queremos aplicar
prioridades sem conhecer os objectivos.
Aplicar
estas ideias leva-nos a perguntar a nós próprios:
O
que quero da vida?
No
decorrer deste ano o que quero ter?
Neste
mês, como é que quero concretizar este meu querer?
Se
for prioritário ter tempo para nós, pode ser que este mês
queiramos concretizá-lo tendo uma hora por dia de tempo livre para
nós. Então, mesmo que ter a casa arrumada habitualmente seja
importante, nesta altura, talvez não seja isso a coisa prioritária.
Claro
que podemos ter também objectivos inatingíveis, mas esses há que
deitá-los para o lixo.
Os
amigos do tempo são as Leis
de Gestão do Tempo:
- O essencial leva pouco tempo; o acessório leva muito.
- Todo o trabalho interrompido por outros leva mais tempo.
- Quanto mais tempo temos, mais demoramos a fazer uma coisa.
- Para lá de um certo tempo, não vale a pena insistir.
- Fazer uma coisa de cada vez e procurar fazê-la bem.
- Respeitar os nossos ritmos biológicos.
- Quanto menor é o interesse pelo que fazemos, mais tempo despendemos a fazê-lo.
Para
descobrir o nosso próprio ritmo, temos de descobrir as horas em que
somos mais produtivos e quais as horas que nos rendem menos. A partir
daqui convém concentrar as nossas forças nesse período mais
produtivo.
De
seguida elabora-se o seguinte quadro que se coloca em local bem
visível:
Actividades
importantes
e
urgentes
|
Actividades
importantes, mas não urgentes
|
Actividades
urgentes, mas não importantes
|
Actividades
nem urgentes, nem importantes
|
É aconselhável planear a semana, o mês procurando, por exemplo,
- eliminar em cada semana pelo menos uma das coisas que mais nos façam perder tempo,
- passar em cada dia pelo menos uma hora sem interrupções,
- não deixar tarefas inacabadas,
- quebrar a rotina,
- escrever objectivos que ainda apenas sejam ideias vagas.
A
noção que temos do tempo pode permitir-nos vislumbrar a eternidade
se vivermos de forma plenamente consciente e agradecida o dia único
que hoje nos é dado.
Apreciar
cada momento que passa.
Arranjar
tempo para esta vida interior que sempre foi importante, mas nunca
tão importante como na correria de hoje em dia.
Aprender
a lidar equilibradamente com o que nos vem de fora não deixando que
nos provoque, mantendo uma atitude de neutralidade em relação a
isso, distraindo-nos de um eventual problema, de forma a que, embora
exista e todos os dias tenhamos de o enfrentar, dele nos dissociemos.
Existem
técnicas cientificamente comprovadas que, levando-nos a ver o lado
positivo de qualquer questão, nos ensinam a nos dissociarmos do seu
lado negativo. Assim o problema deixa de influenciar a nossa mente e
nós deixamos de reagir demasiado seja a que for.
Conselhos
para alguém cheio de responsabilidades:
- Antes de sair de casa, tomar tranquilamente o pequeno-almoço;
- Tentar chegar sempre a uma reunião com tempo necessário para se descontrair antes dela começar;
- Se for empresário, procure criar uma equipa de suporte para saber que tem apoios com que pode contar;
- Não fazer do trabalho o centro da sua vida;
- Arranjar tempo para se relacionar com a família e amigos.
Para
lá de um corpo físico, cada um de nós tem um corpo energético e a
circulação da energia no interior do nosso corpo é comandada pelos
chamados chacras,
palavra que em sânscrito quer dizer roda.
Cada
chacra corresponde a uma cor, uma nota musical, determinados órgãos,
funções e sistemas, um sentido, um elemento.
1º - chacra
da raíz.
Encontra-se na base da coluna vertebral e está relacionado com os
alicerces da nossa vida: a família, o trabalho, o dinheiro, a mãe.
2º - chacra
do ventre ou do prazer.
Dele depende a nossa capacidade para viver as paixões.
3º - chacra
do plexo solar.
Situa-se ao nível do estômago e está relacionado com a liberdade,
com a capacidade para dizer NÃO, para fazer aquilo que sentimos ser
bom para nós, para confiar na intuição.
4º - chacra
do coração.
Situa-se ao centro do peito e permite-nos a amizade, a partilha, a
aceitação, o relacionamento com os outros e cujas perturbações
provocam problemas de respiração, de circulação e no sistema
imunitário.
5º - chacra
da garganta.
Situa-se na base do pescoço e está relacionado com a comunicação.
6º - chacra
da testa. Também
chamado Terceiro
Olho, está
relacionado com o sexto sentido.
7º - chacra
da coroa. É o
chacra da luz interior que representa o contacto com a parte mais
profunda do nosso ser. Problemas a este nível provocam medo do
desconhecido, sensação de estar separado, rebeldia em relação à
figura de autoridade.
Qualquer
cura é conseguida através de uma mudança; uma transformação. E
ninguém pode fazer aquela que a cada um de nós compete. Ninguém
pode pensar por nós. Nenhuma doença nos surge por acaso. Curar
significa recuperar o equilíbrio perdido; a sensação de bem-estar
íntimo.
Qualquer
pessoa tem dentro de si mesma tudo aquilo de que precisa para
transformar o negativo em positivo, independentemente do ponto a que
tenha chegado.
Somos
nós que criamos o nosso próprio universo. O chão onde construímos
a nossa realidade. A única coisa sobre a qual temos um controlo
total é a nossa atitude. Cada palavra que dissermos, cada gesto que
fizermos, provoca uma reacção em cadeia.
Se
pensarmos ou agirmos de forma harmoniosa, as palavras e os gestos
fluem-nos directamente do coração criando uma onda de amizade. O
que significa que, se quisermos, de facto, mudar o mundo, só temos
de mudar a nossa maneira de pensar.
Intuir
é captar algo que está para lá dos limites dos nossos cinco
sentidos. Ver para lá do que os nossos olhos vêm, ouvir para lá do
que os nossos ouvidos ouvem. Ultrapassar as nossas percepções.
Vislumbrar o ilimitado e assim poder escutar a voz do silêncio.
Intuir
é olhar para as várias circunstâncias da vida ou para aqueles com
quem nos relacionamos ou cruzamos pelos caminhos da vida, sem ficar
retidos em quaisquer preconceitos ou juízos de valor.
Intuir
é descobrir-lhes a alma.
Intuir
é acolher os sinais por mais pequenos ou insignificantes que nos
pareçam e que nos vão sendo dados, sem sobre eles nos interrogarmos
e, sobretudo, sem os criticar, mas antes acolhê-los com
disponibilidade de coração. E assim acolher o mistério que nos faz
ser o que somos e acontecer-nos o que nos acontece ou aos outros à
nossa volta.
Assumir
a intuição que cada um de nós tem e desenvolvê-la implica um
crescimento contínuo precisamente no sentido da humildade.
Humildade
essa que não significa achar que eu não sou nada, não sei nada,
...; mas sim que há algures, não importa onde, algum Ser que sabe
mais o que, de facto, é melhor para mim, em cada momento e que
continuamente está disposto a fazer-me chegar sinais que sobre isso
me informam. E que a maneira de eu os ir captando começa por ser
usufruindo ao máximo daquilo que tenho, desenvolvendo ao máximo as
minhas potencialidades, só que não me deificando nem deificando
aquilo que tenho.
Em
vez de ficar agarrado a todo esse poder, qualquer que Ele seja, devo
sim, ir procurando ter uma atitude de disponibilidade de coração
face a tudo e a todos.
Ter
uma atitude de amizade e não de poder em relação a tudo e a todos
significa respeitar os sinais que a vida nos for dando tanto os que
vêm de dentro de nós mesmos como os que vêm de fora de nós
mesmos.
Quanto
mais tivermos esta atitude amorosa face à vida, mais abrimos as
portas à intuição.
Seguir
a intuição implica aceitar que há uma ordem que preside a tudo. Um
Ser Superior que nos vai orientando pelos caminhos da vida. Ouvir a
Sua voz. Reconhecer n’Ele um Mestre amigo, sempre pronto a
ajudar-nos, sempre à espera que O acolhamos por muito que d’Ele
nos afastemos. ❐
O meu Clube de Leitura
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1.º
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