Recém-eleito
presidente dos Estados Unidos, Barack Obama é o homem para quem todas as
atenções se voltam neste início de 2009. O momento não podia ser mais decisivo
e delicado: Obama ascende ao poder herdando um país envolvido numa guerra que
já muita controvérsia gerou e mergulhado numa das mais graves crises económicas
de sempre. Com este livro, o comentador e analista político, Robert Kuttner,
não só faz uma análise do panorama atual e do que deve ser feito para o alterar
como traça o perfil do novo presidente e os passos que o podem conduzir a uma
liderança sólida e efectiva, concentrada no estabelecimento de uma democracia
mais forte, de um governo mais eficaz e de uma sociedade mais justa. A
recessão, o ambiente, a globalização, a segurança social são assim alguns dos
temas abordados neste livro e que influenciarão a curto e a longo prazo o
equilíbrio político e económico a nível mundial. O Desafio de Obama é
uma obra que capta de forma lúcida e vigorosa um ponto de viragem na nossa
história e que por isso se torna imprescindível.❐
Editorial
PRESENÇA; 219 pp.
Robert
KUTTNER é um dos mais respeitados comentadores e analistas políticos nos
Estados Unidos. Cofundou a revista American Prospect, foi colunista da Business
Week e escreve atualmente para o jornal Boston Globe. É ainda autor
de diversos livros sobre economia e política.❐
2007 – The
Squandering of America (O Desperdício da América)
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Ficha Técnica
Título
original: Obama's Challenge – America's Economic Crisis and the Power of a
Transformative Presidency
Autor: Robert
KUTTNER
Data: 2008.
Tradução:
Editorial PRESENÇA, Lisboa, 2009, 1.a edição
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Apresento-vos
extractos desta obra que vos convido a ler:
(pp.19-36)
(…) todos os grandes presidentes recorreram à sua capacidade de liderança,
em primeiro
lugar, para transformar o entendimento público a respeito dos desafios
nacionais e,
em segundo,
para ultrapassar impasses derivados de obstruções do Congresso, do poder de
grupos de interesse, da passividade do eleitorado assim como da sabedoria
convencional.
Cada um à
sua maneira encontraram aliados, cada um deles cresceu interiormente imenso
durante o respectivo mandato. Cada um deles começou por transformar o ambiente
nacional e, em seguida, a direcção da política nacional, sujeitando-se a
enormes riscos políticos em nome de princípios pelos quais as pessoas lhes
viriam a desenvolver um profundo respeito. Com frequência atraíram alguns
membros dos partidos da oposição e também foram grandes unificadores. Estes
presidentes incentivaram movimentos em prol da mudança (para o bem comum) e
assim pressionaram-se a si próprios e ao Congresso para que fossem muito para
além do que era considerado concebível – a audácia da esperança. Geraram um
ímpeto acelerado tendo em vista reformas drásticas que se revelou politicamente
irresistível. A História sugere que não basta a um presidente dispor de maioria
no Congresso, precisa também de ser capaz de mobilizar apoio alargado tendo em
vista mudanças significativas em todo o país.
Ser um
presidente inovador significa compreender a corrente dominante, mas ser líder
da mudança necessária no momento, discernir aspirações tácticas e necessidades
por satisfazer nas pessoas e, em seguida, fazer dessa mudança inovadora a
perspectiva dominante pela qual a população clama. Este empreendimento requer
sabedoria, capacidade de decisão e de liderança. Acima de tudo, precisa de
reabilitar o papel construtivo do governo quer no espírito das pessoas
quer no que o governo tem para oferecer.
Os
candidatos a presidentes ao reunirem legiões de equipas de sondagens e de
consultores de campanha arriscam-se a ficarem reféns delas. Lincoln, Roosevelt,
Lyndon Johnson não precisavam de sondagens. Desfrutavam de uma perfeita
sintonia com a opinião pública, um talento que contribuiu para que fossem
excelentes estrategos com uma excelente bússola interior.
(pp.37-124)
Atualmente vivemos na mais grave crise financeira desde a Grande Depressão e
uma recessão profunda. Esta crise é o resultado desnecessário de desregulamentação
excessiva – tramóias a mais do sector privado, governo a menos para as
contrabalançar.
Um sistema
financeiro extremamente enfraquecido deu origem a uma contracção do crédito que
as taxas de juro baixas podem apenas melhorar, não curar. Nas atuais
circunstâncias, só há uma política geral de abordagem capaz de resgatar a
economia da situação em que se encontra e devolvê-la ao caminho da prosperidade
amplamente partilhada:
·
restabelecer
a tributação sobre as empresas e os americanos mais ricos,
·
reduzir os
gastos em guerras no estrangeiro,
·
incorrer em
défices temporariamente mais elevados e
·
utilizar as
receitas para investimentos sociais de vulto (devido ao grande aumento do
desemprego e também para apoiar a criação de novas empresas)
·
complementar
os resgates financeiros dos bancos com uma supervisão e uma regulamentação
muito mais rigorosas.
Roosevelt
costumava deixar os seus assessores mais próximos exasperados ao ter conversas
com pessoas de que nunca ninguém tinha ouvido falar. Obama tem também a
perspicácia de aprender com os erros e de fazer correcções de rumo e escolheu
nomear um conjunto de assessores ideologicamente díspares e ouvir
cuidadosamente todos os argumentos antes de retirar as suas próprias
conclusões.
É preciso
começar por objectivos exequíveis e prestar muita atenção à sequência, às
prioridades e à lógica das grandes transformações que dão início às reformas
incrementais.
“Por liderança
refiro-me não apenas aos líderes de transacção que prosperam graças a
acordos, compromissos e manipulações dentro de um dado sistema, mas aos líderes
transformadores que dão resposta a necessidades, esperanças,
expectativas e desejos humanos fundamentais e que são capazes de transcender e
mesmo de procurar reconstruir o sistema político ao invés de se limitarem a
operar no seu seio.” de James
MacGregor Burns
O presidente
Roosevelt, na sua primeira Conversa à Lareira, deixou claro que o
mercado privado tinha falhado e que a ajuda do governo ia a caminho.
Instaurou-se a si próprio enquanto líder do governo e, nesse papel, enquanto
defensor do americano médio que estava a passar dificuldades sem que tivesse
qualquer culpa disso. Ainda demoraria sete anos para o país sair da Grande
Depressão, mas a população sabia que tinha um amigo na Casa Branca, um amigo
que aproveitara a oportunidade para recordar aos cidadãos que as políticas
liberais tinham falhado e que o governo era a fonte de auxílio.
Os
cientistas políticos estabelecem a destrinça entre poder e autoridade.
O poder pode traduzir-se na força bruta e a autoridade conquista-se através do
respeito. O receio do poder presidencial abusivo é o reverso da medalha do
desejo ardente de autoridade legítima que só uma grande liderança será capaz de
restabelecer.
Todas as
reformas transformadoras implicam lutas. A reforma exige a mobilização dos
menos poderosos, por vezes, a concessão de poder a uma minoria corajosa e, por
vezes, a conquista do apoio das pessoas quase do zero. Os grandes presidentes
souberam como usar as palavras com fins inspiradores, mas também souberam como
fazer jogo duro. Há ocasiões em que os presidentes fazem atrasar o progresso. “Os
líderes, por muito que se afirmem em prol da harmonia, não se esquivam ao
conflito; enfrentam-no, exploram-no e, com o tempo, acabam por personificá-lo.”
escreveu James MacGregor Burns. (...)❐
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1.º – As Amendoeiras em Flor e o Corridinho Algarvio.wmv http://www.youtube.com/watch?v=NtaRei5qj9M&feature=youtu.be
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