Lagos,
08 de Novembro de 2012
sobre Questões do Português 4
Desta vez, venho debruçar-me sobre as
questões:
plural dos substantivos/adjectivos
terminados em -l
Diz-nos a regra que se passa o -l para -i
e acrescenta-se -s. Assim fica:
hotel – hotéis; pincel – pincéis; mel –
méis; coquetel – coquetéis;
sol – sóis; stencil – stencis; funil –
funis; gel – géis; banal – banais;
paúl – paúis; …
país versus nacionalidade:
Argentina – argentinos; Filipinas –
filipinos; Palestina – palestinos, ... ❐
Lagos,
25 de Outubro de 2012
sobre A Dívida Portuguesa
Ontem Portugal recebeu novamente a visita
da Troika que veio averiguar se os compromissos assumidos por Portugal estavam
a ser cumpridos e os pagamentos dos empréstimos e dos juros para poder libertar
mais uma prestação, a de Outubro, no valor de mil e quinhentos milhões de euros
de um empréstimo total dos FMI, Banco Central Europeu e
Comissão Europeia no valor de setenta e oito mil milhões de euros (78
mil milhões de euros) dos quais já foram entregues vinte e um mil e oitocentos
milhões de euros (21 800 milhões de euros). Actualmente a dívida pública já
representa 120% do Produto Interno Bruto (= o valor monetário do que é
produzido no país). Depois vêm para a praça pública afirmar “Não
queremos cá a Troika”; pois não, não querem, mas querem o dinheirinho que
ela tem vindo a trazer para Portugal!? Que valores morais e éticos são estes?
Que exemplos são estes para o nosso povo? Nesta crise » 2009-2012 »
já 73 000 empresas em Portugal foram à falência, representando 24% do tecido
empresarial.
Este é o buraco onde nos meteram as
espertezas “saloias” dos que têm sido nossos governantes e seus quadros
técnicos com a política do “gasta-se e não se paga”; pois não. Os outros
tiram o seu dinheiro de algum portal virtual para nos entregar a nós?! As
consequências dessa política e desse incentivo estão à vista na situação
calamitosa do Estado, das famílias e do sector privado. Contudo esta não é toda
a dívida, ainda há as dívidas contraídas com vendas de obrigações
públicas no mercado internacional de capitais com cada venda da ordem
de vários mil milhões de euros e a juros muito mais elevados a
vários bancos e países estrangeiros. Agora andam a afirmar “nós queremos
entrar nos mercados internacionais de capitais para vender mais obrigações.”
sem o mínimo bom-senso. Ainda há dívidas públicas ao FMI e não
só, anteriores a esta crise internacional.
São dívidas públicas atrás de dívidas
públicas num valor que vai para além do exorbitante. Qual o sentido de tudo
isto? Tudo isto tem um objectivo para eles. O objectivo só pode ser a saída de
Portugal do euro, fazer a desvalorização da moeda, mas numa escala
de milhares por cento como aconteceu quando se mudou dos réis da monarquia para
os escudos da república e inflação galopante, mas a dívida
paga-se em euros ou dólares. Talvez andem a sonhar com decretar a
insolvência do país e Portugal passar a neocolónia dos países-credores. Na
cabeça de gente louca tudo é possível.
Claro que a riqueza deste grupo de
portugueses não está em Portugal; em Portugal não depositam eles o seu
dinheirinho, não criam as suas empresas, não compram, … Portugal já não tem
classe para eles. Dantes tinham o seu dinheiro e empresas nas colónias onde não
se fazia desvalorização da moeda, pois não havia agitação social e assim não
havia necessidade de castigar a economia e finanças. Actualmente têm a sua
riqueza nos países emergentes – Brasil, Angola, Moçambique, China, Índia - com
economias crescentes onde também não há desvalorização da moeda porque, antes
que comece a haver desvalorização da moeda, eles mudam as suas riquezas para
outros países mais favoráveis e cá em Portugal gozam os rendimentos,
desfrutando do sol e do clima. É natural, nós também gostamos do que os
estrangeiros gostam.
E Portugal? Como fica Portugal depois de
acontecer tudo o que eles querem? Portugal volta a ser o país de
miséria para o povo, o país subserviente como sempre foi antes de entrar
para a União Europeia. Querem fazer-nos crer que isto é sina dos portugueses,
culpa da igreja católica dominante (será mesmo?) nos países em crise, qualidade
dos povos do sul pelo facto de serem preguiçosos e ignorantes. Será mesmo? Ou
tudo isto é culpa dos grupos de ignorantes que nos têm governado ao longo da
nossa História gastando à vontade e depois desvalorizando
a moeda, lançando moeda no país sem aumento correspondente do PIB e depois
mudando de moeda com uma grande desvalorização e inflação. Eles acham que o Zé
quer é andar com a carteira cheia!? Será que ele quer mesmo isso agora que é
mais culto, capaz de pensar pela sua própria cabeça?! Duvido!
Porque é que a Islândia,
primeiro não queria a União Europeia nem o euro e agora depois da crise e da
desvalorização da sua moeda já quer e pede para entrar para a União Europeia e
para o euro?! Agora reconhecem a importância e a protecção que a União Europeia
representa para os Estados-membros e quão necessária ela é para apoiar e
defender a população quando surgem loucos a governar-nos.
Dizem que nós temos uma economia fraca,
não podemos estar no mesmo grupo das grandes economias; mas nós não somos o
único país pequeno do grupo do euro. Estão lá muitos mais países pequenos e as
suas populações têm bons níveis de vida. Qual o problema histórico destes
países do sul que os outros países não têm? A desvalorização da moeda. Os outros países não usam como
método lançar moeda no país sem o correspondente aumento de riqueza,
desvalorizando assim a moeda e gastando para além das suas receitas. Os outros
países da Europa não fazem isto e é isso que provoca a diferença.
Os outros países gastam de acordo com as suas receitas e o resto entregam a
capitais privados e é assim que governantes com bom-senso têm de governar em
Portugal.
Relativamente à dívida pública exorbitante
e crescente que alegremente a nossa praça pública defende, pois sem este
endividamento não havia e não há com que pagar as despesas públicas
indispensáveis, só há uma coisa a fazer: ir pagando de acordo com as
receitas que o país vai obtendo e ir alargando os prazos de
pagamento, isto é, por exemplo o Estado tem 500 mil
milhões de euros para pagar em Março de 2013 que resultam de empréstimos e
juros a 6% ao ano. Então, com antecedência, convoca os seus credores e
diz-se-lhes “não temos como cumprir os nossos compromissos convosco em Março
de 2013. Só podemos entregar 200 mil milhões de euros nessa data. Pede-se para
que o prazo seja prolongado por mais um ano.” Assim os 500 mil milhões de
euros a entregar em Março de 2013 passam para Março de 2014, o que significa
que a taxa de juro automaticamente passa de 6% para 3% ao ano. Claro que os
credores podem querer receber os 200 mil milhões de euros em 2013 e 300 mil
milhões de euros em 2014. É natural. ❐
Lagos,
06 de Outubro de 2012
sobre Mais uma PPP
O Partido Socialista anda a apregoar o
lançamento de mais uma PPP (Parceria Públicoprivada) quando chegar ao Governo
para a criação de um banco somente dedicado às operações de crédito e outro
apoio às PME (micro, pequenas e médias empresas) para a expansão da nossa
economia.
Eu pergunto-me: qual a necessidade
da criação de mais uma PPP, mesmo que seja com este objectivo? Os bancos que
existem, incluindo a CGD, não podem criar um departamento para
tratar deste assunto, estabelecendo um protocolo com o Governo? Para quê
complicar tudo só para conseguir mais uma receita para o banco e despesa para o
Estado? São os amigos…
Muito mal anda o país onde se sobrepõe o
partido, os amigos ao patriotismo.❐
Lagos,
21 de Setembro de 2012
sobre as Receitas para a Segurança Social
Novamente se vem informar que para baixar
a TSU (Taxa Social Única) para os empresários há necessidade de aumentar outra
taxa ou imposto. É uma falsa questão! A relação não está entre aumentar ou
diminuir taxas ou impostos; a relação está entre receitas quer
de taxas quer de impostos e não há uma razão directa entre taxa/imposto e
receita fiscal. É pura ilusão lançada sobre a população para a levarem a
aceitar novos aumentos de impostos como já está provado com factos.
Actualmente os trabalhadores dependentes
contribuem com 11% do seu salário para a Segurança Social e em Espanha estes
contribuem com 4% do seu salário. A diferença é muito grande!
Os empresários actualmente
contribuem com 23% do salário dos seus trabalhadores para a Segurança Social.
Isto vai muito para lá do aceitável!
Os trabalhadores a recibos verdes contribuem
com 28% do que recebem para a Segurança Social. Isto é um autêntico roubo a
favor do Estado (Segurança Social apenas porque ainda há outros impostos a
pagar). Acontece que se considera neste grupo apenas as profissões liberais,
mas esses sabem e podem orientar-se; só que neste grupo estão principalmente e
todos sabem, os trabalhadores que trabalham para empresas recebendo a troco de
recibos verdes e estes não têm como orientar-se. Sabemos que há muitos
trabalhadores que poderiam ser considerados dependentes e trabalham a recibos
verdes e acredito que são a maioria neste grupo. Não está correcto e não se
pode condescender com esta taxa tão elevada. Seria de considerar um
escalonamento de taxas de acordo com os rendimentos auferidos.
Acontece que a revolta é grande e justa,
pois os poucos que ainda trabalham – empresários ou trabalhadores operacionais
dependentes – vêem o pouco que recebem ser quase todo escoado para o Tesouro
Estatal. Não pode ser assim: cada um tem de ter para si uma percentagem
adequada do rendimento do seu trabalho porque senão perde interesse/motivação
em produzir riqueza, trabalhar. Numa sociedade, há que contribuir para o bem
comum do país; ninguém se nega a isso, mas numa percentagem razoável.
Quando se permite o encerramento diário de
empresas, estamos a fomentar o desemprego, o crescimento da despesa do Estado e
estamos a destruir a possibilidade de criar riqueza no país, a aumentar o
desemprego e a diminuir a receita fiscal do Estado e isto tem sido permitido há
muitos anos e em crescendo por alguns dos governos mais recentes.
A questão de baixar/subir taxas/impostos
para manter ou subir a receita fiscal é pura retórica!❐
Lagos,
17 de Setembro de 2012
sobre Medidas Políticas com Conhecimento da realidade
Tem sido feita uma política de diminuição
dos salários dos trabalhadores operacionais dependentes sem se pretender
conhecer a realidade do país. Nenhuma política pode ser feita assim, surgir do
nada desde que os políticos sejam idóneos. Contudo, como já tenho salientado já
no tempo do governo Sócrates, está errada esta opção para o nosso país porque
os salários dos operacionais dependentes já são muito baixos, dos mais baixos
da Europa, tornando o poder de compra destes trabalhadores irrisório.
Mas se, por exemplo, se pretende baixar os
salários dos trabalhadores dependentes com o objectivo de atrair o capital
estrangeiro para que crie grandes empresas em Portugal há que ter em atenção os
preços dos bens no país; primeiro, há que estudar a situação das famílias para
saber até onde é possível baixar o salário sem provocar diminuição no consumo e
instabilidade social e lançar no país todas as consequências a estas primeiras
consequências. A Estatística tem instrumentos valiosos que, com conhecimento de
causa, podem e devem ser indispensáveis para concretizar políticas estratégicas
escolhidas.
Para o exemplo mencionado, pede-se que
sejam estudados cabazes de bens de agregados familiares com
dois filhos em idade escolar para os diferentes estratos sociais em que se
pretende alterar os salários e verificar o seu poder de compra e também até
onde é possível baixar os salários.
Acontece que o anterior governo, de
Sócrates, já tinha começado esta política partindo do princípio de que os
ascendentes, já reformados, dos casais jovens apoiariam estes financeiramente.
Agora foi o descalabro total! Nem os pensionistas, nem os de meia-idade, nem
jovens, … ninguém consegue apoiar ninguém. Não têm como!
Numa delinquência louca, mantêm-se
os impostos altíssimos, sem paralelo em qualquer outro país da União
Europeia, pelo menos; baixam-se os salários dos trabalhadores operacionais
dependentes, as pensões dos reformados e as consequências que
já vinham do anterior governo continuam em crescendo numa progressão geométrica
sem paralelo. Incompetência atrás de incompetência, ignorância atrás de
ignorância, dolo atrás de dolo.
Cada vez mais há casais com filhos em
idade escolar, ambos no desemprego;
cada vez mais há menos nascimentos
de crianças em Portugal;
cada vez mais há empresas a irem à
falência e a lançarem no desemprego muita gente;
cada vez mais diminui o consumo e
também o rendimento das empresas ligadas ao consumo que aumentam
os preços dos seus produtos para equilibrar as suas receitas e não
terem de fechar portas e lançar mais gente no desemprego;
cada vez mais há menos moeda no
país também porque se está a pagar a dívida e os juros da dívida que levam o
pouco dinheiro que ainda existe e se produz para fora do país; mas a solução
não passa por os Bancos Centrais lançarem moeda no mercado, mas sim evitar
a falência das empresas que existem e fomentar a criação de
novas empresas, apoiando-as com o método coaching até
estarem as receitas em crescendo e a obterem lucro;
a inflação já existe, mas
controlada e não necessitamos de inflação descontrolada, desvalorizar a moeda,
mas sim produzir riqueza no país, produzindo bens e serviços e ao
vendê-los a moeda entra como tem entrado com o aumento das exportações, só que
sai logo para pagamento da dívida. Necessita-se de atingir valores monetários
superiores nas vendas no país e nas exportações para que a moeda que entra seja
superior à dívida e fique no país;
cada vez há mais ouro a sair do
país em barrinhas de ouro, resultantes de terem sido derretidos os
objectos de ouro das famílias, vendidos ou roubados. Só no primeiro semestre de
2012, as exportações de ouro representaram 10% do total das exportações;
cada vez mais aumenta a emigração
portuguesa de quadros jovens qualificados e o país fica desertificado
de portugueses e envelhecido;
cada vez mais há mais suicídios porque
todos estão desesperados e não encontram saída para os seus problemas nem na
emigração que não lhes oferece possibilidades;
cada vez mais a população portuguesa
é cada vez mais idosa por causa do que já foi dito acima;
cada vez mais a receita do Estado
é menor, apesar dos impostos terem valores altíssimos porque se seguem
políticas erradas sem antes estudar a situação do país;
cada vez mais se criam empresas portuguesas
no estrangeiro que se necessita de começar a lançar impostos
sobre elas nem que seja por não criarem emprego em Portugal porque não
há empresas em Portugal para entregarem ao Estado receita fiscal e sem receita
fiscal não há Estado;
cada vez mais aumenta a economia
paralela que não paga impostos e a evasão fiscal;
cada vez mais se fala de perda de
soberania de Portugal; pois é, mas isso é consequência disto tudo e não dos
compromissos assumidos com a Troika para receber empréstimos para pagar as dívidas
do Estado. Quem empresta tem o direito de ser reembolsado;
lançou-se o país no caos porque foi feita a
opção de baixar ainda mais os salários dos trabalhadores operacionais
dependentes portugueses para atrair investimento estrangeiro para a implantação
de grandes empresas. Nem uma grande empresa foi implantada em
Portugal com capital estrangeiro nem os capitais portugueses investiram em
Portugal para a criação de empresas; também foram investir noutros lados. Não
há culpa a lhes atribuir, mas sim ao governo que fez esta
opção e outras negativas para as empresas e o consumo interno e que teve zero resultados e o país
destruído.❐
Lagos,
23 de Julho de 2012
sobre o Euro e a União Europeia
Parece que se vai fechar a torneira à
Grécia e, portanto ela declara falência porque há muito tempo ela está na
bancarrota. As suas despesas públicas são muito superiores às suas receitas
públicas, aqueles que têm os privilégios não querem abdicar deles e vão ser os
não-privilegiados gregos que têm feito sacrifícios toda a sua vida, muitos mais
farão na falência do país.
Claro que o FMI e a União Europeia não têm
dinheiro virtual, do Monopólio, para continuar a entregar à Grécia e os
depositantes que entregaram o dinheiro que tem sido emprestado à Grécia não
estão dispostos a fazer os sacrifícios inerentes à sua poupança e também
sacrifícios pelos privilegiados da Grécia, perdendo o dinheiro que lá foi
investido. Continuando a mesma política, não só a Grécia vai a pique como todos
aqueles que a têm tentado salvar da falência.
Agora toda a gente sabe que na União
Europeia há países-membros que estão no Euro e há países-membros que não estão
no Euro. A Grécia pode sair do Euro e continuar na União Europeia, se for essa
a vontade da população da Grécia. Se as contas apresentadas pelo Governo Grego
fossem as reais e não fictícias, a Grécia não teria entrado para o Euro porque
não tinha condições reais para isso.
Acredito que os gregos são europeus e
quererão continuar na União Europeia porque a União Europeia é um garante para
a recuperação económica, (…), estrutural e conjuntural deste país e quando
estiverem em condições reais de entrarem para o Euro e quiserem porque não?
Relativamente a Portugal, deve lutar por
ter as suas contas públicas equilibradas ou com superavit porque
só assim é possível o investimento público sem aumento da dívida do Estado, a
economia está saudável e há desenvolvimento económico real e prosperidade para
os portugueses.
Se Portugal sair do Euro ou da União
Europeia, começam logo as medidas fictícias para mascarar a realidade,
aumentando a dívida do país, perdendo crédito no estrangeiro e ir mantendo a
população calada, produzindo e lançando moeda no país e
depois, quando as carteiras começarem a andar cheias de dinheiro que não compra
nada; desvalorizam a moeda e até apresentam uma moeda nova
para os desprivilegiados ficarem contentes. Quando já não derem conta do recado
fomentam a instauração de uma ditadura e a seguir lutam contra
a ditadura … Há gostos para tudo … ❐
Lagos,
24 de Junho de 2012
sobre As Remessas do Emigrantes
Portugal sempre usou a política da
emigração portuguesa para ajudar no equilíbrio das contas do país, pois era
garantido que os emigrantes portugueses enviariam para o país as suas economias
que iriam aumentar as reservas de divisas estrangeiras existentes em Portugal
que seriam usadas para pagar parte da dívida portuguesa ao exterior. Sempre
assim foi, mas já não é!
A Balança de Pagamentos de qualquer país
referente a um determinado período, para além dos fluxos visíveis –
compra e venda de mercadorias, isto é, importações e exportações – tem ainda os fluxos
invisíveis – transportes, seguros – e rendimentos –
dividendos, juros, remessas de emigrantes e envios de imigrantes.
O que há de diferente entre a emigração
portuguesa para a Europa dos anos 1960 e a emigração portuguesa dos anos mais
recentes principalmente para a Europa, mas não só?
A emigração portuguesa dos anos 1960 era não-qualificada,
sem qualquer conhecimento da língua do país-receptor. Iam fazer os trabalhos,
com contratos sem termo, que os do país não queriam fazer, não eram
integrados na sociedade porque eram olhados com desdém pelos do
próprio país. Consequências:
ü desejo de regressar a
Portugal logo que tivessem as economias suficientes para construir a sua casa e
criar um meio de subsistência que lhes garantisse uma vida decente;
ü logo, envio constante
das economias que o casal conseguisse amealhar para os bancos em Portugal;
ü os filhos frequentavam a
escola e assim falavam a língua do país-receptor como as crianças naturais. Se
nascessem nesse país, teriam nomes iguais aos deste país e sentiam-se
completamente integrados. Quando regressavam a Portugal com os pais nas férias
não gostavam do que viam e, enquanto os pais sonhavam em regressar; eles
sonhavam encontrar um meio de permanecer no país onde nasceram e/ou cresceram.
Assim foi acontecendo: os pais regressavam, mas eles construíam as suas vidas e
famílias lá e não enviavam divisas para Portugal. Isto em geral; claro que há
sempre excepções.
Nessa altura, Portugal praticamente não
tinha imigrantes a não ser das colónias portuguesas mais pobres. Então o saldo,
isto é, a diferença entre a entrada e saída de divisas de Portugal era bastante
positivo porque não havia praticamente saída de divisas que anulasse as
entradas.
Nos anos mais recentes, vive-se em
Portugal uma situação diferente.
Portugal tem andado a viver na bancarrota
evitada com empréstimos de dinheiro que o Estado faz, mas que precisa de pagar
com juros nos prazos estipulados. Na bancarrota, tudo fica reduzido a zero
praticamente: banca, depósitos, dinheiro em colchões, reformas, salários, ….
Depois tudo vai começando a ser retomado e
de acordo com a retoma assim toda a economia, sociedade começa a funcionar
segundo as novas regras e segundo as novas possibilidades do Estado, das
empresas, das famílias, da banca, …
Portugal sempre viveu em crise, salvo
raras excepções. Acontece que por volta de 2007, a crise portuguesa teve o
apoio da crise mundial e o Governo de Portugal para poder deixar marca e entrar
na moda internacional do endividamento, tornou a vida em Portugal insuportável
e com poucas esperanças para muitos portugueses, consequência dos milhares e
milhares de falências de empresas, micro, pequenas e médias, que dominavam o tecido
empresarial português – 94% (actualmente este nível de empresas representa
99,8%) e de milhares e milhares de falências de indivíduos que acreditaram na
moda do crédito. A banca fica sem liquidez e os portugueses de bolsos vazios. A
corrupção cresce sem controlo. Acontece a emigração portuguesa fomentada pelo
Governo e pela vontade dos próprios portugueses que não têm alternativa à
emigração.
Esta emigração tem dois níveis gerais bem
distintos:
1- portugueses, principalmente homens, com
baixo nível de escolaridade e que mal sabe falar o português. Não encontra
trabalho noutros países por onde ande porque actualmente exige-se que saiba
falar a língua nativa ou o inglês fluentemente e tenha qualificações seja para
que trabalho for; mas com apoio de outros já instalados sempre desenrasca
alguns biscates que sempre rendem mais do que em Portugal e lá vai enviando
algum dinheiro para Portugal.
2- portugueses com nível de estudos
universitários – licenciaturas, mestrados, doutoramentos – que em Portugal, com
sorte, não conseguem mais do que o salário mínimo e conhecedores de línguas
estrangeiras, principalmente inglês, mas sem dificuldade em aprender qualquer
outra língua. Jovens que se aventuram por esse mundo fora e depressa encontram
trabalho e estatuto social muito superiores aos que alguma vez teriam até num
Portugal civilizado. Formam família ou mandam buscar a sua família e ficam
completamente integrados e prontos a integrar o circuito de emprego dos
universitários por esse mundo.
Claro que estes jovens não vão
mandar divisas para Portugal porque os seus ascendentes vão
sobrevivendo sem o seu sacrifício e porque o país não garante nem segurança nem
dividendos comparáveis aos que o país-receptor ou outros países oferecem nem
estatuto social. Também não estão a pensar em regressar ao país se este
não passar a oferecer melhores condições de vida a não ser que pertençam a
grupos que os incentivem a regressar para passarem a grupos dominantes.
Assim esta emigração dominante é
completamente diferente da emigração dominante dos anos 1960 e consequentemente
os fluxos de divisas também já que agora a imigração é elevada em
Portugal. Comparativamente têm desistido muito poucos imigrantes que continuam
a enviar/levar euros de Portugal para os seus países de origem porque lá, por
enquanto, ainda têm uma situação pior. Deste modo, as remessas de divisas que
portugueses enviam/trazem para Portugal vão sendo praticamente anuladas pela
imigração em Portugal.
Por isso, contar com as remessas de
divisas enviadas pelos emigrantes portugueses para equilibrar a Balança de
Pagamentos é “chão que já deu uvas” e já não dá segundo a sabedoria
popular. É a minha opinião! ❐
Lagos,
14 de Junho de 2012
sobre Os Estágios vs Empregos
Os estágios em empresas são
o primeiro período de trabalho de alguém numa empresa para
preencher um posto de trabalho vago e com o objectivo de
adaptação ao seu posto de trabalho. Se este indivíduo se adaptasse, passado
este estágio, faria contrato a termo ou sem termo com a empresa e este posto de
trabalho ficaria preenchido.
Em tempos mais recuados, a este período de
estágio numa empresa chamava-se aprendizagem e o indivíduo – aprendiz e
os pais chegavam a pagar ao dono da pequena empresa por esta oportunidade de o
seu filho aprender um ofício. Se o patrão gostasse do trabalho e do
comportamento do aprendiz, pedia ao rapaz para os pais virem falar com ele e
ficaria estabelecido quanto o rapaz ficaria a ganhar e as condições e o rapaz
passaria à condição de trabalhador sem termo dessa empresa.
Actualmente tudo isto, que era regra, está viciado, adulterado.
Dentro das regras que eram regra, a União Europeia criou um subsídio para
apoiar este período de aprendizagem a que actualmente se chama estágio a
fim de levar as empresas a criarem os postos de trabalho que precisam e assim
como que a substituir os pais no pagamento deste estágio, período de adaptação
do indivíduo à empresa.
Contudo, as empresas querem receber este
subsídio da União Europeia, mas não querem criar novos postos de
trabalho. Querem ocupar os postos de trabalho que têm com
estágiários por períodos de seis meses a um ano, recebendo os subsídios
correspondentes; depois estes estagiários voltam para o desemprego e as
empresas recebem outros estagiários nas mesmas condições com subsídio europeu e
praticamente quase não têm trabalhadores contratados a termo ou sem termo. Isto é fraude!
Primeiro porque não foram criados novos
postos de trabalho para serem ocupados por estes estagiários;
segundo, é impossível que nenhum dos
estagiários que ocuparam estes postos de trabalho não se tenham adaptado ao seu
posto de trabalho e por isso não tenham sido aceites na empresa.
O que é que a fiscalização da União
Europeia anda a fazer que não analisa como o dinheiro de
tantos contribuintes europeus anda a ser gasto sem que se cumpra o mínimo das
regras estabelecidas?
Terceiro, com toda esta trapalhada a Segurança
Social não consegue resistir mesmo porque os estagiários, como não são
trabalhadores, não fazem descontos e a Segurança Social também não recebe e não
tarda muito dirão que não há dinheiro; logo não há subsídios nem reformas para
ninguém.
Quarto, que dizer então do Estado deste
país, não há quem o financie sem trabalhadores a termo e sem termo; do qual
fazem parte o Parlamento, a Defesa, a Segurança Pública, a Cultura, a Televisão
Pública, …
Que nos estão a preparar conscientemente?
Estes estágios não dão emprego a ninguém
e, portanto não promovem o crescimento económico de forma
nenhuma.
O crescimento económico só acontece se se
evitar que empresas com possibilidades, mas com dívidas de
muitos clientes vão à falência e fechem portas porque nestes
anos de crise são milhares e milhares de empresas que têm fechado as suas
portas. Isto quer dizer, muita receita de impostos que o Estado deixou
de receber tanto da parte destas empresas como dos seus trabalhadores,
como dos seus fornecedores, clientes e como consumidores que viram os seus
rendimentos ficarem bastante reduzidos.
Segundo, o crescimento económico faz-se
acontecer quando todos pagarem a tempo adequado as suas dívidas,
evitando assim a falta de dinheiro em circulação, isto é, falta de liquidez.
Terceiro, o crescimento económico
faz-se acontecer quando se criam condições e se favorecem a criação de
empresas com possibilidades de subsistir por empreendedores com
capacidade empresarial desenvolvida nas universidades e escolas
secundárias apoiados por professores e com prática de trabalho em
equipa.
Quarto, o crescimento económico faz-se
acontecer quando estes jovens, conhecendo-se uns aos outros no trabalho em
equipas, ganham confiança para formar uma equipa para criar
uma empresa e geri-la com sucesso.
Quinto, o crescimento económico faz-se
acontecer quando a banca com o departamento de apoio a
projectos com capacidade de vingar de jovens empreendedores, lhes
concede crédito para os primeiros tempos e apoio
técnico especializado para todo o período do empréstimo até o crédito
estar saldado.
Sexto, o crescimento económico faz-se
acontecer quando as empresas deixarem de viver de créditos e viverem das suas poupanças em
reservas e não só porque é assim que as empresas se tornam sólidas e perduram
de geração em geração.
Sétimo, (…)
É assim que se criam postos de
trabalho!
É assim que se criam empresas!
É assim que acontece o desenvolvimento
económico!❐
Lagos,
11 de Junho de 2012
sobre O Financiamento da Banca
A banca é o sector de distribuição do
dinheiro em qualquer parte tanto de privados e públicos como de indivíduos.
Quando alguém não paga, a banca não é
ressarcida e a sociedade fica descapitalizada porque as poupanças deixaram de
estar na moda e tudo se faz com empréstimos bancários.
Tudo tem a ver com uma moda recente “dever
quanto mais melhor e não pagar.” quando a moda anterior de muitos anos era
a honradez, cumprir a palavra dada, cumprir compromissos assumidos, …
Esta moda recente infiltrou-se na
sociedade capitalista a todos os níveis e principalmente nos países europeus do
sul: indivíduos, empresas, Estado, entre países, … e estabeleceu-se que quem
pertencesse à moda tradicional era idiota.
Aqui está uma excelente política
subversiva!
Todos a têm praticado com excepção de
alguns idiotas a todos os níveis que se recusaram a aceitar esta moda e estão a
aguentar a sociedade com muitas dificuldades.
Assim minaram-se as grandes e pequenas
economias, as famílias, as empresas e a banca como distribuidora do dinheiro e
o sistema capitalista ficou de rastos.
Prometendo lucros fabulosos, viver acima
das suas possibilidades usando o crédito que não seria pago porque não teriam
como, descapitalizaram todo o sistema.
Os empréstimos que a União Europeia faz de valores
astronómicos reais, não virtuais, de alguns países aos países em
dificuldades com taxas de juro mais altas para os países em
maiores dificuldades são irracionais porque como poderão estes países cumprir
os seus compromissos e revitalizar a economia para poder cumprir os seus
compromissos relacionados com os empréstimos, partindo do zero praticamente que
é o estado em que foi deixada a economia nestes países em dificuldades e
perante a moda vigente?
Todos nós quando emprestamos dinheiro aos
bancos fazendo os nossos depósitos, queremos receber os juros/ganhos desse
dinheiro, pouco, que lhes emprestamos. Agora imaginem quem está a financiar
estes empréstimos resultantes de poupanças de muita gente que sente e pressente
que possivelmente não receberá nem dinheiro nem juros. São pessoas e empresas!
Parece-me que para os adeptos do sistema
capitalista e das suas liberdades, tudo isto é puro absurdo, mas para os
adeptos do sistema não-capitalista será que têm o mesmo raciocínio? ❐
Lagos,
08 de Junho de 2012
sobre A Crise do Euro
Na minha opinião, é importante não
esquecer as causas da crise europeia para encontrar as soluções mais adequadas.
Entre outras causas temos:
1- A crise no Wall Street,
EUA, com a existência de activos tóxicos, isto é, (no geral) brincar-se com o
dinheiro de pequenos investidores principalmente, oferecendo enormes vantagens
financeiras sem a criação de qualquer mais-valia. Então quando chega a altura
de pagar e já não há como porque de permeio alguns ficaram com o dinheiro que
não lhes pertencia, declararam insolvência. Quem emprestou/investiu ficou de
mãos vazias, na idade da reforma e sem reforma porque tinham sido pequenos
empresários, trabalhadores por conta própria, ….
Como todo o mundo literalmente investe no
Wall Street, todo o mundo ficou sem dinheiro – o que tinha direito a receber e
o que tinha investido.
Esta enorme fraude envolveu também o sector
imobiliário e por conseguinte a banca que é quem faz
os empréstimos.
2- A União Europeia tem
inimigos/adversários como tudo o que existe. É esse facto que faz manter o
equilíbrio e a evolução. Os blocos políticos eram tradicionalmente duais: o
mundo capitalista e o mundo socialista. Com a queda do mundo socialista a política
dos dois blocos deixou de existir e a política internacional ficou a favor do
mundo capitalista. Com o surgimento do bloco europeu, o mundo capitalista ficou
ainda mais forte. Ora há muita gente antimundo capitalista no mundo capitalista
que começa a minar a solidez deste mundo.
3- Outro factor muito importante é o financiamento
do mundo não-capitalista. Há pouco tempo, representantes da China
queixaram-se perante os media que a população chinesa tinha
sido praticamente dizimada com a adição do ópio promovida
pelos europeus nos inícios do século XX. Não só dizimou aquela geração, mas
também as gerações seguintes por tantos jovens terem ficado estéreis ou gerado
bebés já viciados.
O que se passa é que a maior parte dos
jovens a partir dos anos 70 do século passado, nos EUA e na Europa, têm vindo a
ser destruídos pela droga que se alastrou também aos outros
continentes, excepto nos países onde esta é completamente proibida por medidas
mesmo radicais.
Ao mesmo tempo em que é comprometida toda
aquela geração e as vindouras, tal como aconteceu na China, os viciados estavam
e estão a enriquecer os países emergentes com o dinheiro da
droga, a expandir as máfias e a desenvolver a insegurança naqueles
que ainda conseguem manter-se àparte desta vaga/tsunami de destruição.
a) Assim há falta de euros na Europa
porque têm sido canalizados para os países emergentes.
b) Além desta vaga destruidora, há outras
vagas destruidoras complementares a deslizar na Europa. Tem vindo a ser
implementada uma política de endividamento, principalmente pelos
países europeus do sul e não acredito que seja por acaso e isolada, de cada
país; mas sim todo um plano concertado para a destruição do mundo capitalista.
Trata-se de levar os países deste mundo a usar o crédito, criando
grandes dívidas e no fim afirmarem “não pago”; “não tenho como
fazê-lo”. Então as economias dominantes do mundo capitalista financiam os
endividados, tentando aguentar estes países e assim desgastam as suas
economias, ficam descapitalizados e deixam de ser economias dominantes.
Os adeptos do mundo não-capitalista passam
a dominantes porque dominam os mundos financeiro e político. Este tem sido o
plano teórico dominante para minar o mundo capitalista após o colapso do mundo
socialista.
Agora como reage e tenta sobreviver o
mundo capitalista?
Será que consegue aguentar e sobreviver a
esta guerra subversiva?
O futuro o sabe! ❐
Lagos,
25 de Maio de 2012
sobre Os Planetas do nosso Sistema Solar
Desde a minha adolescência e durante a
minha juventude sempre fui muito admiradora da ficção científica e via os
filmes no cinema e lia todos os livros sobre este tema de que tinha
conhecimento. Eu não era um facto isolado; todos os da minha geração que eu
conhecia, tinham a mesma preferência.
Tenho visto na RTP2 todos os
documentários sobre astronomia e da última série Prodígios do Sistema Solar também não perdi um durante
este mês de Maio. Contudo há algo que continua a persistir e que eu não consigo
aceitar como verdadeiro. Parece-me que o problema tem sempre a mesma origem:
aceita-se a criação do universo com estática, isto é, Deus criou o universo em
seis dias, dedicando cada dia a uma área específica e ao sétimo dia descansou e
não fez mais nada a partir daquela semana e aqui está o problema
porque Deus continua a executar a Sua obra todos os dias e cada sétimo dia
possivelmente descansa.
A perspectiva que me parece correcta sobre
o nosso sistema planetário é a seguinte:
sabemos que o sol é uma estrela, sabemos
que os planetas foram estrelas que arrefeceram; então eu acredito que os
planetas que fazem parte do nosso sistema solar não surgiram todos na
mesma altura, mas foram surgindo cada um à sua vez. O primeiro terá sido
Plutão que terá ficado numa posição próxima da que a Terra tem agora. Nessa
altura, o sol também seria diferente do que é actualmente e Plutão terá tido
condições para a existência de vida, mas de acordo com as condições da altura.
Depois os elementos maléficos para a existência de vida em Plutão foram ficando
dominantes até que os seres vivos materiais deste planeta se
extinguiram; o planeta foi arrefecendo mais e mais e se afastando do sol e
outro planeta foi adquirindo condições para a existência de vida nele, o Urano,
numa órbita próxima da que a Terra tem actualmente.
Sabemos que tudo o que existe tem um
espírito que lhe é inerente e que é a sua fonte de vida, origem que vai criando
a sua forma material e que estes espíritos permanecem nos seus lugares e também
nos planetas. Assim os espíritos inerentes aos seres vivos que vulgarmente
denominamos por divindades, neste caso de Plutão,
deslocaram-se para o novo planeta, criando assim lá as suas formas materiais
num processo de evolução natural contínuo em que tudo está inserido. Depois
outras condições maléficas para a existência de vida em Urano foram ficando cada
vez mais dominantes até que os seres vivos materiais de Urano se extinguiram, o
planeta foi arrefecendo e se afastando e alguns dos espíritos inerentes aos
seres vivos que vulgarmente denominamos por divindades, neste
caso de Urano, deslocaram-se para o novo planeta, criando assim lá as suas
formas materiais num processo de evolução natural contínuo e outro planeta foi
ocupando o lugar de Urano, o que viria a ser Neptuno...
E agora cá estamos nós quase em vias de
extinção, mas os seres humanos mais evoluídos e a Terra com possibilidades de
um dia se ir afastando do sol por arrefecimento e outro planeta mais novo
ocupando o lugar da Terra actualmente, dando possibilidades aos seres humanos
de serem ainda mais evoluídos (alguns) e outros surgindo na espécie humana
ainda muito primitivos, mas fazendo a sua caminhada. É assim a Vida e é
maravilhosa!
Possivelmente os da morte/destruição não
concordam comigo, mas têm esse direito.❐
Lagos,
23 de Abril de 2012
sobre A Câmara Alta do Parlamento
Gostaria que o Parlamento Português
voltasse a ter Senado, Câmara Alta. Acho que precisa dessa autoridade para
servir melhor, com mais conhecimento de causa os seus eleitores. Há muito
amadorismo, alguma irresponsabilidade no parlamento que temos tido.
Não é necessário aumentar o número de
deputados no seu todo. Apenas há que estabelecer a distribuição a dar ao
número de deputados que se queira no parlamento: uma percentagem para
o senado ou câmara alta e a percentagem complementar para a
câmara baixa.
Os deputados da câmara baixa seriam
escolhidos como tem sido habitual e os deputados do senado seriam escolhidos
entre os expresidentes do Parlamento, da República e exprimeiros-ministros. A
experiência, maturidade e idoneidade destes dariam mais credibilidade aos
outros e mais assertividade na elaboração de leis e tomadas de decisão. Há só
que criar a legislação necessária para este sistema passar a vigorar e vontade
política, claro.❐
Lagos,
17 de Maio de 2012
sobre “Quinta-Feira da Ascensão”; “Dia da Espiga”
Neste dia festeja-se a ascensão
de Jesus Cristo ao céu e é uma festa móvel que se determina a
partir do Domingo de Páscoa, mas sempre à quinta-feira porque foi numa
quinta-feira que Ele ascendeu. É um dia muito santo; sempre o ouvi dizer.
Actualmente vivemos a ditadura do
trabalho; então até neste dia temos de trabalhar; já não pode ser feriado.
Assim passa-se a festejá-lo no domingo seguinte, mas a sua denominação
permanece “Quinta-Feira da Ascensão” para que não se esqueça que foi a uma
quinta-feira.
Há dois mil anos, a sociedade era agrária;
então é através de um ramo simbólico que designamos o Senhor Jesus Cristo.
Dependendo do que havia nos campos nesta altura assim se foi constituindo o
ramo e assim se designou também o dia “Dia da Espiga”. Cá no barlavento
algarvio, neste dia, saía-se em grupos de amigos pelos campos e, ao mesmo tempo
em que se convivia porque era feriado, também se ia formando o ramo que seria
colocado num lugar de destaque da casa.
Para que as bênçãos se confirmassem, era
necessário que no ramo predominasse o número 5 (cinco). Assim o ramo era
formado por
1. 5 espigas de trigo para que o pão/alimento
nunca faltasse àquela família (porque Jesus Cristo se fez pão para nós na
eucaristia);
2. 5 malmequeres brancos do campo para que
houvesse sempre alegria (porque Jesus Cristo é
alegria/felicidade e transmitia alegria ao seu redor);
3. 5 papoilas que são vermelhas para que houvesse amor entre
os membros da família (porque Jesus Cristo amou todos ao ponto de dar a sua
vida por todos nós e assim nos pediu);
4. 5 raminhos de alecrim para que houvesse saúde naquela
família e a doença lá não entrasse (porque Jesus Cristo é Vida e onde está a
Vida não há doença);
5. 5 raminhos de oliveira, pois da azeitona se faz
o azeite que nos alumiava, trazendo luz à escuridão e é usado na alimentação e
também a oliveira simboliza a Paz (porque Jesus Cristo é a Luz do
mundo e o Príncipe da Paz). Ou 5 raminhos, se possível, floridos da
romãzeira para que naquela família tudo desse muito fruto; houvesse abundância a
todos os níveis (porque com Jesus Cristo tudo se multiplicava e nada faltava).
Assim se formava o raminho que se atava
com uma fita bonita e se pendurava na parede. Às vezes tínhamos mais do que um
raminho porque também se oferecia e se recebia como prenda muito querida. Então
havia um raminho na sala, outro no quarto, …
Depois os agricultores começaram a
queixar-se à GNR que, para fazerem os seus raminhos, os da cidade destruíam os
campos cultivados, as searas, … espezinhavam tudo sem terem cuidado onde punham
os pés e então tudo começou a complicar-se.
Passámos a recorrer a amigos ou familiares
que fossem agricultores para que nos oferecessem um raminho e estes sempre
foram muito generosos.
Com o passar do tempo, Lagos passou a ser
cada vez menos agrícola e cada vez mais citadina e agora já é muito difícil
termos o nosso raminho que tinha de ser apanhado mesmo nesta quinta-feira. De
cinco raminhos de cada espécie passámos para, pelo menos, três naquelas
espécies que iam escasseando e o número de espécies diferentes também foi
diminuindo e agora nada.
Ficou a lembrança da minha adolescência!❐
Lagos,
21 de Abril de 2012
sobre A Ermida de S. Lázaro
Poucas são as informações actuais sobre a ermida de S.
Lázaro. Sabemos apenas da ermida de S. Lázaro que esta se situava
entre a ermida de S. João Baptista e as segundas muralhas (de D. Manuel I) da
cidade e que estava edificada num belo rossio – o Rossio de S. João. (PAULA,
1992, p.64)
Em 1645, há nova epidemia de cólera que
fez grandes estragos na população de Lagos e esta pediu a protecção a S.
Sebastião, mas continuaram a morrer. Então a população pede protecção a S.
Lázaro e a epidemia e mortes terminaram. A população, agradecida manda erigir esta
ermida a S. Lázaro às suas custas.
Em 1733, o Bispo do Algarve com sede em
Lagos, D. Fernando Barreto, ordenou que esta ermida fosse fechada até ser
reparada. Com o terramoto de 1755, esta ermida ficou completamente arrasada. Em
1910, a imagem de S. Lázaro ainda se encontrava na ermida de Santo Amaro.
(PAULA, 1992, p.365)
S. Lázaro é o protector dos
enfermos.
Ainda na primeira metade do século XX se
dava a muitos bebés do género masculino o nome de Lázaro certamente para que
fossem protegidos de São Lázaro.
BIBLIOGRAFIA
PAULA, Rui M.; Lagos – evolução urbana e
património; edição de Câmara Municipal de Lagos; Lagos, Outubro
de 1992.
Lagos,
13 de Abril de 2012
Cidadania e Idiotia (II)
Voltando ainda ao tema Cidadania e
Idiotia, sabemos que a actividade humana é aquela através da qual
conseguimos ir além das características físicas dadas pela natureza e nos
vamos formando através da cooperação social e das escolhas que vamos
fazendo em comunidade. Para nós, homens e mulheres, viver significa conviver,
realizando projectos de vida uns com os outros.
Estas tarefas exigem a polis,
a vida em comunidade e a organização política onde a política é exercida pelos cidadãos.
Assim uma comunidade é fascista se
tem apenas um indivíduo a participar activamente na sua vida política, isto é,
tem apenas um cidadão. Só ele é cidadão porque toda a actividade política
decorre da sua vontade. Todos os outros membros da comunidade vêem-se forçados
a viver segundo as políticas por ele desejadas e adoptadas.
Uma oligarquia apresenta
um número reduzido de cidadãos porque nesta comunidade a política está
reservada a um número reduzido dos seus membros.
Por outro lado, a democracia consiste
no alargamento da cidadania a todos os membros da sua
comunidade. Todos eles são cidadãos de pleno direito porque todos têm direito a
fazer política, a participar na política da sua comunidade de uma forma activa.
Idiotas são todos aqueles que, em vez de
se empenharem activamente na condução e na definição das suas vidas, por não
quererem ou por não poderem, têm outros que o fazem por eles.
Assim a alternativa à cidadania activa é a idiotia.
Também é nos regimes democráticos que se
faz o exercício da cidadania, isto é, na participação democrática encontramos o
núcleo da própria condição humana e na medida em que, para se manifestar, a
cidadania exige um regime democrático assim a democracia, para ser verdadeira,
exige que todos os membros de uma comunidade se afirmem como cidadãos actuantes
e participem activamente na vida social e política.
Na modernidade, a democracia reporta-se à
organização e à distribuição do poder/serviço político, apelando à participação
da comunidade de cidadãos quer pela identificação de representantes que possam
exercer o poder/serviço político em seu nome – democracia representativa – quer
pelo exercício directo do poder/serviço como, por exemplo, através de
referendos – democracia directa – e na medida em que esse poder/serviço
político se encontra concentrado no Estado; então a democracia tem uma dimensão
estatal.
Em democracia, a legitimidade do
poder/serviço político decorre da relação que nela se estabelece entre os
detentores do político e o povo do qual fazem parte, conjunto
coeso e solidário dos cidadãos. O ex-presidente norte-americano Abraham Lincoln
definiu democracia como
a forma de organização política em que se assiste ao governo do povo, pelo povo
e para o povo. Isto é, o poder/serviço político da comunidade
faz-se pelos cidadãos, em nome e ao serviço dos cidadãos. Por outro lado, os
cidadãos têm acesso directo ao poder/serviço com a possibilidade, não só de
influenciarem os processos de tomada de decisão, mas também de, no limite,
constituírem e deporem os seus governantes, por maioria, através das eleições
que têm carácter obrigatório.
Não esquecer que a cidadania também se
exerce no campo social, em organizações de vários quadrantes e a vários níveis
que podem ser, dependendo das circunstâncias, própoder e contrapoder. ❐
Bibliografia
AMARAL
Carlos E. Pacheco; «Cidadania, comunidade política e participação democrática –
região, Estado e União Europeia» in “Portugal e o Futuro da Europa – de
Roma a Lisboa” in revista ESTRATÉGIA do Instituto
de Estudos Estratégicos e Internacionais, n.os 24-25, Lisboa, 2.o semestre de
2007, pp. 164-191, pp.256.
Lagos,
23 de Março de 2012
sobre A Extinção de Bastantes Freguesias de Pequena Dimensão
Populacional
Tenho vindo a presenciar nos tempos mais
recentes uma grande angústia e sofrimento da parte das populações das
freguesias de pequena densidade populacional e, apesar de me angustiar
com tanto sofrimento, tenho-me mantido em silêncio esperando que o bom-senso
chegue e tudo se resolva. Contudo parece-me que o braço-de-ferro está cada vez
mais forte e assim vou participar.
Eu ainda sou do tempo em que as Juntas de
Freguesia, criadas após o 25 de Abril, não tinham qualquer capacidade económica
ou política para resolverem os problemas que todos os dias lhes chegavam e
cujas populações não se deslocavam à Câmara Municipal porque lhes ficava longe
e também porque as suas queixas cairiam em saco roto. A Câmara Municipal
está-lhes distante a todos os níveis e está mais interessada em obras públicas
de vulto que deixem marca de desempenho do seu presidente. É esta a grande
diferença entre câmaras municipais e juntas de freguesia; o orçamento da Junta
de Freguesia faz parte do orçamento da Câmara Municipal e os seus trabalhos
complementam-se. Foi grande e de muitos anos a luta das Juntas de
Freguesia para adquirirem esta capacidade e conseguirem a Associação
Nacional de Freguesias (ANAFRE).
Acho que está a haver muita
confusão da parte do Governo nesta matéria. O que a Troika pede e não exige é
que o orçamento estatal emagreça porque está superior à receita,
mas uma das grandes obrigações do Estado é manter aqueles que lhe pagam
minimamente satisfeitos nos seus direitos básicos e não são as Juntas de
Freguesia que contribuíram para o despesismo do Estado. O despesismo do Estado
tem a ver com muita má gestão dos dinheiros públicos por ignorância ou má-fé ou
ambas. Talvez os órgãos centrais que nos têm governado tivessem algo a aprender
com a gestão que estas Juntas de Freguesia fazem com tão pouco orçamento. Estão
simplesmente a atacar o elo mais fraco. O despesismo de Câmaras Municipais
talvez não passe por despesismo das Juntas de Freguesia.
Proponho que haja bom-senso e se ataque as
fontes de despesismo e se deixe as populações com as suas Juntas de Freguesia
que tão importantes têm sido para as populações.
Já que o problema para o Governo é o
orçamento das Câmaras Municipais, proponho que as Juntas de Freguesia que estão
em risco de extinção criem uma sub-associação da ANAFRE para
dialogarem com quem de direito e fazerem contrapropostas para diminuir
a carga salarial destas e a manutenção do seu espaço físico nos
municípios já que é este o problema, pois as outras despesas são de manutenção
e realização de empreendimentos necessários ao país real.
Há tanto voluntariado e espaços
físicos cedidos gratuitamente a tantas associações; que façam o mesmo
para as Juntas de Freguesia que com imaginação e engenho, como é característica
do povo português, verão diminuídas as suas despesas e mantenham as Juntas de
Freguesia como elo de proximidade com as populações e que tão necessárias têm
sido ao país.❐
Lagos,
03 de Março de 2012
As Amendoeiras em Flor
Hoje venho partilhar convosco este momento
lindo.
Neste mês de Fevereiro, pelo meu caminho
em Lagos, encontrei, entre outras, uma amendoeira jovem e carregadíssima de
flores. Fiquei contente porque isso é prenúncio de muitas amêndoas este ano,
pois cada flor será uma amêndoa, se não for arrancada à árvore. Assim deixei
todas as flores na árvore e fixei o momento com a máquina fotográfica. Na minha
adolescência, aprendi que, em Portugal, só temos amendoeiras no Algarve e no
vale do rio Douro e, apesar de se tratar de um facto, achei isso lindo:
parecia-me um abraço entre o sul e o norte.
Mais uma vez, me lembrei da Lenda
das Amendoeiras em Flor. Conta a lenda assim:
Há
muitos séculos, entre os anos 716 e 1248, os árabes ocuparam todo este
território que anteriormente tinha sido ocupado pelos romanos e a seguir pelos
visigodos. Os árabes tinham, neste território, o mesmo sistema administrativo
que tinham nas suas terras, isto é, cidades-Estado como os territórios que
depois se denominaram Itália, Grécia, … Era comum naquela época. Os árabes
denominaram esta parte do território Al-Gharb e em Chelb,
futura Silves, reinava o famoso e jovem Ibn Almundim que nunca
tinha conhecido uma derrota, pois eles andavam sempre em guerra: ou uns contra
os outros ou contra os infiéis.
Certo
dia, entre os prisioneiros que os oficiais-militares de Ibn Almundim trouxeram
de uma grande batalha,1 este viu uma linda
jovem, princesa, de olhos azuis e porte altivo. Chamava-se Gilda e era
conhecida como a Bela Princesa do Norte (mais precisamente do Leste).
Impressionado com tamanha beleza, o rei mouro tirou-a das concubinas para o
servir e, a pouco e pouco, foi-lhe conquistando a confiança. Certo dia,
confessou-lhe o seu amor e pediu-lhe para ser sua esposa, depois de adoptar a
religião muçulmana.
Durante
algum tempo foram muito felizes e o palácio estava sempre em festa, mas a
princesa Gilda ia ficando cada vez mais triste e mais doente; uma tristeza
profunda que a fazia recusar a comida e passava os dias sozinha nos seus
aposentos sem querer ver ninguém…
Ibn
Almundim mandou chamar os melhores médicos do seu reino e de reinos mais
distantes, mas nenhum conseguiu curar a sua amada e ele já estava desesperado.
O
acontecido espalhou-se por todo o palácio e chegou ao conhecimento dos
prisioneiros que vieram com Gilda. Então um cativo já idoso, ainda
familiar/serviçal de Gilda, pediu ao rei para ser recebido e revelou-lhe que a
princesa sofria de nostalgia/saudade da neve abundante que havia no seu país
distante. O rei de imediato chamou os seus conselheiros que lhe sugeriram que
mandasse plantar amendoeiras por todo o reino. Muitas amendoeiras e, quando
estas florissem e as suas pétalas caíssem ao chão, dariam à princesa a ilusão
da neve da sua terra.
O
rei assim fez e no mês de Fevereiro do ano seguinte, quando as amendoeiras já
estavam todas floridas e muitas pétalas pelo chão, perfumando o ar; ele
convidou a princesa Gilda ao terraço mais alto do castelo e disse-lhe:
ü Gilda, vem comigo à varanda da torre mais alta do
castelo e contemplarás um espectáculo encantador!
ü Vê – disse-lhe o rei sorrindo – como Alá é
amável contigo. Os teus desejos estão cumpridos.
ü Ah! - exclamou ela.
Lágrimas
de alegria surgiram nos seus lindos olhos azuis.
Gilda
ficou tão contente que dentro em pouco estava completamente curada. A tristeza
que a matava lentamente tinha desaparecido e Gilda sentiu que as suas forças
regressavam ao presenciar aquela visão indescritível do branco alvo que se
estendia a perder de vista. Sentia-se alegre e satisfeita junto do rei que adorava.
E todos os anos, no início da primavera, ela via do alto da torre, vezes sem
conta, as amendoeiras cobertas de lindas flores brancas que lhe lembravam os
campos cobertos de neve da sua terra.
O
rei mouro e a princesa Gilda viveram longos anos muito felizes e esperando
ansiosos a chegada do mês de Fevereiro … porque o mês de Fevereiro trazia
sempre, ano após ano, o maravilhoso espectáculo das amendoeiras em flor!
1 Um estudante, natural da Ucrânia, conversando comigo
sobre esta lenda, contou-me que os pais lhe disseram que a jovem princesa,
Gilda, devia ser da Ucrânia porque naquela época, muita gente daquelas terras
foi raptada para os haréns árabes do ocidente e Gilda é um nome que lá existe.
------------------------------
Assim se explica também a abundância de
amendoeiras que tem existido no Algarve e daí também a doçaria algarvia
utilizar amêndoas em abundância em muitas e variadas receitas.
Quem quiser apreciar esta lenda em banda
desenhada, só tem de clicar neste portal:
Lagos,
28 de Fevereiro de 2012
Os Governadores do Algarve sediados em Lagos
Sabemos que na época visigótica, época
anterior à ocupação muçulmana, o reino de Portugal estava dividido em ducados,
terras dos duques e condados, terras dos condes. As terras dos duques tinham
uma superfície muito maior do que as terras dos condes, todos num reino
governado por um rei. Com a ocupação muçulmana, estabeleceu-se em Portugal o
sistema usado nas terras dos árabes, cidades-Estado. Com a reconquista de
Portugal para os cristãos, já se vivia o feudalismo na Europa e em Lagos passou
a viver no castelo o alcaide que prestava juramento de
vassalagem ao rei do reino de Portugal.
O primeiro alcaide de
Lagos nomeado pelo rei de Portugal, D. Afonso IV (1325-1357), foi D. João
Lourenço apoiado pelo também nomeado pelo rei, alvasil (tesoureiro
real) de Lagos, D. João Parente, e era Senhor de Lagos, por
sua doação real, D. Gonçalo Fernandes. Assim ficou reorganizado o território de
Portugal.
A 05 de Janeiro de 1361, D. Pedro I, rei
de Portugal, concede a Lagos jurisdição própria e reconhece a Lagos o estatuto
de Vila.
A 05 de Março de 1372, Lagos foi doada a
D. Gregório Premado que passa a ser o Senhor de Lagos e esta esteve na sua
posse até 1453, ano em que passou a pertencer ao Infante D. Henrique.
Em 1444, era almoxarife de Lagos Lançarote
de Freitas.
Em 1450, era almoxarife de Lagos Lourenço
Estevens.
No ano de 1453, a vila de Lagos é doada ao
Infante D. Henrique (MARTINS; 1992; p. 40).
A 04 de Agosto de 1464, por carta D.
Afonso V doa a seu irmão, o Infante D. Fernando, Lagos, após a morte de seu
tio, o Infante D. Henrique.
Ainda em 1464, D. Fernando doa Lagos a D.
Diogo – Duque de Viseu – e este doa de imediato Lagos a sua irmã, D. Leonor,
futura esposa de D. João II e D. Leonor passa a ser Senhora de Lagos até à sua
morte. Estamos em pleno Renascimento e após, Lagos deixa de pertencer a um
Senhor feudal e continua a ser vila do rei de Portugal.
Em 1540, Lagos é elevada a cidade por
D. João III.
Em 1573, Lagos é elevada a capital
do Algarve por D. Sebastião, rei de Portugal e nomeado para Governador
do Algarve, D. Fernão Telles de Menezes, primeiro Governador do Algarve.
Entretanto, constrói-se o Palácio dos Governadores, habitação do
Governador do Algarve e sua família, dentro das muralhas, mas separado do castelo que
continua a ser a habitação do Alcaide da cidade.
Em 1578, é nomeado o segundo Governador do
Algarve, D. Francisco da Costa.
Em 1581, já sob o domínio espanhol, Filipe
II de Espanha e I para Portugal nomeia o terceiro Governador do Algarve,
D. Martim Correia da Silva, durante três anos, que nos documentos deste rei se
descreve como primeiro Governador do Algarve certamente porque
para D. Filipe II de Espanha já não era o reino de Portugal, mas o reino da
Ibéria. Só assim se compreende isto.
Em 1584, é nomeado o quarto Governador do
Algarve, segundo Governador para Espanha, D. Duarte Menezes, Conde de Tarouca,
e governa durante três anos.
Em 1587, é nomeado o 5.º Governador do
Algarve, 3.º para Espanha, D. Fernão Telles de Menezes, Capitão-General, e
governa durante oito anos.
A sequência das nomeações para Governador
do Algarve é de três anos durante o domínio filipino. Logo, em 1590, deveria
ter sido nomeado outro governador. Contudo, em 1587, é a primeira vez que é
nomeado um militar e esse facto deve ter alterado a sequência. Porquê um
militar? Porque se pretendia a defesa da costa e do território e os civis não
estavam preparados para isso. Em 1588, a Espanha/Ibéria ataca a Inglaterra com
a Armada Invencível e esta é destruída pelos ingleses, próximo da Inglaterra.
Aguardando retaliações, a Espanha ordena a construção de fortificações e
reconstrução das existentes por toda a costa algarvia.
A 20 de Maio de 1595, data em que foi
nomeado o 6.º Governador do Algarve, 4.º para Espanha, D. Ruy Lourenço de
Távora, também militar, capitão-general, e governa durante doze anos.
Em 1607, é nomeado o 7.º Governador do
Algarve, D. Diogo de Menezes, Primeiro Conde da Ericeira, novamente um civil e
governa durante um ano.
Em 1608, é nomeado o 8.º Governador do
Algarve, D. Manuel de Lencastre, e governa durante seis anos.
Em 1614, é nomeado o 9.º Governador do
Algarve, D. João de Castro e governa durante seis anos também.
Em 1620, é nomeado o 10.º Governador do
Algarve que governa durante quatro anos, D. Luís Tomé de Castro, o qual nomeou
para alcaide de Lagos, Lourenço da Silva, em 1621.
Em 1624, é nomeado o 11.º Governador do
Algarve, João Furtado de Mendonça, e governa durante dois anos.
Em 1626, é nomeado o 12.º Governador do
Algarve, D. João Coutinho, que governou durante onze anos.
Em 1638, é nomeado o 13.º Governador do
Algarve, D. Gonçalo Coutinho, e governa durante um ano.
Em 1639, é nomeado o 14.º Governador do
Algarve, D. João da Silva Telles de Menezes, e governa durante um ano.
Em 1640, é nomeado o 15.º Governador do
Algarve, Henrique Correia da Silva, e governa até à revolução.
No dia um de Dezembro de 1640, deu-se uma
revolução em Portugal que expulsou o domínio espanhol e restaurou o poder
português em Portugal, chefiada por D. João, Duque de Bragança.
Em 1640, após a revolução, é nomeado o
16.º Governador (interino) do Algarve, também Bispo do Algarve e também sediado
em Lagos, capital do Algarve e sede de Bispado, D. Francisco Barreto, e governa
durante dois anos.
Em 1642, é nomeado o 17.º Governador do
Algarve, um triunvirato: mantém-se D. Francisco Barreto, Bispo do Algarve, e
mais dois governadores: D. Vasco de Mascarenhas, 1.º Conde de Óbidos e D.
Martim Afonso de Mello, Conde de Vale de Rei e governam durante quatro anos.
Este sistema deve-se ao enorme trabalho que havia a fazer nas várias áreas de
governação, após a revolução, quando tudo estava reduzido a nada com o governo
filipino.
Em 1646, é nomeado o 18.º Governador do
Algarve, um duunvirato: D. Nuno Mascarenhas e D. Vasco Mascarenhas, e governam
durante dois anos.
Em 1648, é nomeado o 19.º Governador do
Algarve, D. Francisco de Mello, e governa durante três anos.
Em 1651, é nomeado o 20.º Governador do
Algarve, D. Nuno de Mendonça, Conde de Vale de Rei, e governa durante dois
anos.
Em 1653, é nomeado o 21.º Governador do
Algarve, D. Nuno da Cunha Athaíde, Conde de Pontevel, que governa durante três
anos.
Em 1656, é nomeado o 22.º Governador do
Algarve, D. Nuno de Mendonça, Conde de Vale de Rei novamente e que governa
durante oito anos, dois mandatos.
Em 1664, é nomeado o 23.º Governador do
Algarve, D. António de Almeida, 2.º Conde de Vale de Rei, por um período de
quatro anos.
Em 1668, é nomeado o 24.º Governador do
Algarve, D. Nuno de Mendonça, Conde de Vale de Rei, novamente e governa durante
seis anos.
Em 1674, é nomeado o 25.º Governador do
Algarve, D. Nuno da Cunha Athaíde e governa durante dois anos.
Em 1676, é nomeado o 26.º Governador do
Algarve, D. Simão Correia da Silva e governa durante um ano.
Em 1677, é nomeado o 27.º Governador do Algarve,
D. Manuel de Sousa e Castro, Conde de Castro e governa durante três anos.
Em 1680, é nomeado o 28.º Governador do
Algarve, D. José de Menezes, Bispo do Algarve e governa durante dez anos.
Em 1690, é nomeado o 29.º Governador do
Algarve, D. Francisco Luís da Gama e governa durante cinco anos.
Em 1695, é nomeado o 30.º Governador do
Algarve, D. Eugénio Aires de Saldanha Menezes e Sousa e governa durante quatro
anos.
Em 1699, é nomeado o 31.º Governador do
Algarve, D. Fernando Mascarenhas, 2.º Marquês da Fronteira e governa durante um
ano.
Em 1700, é nomeado o 32.º Governador do
Algarve, D. Simão da Gama, também Bispo do Algarve e governa durante um ano.
Em 1701, é nomeado o 33.º Governador do
Algarve, D. António de Almeida, 2.º Conde de Avintes e governa durante um ano.
Em 1702, é nomeado o 34.º Governador do
Algarve, D. João de Lencastre e governa durante cinco anos.
Em 1707, é nomeado o 35.º Governador do
Algarve, D. Manuel José de Castro Noronha Sousa Athaíde, 8.º Conde de Monsanto
e governa durante oito anos.
Em 1715, é nomeado o 36.º Governador do
Algarve, D. Martim António Afonso de Mello e Silva, 4.º Conde de S. Lourenço e
governa durante um ano.
Em 1716, é nomeado o 37.º Governador do
Algarve, D. Belchior da Costa Corrêa Rebelo e governa durante dois anos.
Em 1718, é nomeado o 38.º Governador do
Algarve, D. João Xavier, Conde de Unhão e governa durante 24 anos.
Em 1742, é nomeado o 39.º Governador do
Algarve, D. Afonso de Noronha, Conde de Atouguia, que é militar com o posto de
capitão-general e governa durante sete anos, passando a sua residência para
Lisboa, em 1745.
Em 1750, é nomeado o 40.º Governador do
Algarve, D. Rodrigo de Noronha e Menezes.
Em 1755, após o terramoto, este governador
que perdeu toda a sua família e bens, abandonou este cargo, indo fixar
residência em Tavira com o seu exército. É nomeado o 41.º Governador (interino)
do Algarve, D. Fernando Lourenço de Sant'Ana, também Bispo do Algarve com
residência em Lagos, capital do Algarve e sede de Bispado.
Este terramoto arrasou completamente a
cidade de Lagos que perdeu o título de capital do Algarve e o
Palácio dos Governadores que não voltou a ser reconstruído.❐
BIBLIOGRAFIA
PAULA, Rui M.; Lagos – evolução urbana e património; edição de Câmara
Municipal de Lagos; Lagos, Outubro de 1992; pp.356-364.
MARTINS, José António de Jesus; A Freguesia de Santa Maria (do Concelho de Lagos) –
Estudo Histórico (Monográfico); 1.a edição; Lagos; edição da Junta
de Freguesia de Santa Maria de Lagos; Setembro de 1992; p.40.
Lagos,
24 de Fevereiro de 2012
sobre O Terço e o Rosário
Tenho percebido uma certa confusão e até
ignorância, mesmo entre alguns católicos, sobre a diferença entre Terço e o Rosário, chegando a afirmar-se
que são dois nomes para o mesmo objecto.
Ora bem, em Fátima, na Capela dos
Húngaros, está a imagem de Nossa Senhora do Rosário com o rosário no braço. O
rosário tem quinze blocos de orações, contendo cada bloco um
Pai-Nosso, dez Avé-Maria e um Glória e as orações finais. Devido à falta de
tempo e dificuldade em rezar todas estas orações, foi criado o Terço – a terça
parte do Rosário – que assim contém cinco blocos de orações e
as orações finais: três Avé-Maria e uma Salvé-Rainha. Tão importantes são
também as Meditações sobre os Mistérios da vida de Jesus Cristo, as
jaculatórias e as ofertas no início e antes das orações finais.
Acho importante cada cristão, católico
saber isto.❐
Lagos, 22 de Fevereiro de 2012
sobre Problemas do Português
Hoje ouvi uma professora universitária da
área da Língua Portuguesa, na casa dos trinta, numa entrevista televisiva,
dizer “poderia-se” e eu pasmei. Isto pega-se, principalmente quando se fala …
Ora bem, houve tempos em que na língua
portuguesa também se usavam dois verbos para formar o futuro e
o condicional como ainda actualmente na língua inglesa: 'will
say' e 'would say'. Houve tempos em que na língua
portuguesa se escrevia:
eu falar hei; ele falar há; eu falar hia;
tu falar hias; eles falar hiam …
Depois deu-se a aglutinação destas
palavras na escrita já que oralmente isso acontecia naturalmente e passámos a
escrever: falarei, falará, falaria, falarias, falariam …
Só que, quando se conjugam os verbos no
futuro e no condicional, mas na forma pronominal, manda a ortodoxia e o bom
senso irmos buscar a origem destes tempos verbais e intercalar o pronome. Soa
melhor …
falar-se-á, poder-se-ia, vestir-nos-emos,
saber-lhe-á ...
e eu gostaria que assim continuasse. Falar
e construir sem os conhecimentos de base anulam o ensino, a história, as regras
… essenciais em qualquer aprendizagem, em qualquer língua.
Lagos,
02 de Abril de 2012
A massa salarial numa empresa
Já tenho falado e escrito sobre isto, mas
agora decidi colocar este assunto no blogue. É muito importante saber até onde
a empresa pode ir na atribuição de salário porque se os custos passam a ser
superiores às receitas a empresa não dura muito tempo e o bom é que a empresa
faça no mínimo um ciclo de vida. É bom para o país e para os que investiram na
empresa e também para os seus trabalhadores.
Não há família, empresa, país que
sobrevivam muito tempo com despesas superiores às receitas; então é bom não
deixar este assunto ao acaso e tentar evitar os limites. Claro que os gestores
não se preocupam muito com esta matéria, pois se a empresa onde trabalham for à
falência, ninguém lhes vai pedir contas e, depois dos salários chorudos que se
atribuíram a si próprios, os amigos lhes encontrarão outras empresas para
praticarem os mesmos serviços.
Contudo, pensemos nos gestores idóneos.
Esta é uma matéria do foro do planeamento. Assim a sua base são estimativas com
base em resultados dos anos anteriores e previsões sobre os
mercados porque, se uma empresa não conseguir vender o que produz (bens ou
serviços) não gera receitas em geral e, portanto os seus recursos humanos “trabalharam
para aquecer”.
Em geral, podemos dividir as empresas em empresas
de capital intensivo e em empresas de trabalho intensivo e
é importante ter isto em consideração para determinar a percentagem das
receitas que vai ser atribuída à massa salarial. Contudo neste ponto recordo-me
sempre do Japão que sempre estiveram na vanguarda da inovação dos equipamentos
desde gadgets, computadores e computação, robôs, … Começaram
substituindo homens/mulheres por máquinas, mas depressa perceberam que as
máquinas não compram nem os produtos que produzem; só homens e
mulheres. Então desistiram de lutar pelos 100% de informatização e
estabeleceram metas mais baixas e começaram a lutar pelo pleno emprego porque
são os trabalhadores manuais (de colarinho azul), os operacionais e a classe
média que fazem a maior parte das compras e, portanto dão oportunidade ao
escoamento da produção. Assim subiram os salários mínimos para um nível
razoável para que estes pudessem comprar mais.
Porque é que isto acontece? Tem tudo a ver
com psicologia e sociologia e as expectativas que as receitas de cada
um permitem. Agora ocorreu-me o facto de o nosso presidente da república
actual se queixar de que os seus dez mil euros não chegam para as suas
despesas; pois as despesas de um presidente da república são muito superiores e
as suas necessidades às necessidades e despesas dos operacionais ou
trabalhadores manuais. São de outro tipo/género; mas quem compra mais na
economia portuguesa e em maior quantidade são os operacionais/trabalhadores
manuais se lhes derem essa possibilidade porque são em muito maior número.
As expectativas dos
operacionais/trabalhadores manuais não são de grandes investimentos/poupanças
porque as suas receitas não lhes permitem ter esses sonhos. Os seus sonhos
baseiam-se em dar uma vida melhor aos filhos, em conviver/socializar e comprar
objectos que lhes dêem conforto e estatuto social que atribuem aos objectos
mais caros e o marketing faz o resto, pois estes estratos são
mais influenciáveis.
Portanto, o melhor é fazer uma estimativa
baseada num valor médio de receitas da empresa. Considera-se esse valor 100% e
100% para a divisão da receita pelos custos da empresa e atribuem-se
percentagens:
Ø manutenção e renovação
do equipamento;
Ø reservas;
Ø despesas fixas e
variáveis (excluindo a massa salarial);
Ø massa salarial;
Ø lucro da empresa;
Ø …..
Quando todas as áreas de despesas
estão inseridas e perfazem os 100%; pega-se na massa salarial que se considera
100% e subdivide-se por vários níveis. Cada vez mais há menos níveis
salariais porque o homem-máquina da linha de montagem vai sendo
substituído por equipas de trabalho mais qualificadas e com
mais responsabilidades no que fazem e o salário deixa de ser fixo para passar a
ter uma parte fixa e uma parte variável dependendo
do desempenho e das decisões da equipa de trabalho.
Quantos níveis salariais? Depende do
sector onde está inserida a empresa e das qualificações dos seus recursos
humanos.
Depois faz-se o mesmo para cada um dos
outros itens atribuídos.
Depois talvez se possam usar estes
parâmetros por uns cinco anos … depende de vários factores como nível de
utilização da capacidade instalada, da rotação dos produtos em armazém, da
possibilidade de encontrar novos mercados, da vontade dos gestores, ….
O mesmo processo se pode usar para
elaborar o Orçamento Nacional para o ano seguinte. Prevê-se
qual será o PIB e considerando-o 100%, faz-se a sua distribuição, em
percentagem, pelos itens das despesas para o ano seguinte. Não esquecer Despesas
Extraordinárias que, em princípio, não deve ser usado na totalidade
para ajudar os outros itens em que foi necessário desequilibrar para o défice,
deslocando este valor do saldo agora do Balanço Nacional.
Por exemplo, os itens Educação, Justiça, Saúde, Defesa,
… são-lhes atribuídas percentagens do PIB; depois cada uma destas percentagens
é considerada 100% que se distribui pelos subitens. Por exemplo: Educação terá
como subitens Nível pré-escolar, Ensino Básico, Ensino
Unificado, Ensino Secundário, Ensino Universitário pelos
quais serão distribuídos os 100% de Educação. De seguida, cada um destes itens
pode ser considerado 100% que serão distribuídos por subitens como Recursos
Humanos, Renovação do Parque Escolar, Equipamentos, … O que faltar da
atribuição do PIB poderá ser colmatado com capitais privados ou não, mecenas …,
beneficiando-os com incentivos fiscais na medida do possível.
Claro que todas estas atribuições têm
conscientemente uma escolha política. Por isso, este instrumento
de trabalho para a elaboração de Orçamentos pode sempre ser
corrigido pela força política que está no Governo do país. Agora é importante
não permitir derrapagens, pois cada um sabe de antemão com o que pode contar do
PIB e a necessidade de recorrer ou não a outros capitais.
São previsões que podem ajudar muito no
equilíbrio dos Balanços.❐
Lagos,
31 de Janeiro de 2012
O Cemitério de Lagos
Tenho andado a pensar na história que o
cemitério de Lagos encerra e na quantidade de turistas que o procuram para
visitá-lo certamente já informados por amigos e conhecidos das suas terras
porque, por nós, não é divulgado pelos circuitos de turismo.
Porque é que eles o procuram?
Acredito porque nas suas terras já não há
cemitérios assim, mas sim semelhantes ao cemitério novo que cá temos. Este
cemitério que os turistas procuram talvez numa nostalgia dos seus antigos
cemitérios é o cemitério dos jazigos e das campas de mármore, das obras de
escultura clássicas que os ornamentam e também dos nomes das famílias ilustres
que por cá viveram e foram falecendo e que de muitas maneiras contribuíram para
o bom nome desta cidade.
Então eu venho propor que se estude os
vários conteúdos deste cemitério:
Ø na perspectiva das obras de arte de
escultura e arquitectura paisagista que nele existem;
Ø na perspectiva da história de Lagos que
por lá perpassa;
Ø na perspectiva dos nomes das figuras
ilustres que ficaram na história de Lagos e de Portugal que ainda lá existam
antes que tudo desapareça;
Ø na perspectiva antropológica desta maneira
de cuidar dos nossos falecidos;
.......
Gostaria de recordar que este é o primeiro
cemitério da cidade de Lagos e que data de 14 de Abril de 1893.
Até ao século XIX, os enterramentos
faziam-se dentro e fora das igrejas-paróquias de S. Sebastião e de Santa Maria
da Graça que era a igreja matriz até ao terramoto de 1755 e após na igreja da
Misericórdia que depois se denominou igreja de Santa Maria.
A 01 de Novembro de 1755, a igreja matriz
de Santa Maria da Graça é arrasada pelo terramoto e não é recuperada. A Câmara
Municipal atribuiu as funções de cemitério ao espaço ocupado pelo convento e
hospital S. João de Deus que circundavam a igreja e que também tinham ficado
arrasados – cemitério da paróquia de Santa Maria da Graça - que, por vários
motivos, incluindo as epidemias da peste e da cólera, foi projecto que durou
muito pouco, sendo o cemitério abandonado e demolido. Nesta altura, já se
pretendia separar o cemitério da igreja embora ficasse contíguo.
A 14 de Abril de 1893, a Câmara Municipal
ordena que se façam os enterramentos na freguesia de S. Sebastião, no lado de
fora das muralhas, mais exactamente fora do baluarte da Porta do Postigo, para
ambas as freguesias. ❐
BIBLIOGRAFIA
(PAULA, Rui M.; Lagos – evolução urbana e
património; edição de Câmara Municipal de Lagos; Lagos, Outubro
de 1992, p.367)
Os meus filmes
1.º – As Amendoeiras em Flor e o Corridinho Algarvio.wmv http://www.youtube.com/watch?v=NtaRei5qj9M&feature=youtu.be
2.º – O Cemitério de Lagos
3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
Os meus blogues
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